Especialistas discutem os desafios da engenharia submarina

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Data: 23/05/2016

Os desafios que a engenharia submarina terá pela frente nos próximos anos para viabilizar a produção de petróleo em águas profundas foi um dos temas debatidos, dia 18 de maio, no encerramento do Fórum China-Brasil de Tecnologia Submarina. O encontro reuniu mais de 200 pesquisadores do Brasil e da China, entre os dias 16 e 18, no auditório da Coppe/UFRJ, na Cidade Universitária.

Conciliar o desenvolvimento de materiais mais resistentes e confiáveis, adequados às rígidas condições encontradas em águas profundas, com a necessidade de reduzir os custos de fabricação dos equipamentos usados na produção de petróleo no mar é um dos desafios que a indústria do petróleo terá de enfrentar.

Segundo o professor Segen Estefen, coordenador do evento e do Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da Coppe, a questão da redução dos custos dos equipamentos utilizados nos sistemas de produção submarinos é um desafio a ser superado pela indústria e pelos centros de pesquisa voltados à área de petróleo. Sobretudo, devido ao baixo preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Uma das alternativas apresentadas no evento foi o conceito Subsea to shore, que visa a transferir para o fundo do mar atividades que hoje são realizadas em estruturas flutuantes. Especialistas apostam que, ao levar para o ambiente submarino tarefas que atualmente são realizadas nas plataformas de petróleo, será possível reduzir custos de produção.

Pesquisadores buscam novos materiais mais resistentes

A implantação de estruturas submarinas implica em um outro grande desafio da indústria do petróleo: reforçar a segurança das atividades para reduzir possíveis danos ambientais. Dessa forma, o avanço do setor rumo ao fundo dos oceanos passa, necessariamente, pelo desenvolvimento de novos materiais, mais resistentes e seguros.

O uso da nanotecnologia no desenvolvimento dos equipamentos a serem instalados no mar e a utilização de materiais não metálicos, porém resistentes, foi outro assunto discutido no painel que encerrou o evento.

Professores e pesquisadores de diferentes laboratórios da Coppe e professores da China University of Petroleum apresentaram alguns dos estudos desenvolvidos nas duas instituições nos últimos anos destinados à produção de petróleo em águas profundas. Ao longo dos três dias do evento foram debatidos, também, outras questões, como logística e controle dos sistemas offshore e segurança das operações.

Promovido pela SUT (Society for Underwater Technology), a primeira edição do Fórum China-Brasil foi organizada pela Coppe em parceria com a China University of Petroleum (CUP) e contou com apoio da Unidade Embrapii-Coppe de Engenharia Submarina. O evento marcou a inauguração do Instituto China–Brasil de Tecnologia Submarina (Joint Institute for Deep Sea Technology – JIDST), implantado pela Coppe e a CUP. Localizado em uma área anexa ao LTS da Coppe, na Cidade Universitária, o JIDST realizará projetos em conjunto na área de engenharia submarina.