Aluna da Coppe está entre as semifinalistas no FameLab
Planeta COPPE / Planejamento Enérgico / Notícias
Data: 11/04/2018
A aluna de doutorado do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, Camilla Chaves Nunes de Oliveira, está entre os 30 semifinalistas do FameLab Brasil – o maior concurso de comunicação científica do mundo, que acontece em 32 países e está em sua terceira edição no Brasil. Organizada pelo British Council e destinada a alunos de pós-graduação, a competição foca pesquisadores das áreas de Ciências da Vida, Ciências Exatas, Tecnológicas e Engenharia.
Agora, a competição segue para a próxima etapa: os 30 semifinalistas ficarão de 23 a 27 de abril no Rio de Janeiro e serão treinados pela especialista britânica em comunicação científica, Emily Grossmann, para uma apresentação ao vivo no Museu do Amanhã. Entre eles, serão selecionados 10 finalistas, que passarão por novo treinamento e farão outra apresentação para concorrer ao grande prêmio: uma viagem para disputar as finais no Reino Unido, durante o Festival de Ciência de Cheltenham, de 4 a 10 de junho.
Os 10 finalistas se apresentam na final nacional, que será realizada no Museu do Amanhã, em 27 de abril, a partir das 18h. Neste dia, o público poderá escolher seu candidato favorito, por meio da votação popular. O evento é gratuito, mas as vagas são limitadas. Para participar, inscreva-se em: www.famelab.com.br
Camilla, 29 anos, concorreu com 118 pós-graduandos. Ela foi selecionada pela apresentação de um vídeo de 3 minutos, no qual explica, de forma simples, o que são e para que servem os algoritmos: sequências de instruções para solucionar um problema. A aluna da Coppe mostra o lado positivo e negativo dos algoritmos na nossa vida. Para exemplificar, cita o caso do site Amazon, que sugere novas compras de livros a partir do que o cliente já leu. Segundo Camilla, isso pode facilitar para quem gosta de um autor e quer acompanhar sua produção, ou mesmo conhecer obras do mesmo gênero, mas acaba limitando a escolha da pessoa, e induzindo-o ao consumo daquilo que os algoritmos identificam como o de maior probabilidade, a partir de cruzamentos de dados que traçam o perfil do leitor.
“Estudiosos já sinalizam que estamos entrando na era do Dataísmo, na qual os algoritmos decidem por nós e até nos conhecem melhor do que nós mesmos. Eles até facilitam muito a nossa vida, tendo em vista, por exemplo, que um sistema de busca como o do Google jamais existiria sem os algoritmos. Mas, caso não estejamos atentos, eles podem influenciar ou até mesmo escolher para onde iremos viajar, em que político votar”, alerta Camilla, que é bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), um dos apoiadores do concurso.
Amante declarada da ciência e inovação, Camilla conta que se interessou por comunicação e divulgação científica quando percebeu a dificuldade que tinha para explicar a pessoas próximas e amigos os temas que estuda em sua tese de doutorado. Desde então, passou a defender a popularização da ciência. “É uma crítica que tenho. Se as pessoas não entendem o que falo, para que faço ciência? A academia tem esse papel de difundir, de tornar mais acessível sua produção. Nas universidades da Europa já há iniciativas nesse sentido. Há desafios como ‘mostre sua tese em cinco minutos”, cuja dinâmica funciona como se fosse uma ‘conversa de bar’. Precisamos de atividades como essa no Brasil.
Camilla escolheu o tema algoritmo para participar do FameLab por considerar um conceito tecnológico que deve ser entendido por todos em uma sociedade, justamente em função de haver uma tendência de que eles direcionem as escolhas relativas às nossas vidas. Na tese de doutorado que defenderá na Coppe, Camilla usará um modelo de otimização programado por algoritmos que decidirá, por exemplo, se a demanda por produtos petroquímicos deve ser atendida por matérias-primas convencionais, como nafta e gás natural, ou a partir de etanol, sob a ótica de um menor custo total do sistema. Sob a orientação do professor Alexandre Szklo, do Programa de Planejamento Energético da Coppe, a aluna investiga a transição energética associada à mobilidade urbana e seus impactos na indústria de hidrocarbonetos. A pesquisa tem como objetivo testar a hipótese de uma transição no uso de hidrocarbonetos fósseis e etanol para finalidade não energética, como produção de petroquímicos básicos.
Sobre o concurso FameLab
O FameLab recebeu este ano 119 inscrições: 63 de mulheres e 56 de homens. Foram selecionados 16 homens e 14 mulheres, a grande maioria da área de Ciências da Vida (23 concorrentes). A maior parte dos semifinalistas (17) não é bolsista de instituições de apoio e amparo à pesquisa. Cinco são bolsistas da Fapesp; quatro do CNPq; dois da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg); um da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) e um da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Espírito Santo (Fapes). Para concorrer ao FameLab, bastava produzir um vídeo de três minutos, sem edição ou apoio de dispositivo eletrônico, explicando um conceito científico ou tecnológico e mostrando seu impacto na vida cotidiana.
No Brasil, o FameLab conta com a parceria do Museu do Amanhã, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
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