Alunos da Coppe são finalistas da PORTS 2016 Graduate Student Competition

Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Engenharia Química / Notícias

Data: 10/06/2016

O trabalho “Strategies for measurement of fluid mud layers and their rheological properties in ports”, de autoria dos alunos da Coppe/UFRJ, Juliane Castro Carneiro (PEnO) e Diego Luiz Fonseca (PEQ), é um dos finalistas da competição para alunos de pós-graduação que integra a programação da conferência PORTS 2016. Os dois vão apresentar o trabalho nesta segunda-feira, 13 de junho, em uma das sessões do evento, que acontece de 12 a 15 de junho, em Nova Orleans.

O comitê julgador da PORTS 2016 Graduate Student Competition selecionou quatro trabalhos finalistas, que serão apresentados aos participantes da conferência, um dos principais eventos mundiais da área de portos. A dupla da Coppe é a única formada por alunos de uma instituição de fora dos Estados Unidos a se classificar para a fase final do concurso.

A apresentação no evento valerá pontos, que serão somados à pontuação já atribuída a cada trabalho, mas ainda não revelada. Após as apresentações serão anunciados os vencedores da competição, que é promovida pela Sociedade Americana de Engenheiros Civis (ASCE), por intermédio do Coasts Oceans Ports And Rivers Institute (COPRI).

O trabalho desenvolvido por Juliane e Diego busca alternativas para a navegação em áreas com presença de lama fluida. A proposta é aproveitar para navegação parte da espessura das camadas de lama na profundidade disponível, segundo o conceito internacional de “fundo náutico”.

Para elaborar o trabalho, Juliane e Diego usaram o Porto de Santos, um dos maiores do Hemisfério Sul, como área de estudo. Utilizaram métodos acústicos para detecção das zonas de presença de lama fluida e coletaram amostras de material, entre outras atividades de campo. Em laboratório, eles avaliaram o comportamento reológico – relacionado à viscosidade, plasticidade, elasticidade e escoamento – do material em diversas densidades, a partir de um protocolo internacional e de um outro desenvolvido no Laboratório de Dinâmica de Sedimentos Coesivos (LDSC) do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO) da Coppe.

“O cruzamento de dados permitiu identificar um potencial de acréscimo da profundidade, de 20 centímetros a um metro e meio, ao considerar a espessura das camadas reologicamente favoráveis à navegação. Contudo, ainda é necessário fazer estudos mais exaustivos e a análise de outros itens, como
fatores ambientais, infraestrutura portuária e manobrabilidade, antes de se chegar a números definitivos”, explica a oceanógrafa Juliane Castro, que faz doutorado em Engenharia Oceânica no LDSC/PEnO.

A navegação em lama fluida já é utilizada há algum tempo em países como a Bélgica e a França. No Brasil, começou a ser discutida, recentemente, a possibilidade de utilizá-la em portos como o de Santos e de Itajaí.

“É necessário que se crie um protocolo de abordagem para usar essa camada, que pode ser navegável, com segurança, para que não ocorra encalhes de navios. Esse protocolo também será útil para evitar dragagens desnecessárias, otimizar a navegação e os gastos, e auxiliar no manejo dos sedimentos”, explica o engenheiro ambiental Diego Luiz Fonseca, recém-mestre pelo Programa de Engenharia Química da Coppe e atualmente colaborador do Laboratório de Dinâmica de Sedimentos Coesivos.