Ministro fala dos desafios do setor de C&T na aula inaugural da Coppe

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Data: 07/03/2016

Agilizar a importação de equipamentos e materiais utilizados em laboratórios de pesquisa é uma das prioridades do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A questão foi destacada pelo ministro da CT&I, Celso Pansera, ao proferir hoje, 7 de março, a aula inaugural da Coppe em 2016. O ministro falou para mais de 300 estudantes que estão iniciando cursos de mestrado e doutorado em engenharia. Professores, pesquisadores e funcionários técnico-administrativos também prestigiaram a apresentação e ajudaram a lotar o auditório da Coppe, na Cidade Universitária.

O ministro prometeu se empenhar para agilizar o processo de importação. “Essa é uma das batalhas prioritárias para o Ministério. O Brasil tem que destravar as dificuldades para importação de equipamentos sob o risco de continuar travando o avanço do sistema de ciência, tecnologia e inovação”, resumiu o ministro.

Celso Pansera também falou sobre a possibilidade de reversão dos vetos sofridos pela Lei que instituiu, recentemente, o Marco Legal de CT&I no Brasil. “Nós temos conversado com o Governo e o Parlamento sobre esse tema. A Coppe também tem se mobilizado lá em Brasília. Acredito que o Parlamento saberá resolver da melhor forma possível essa questão”, disse.

Mais de 300 alunos lotaram o auditório para acompanhar a aula inaugural

Convidado para proferir a aula inaugural, Celso Pansera falou aos alunos sobre os desafios do setor ao apresentar a estratégia nacional de CT&I para o desenvolvimento nacional. O ministro dividiu os principais desafios da pasta em três: expandir, consolidar e integrar o Sistema Nacional de CT&I; apoiar a inovação empresarial nas cadeias produtivas nacionais; e desenvolver e dominar tecnologias críticas. Em relação a este último, Pansera citou áreas como saúde, biocombustíveis, química verde, segurança hídrica, nanotecnologia e mudanças do clima, entre outras.

Para vencer esses desafios, Celso Pansera afirmou a importância de o Brasil ampliar os investimentos em pesquisa. Segundo ele, a expectativa é que o País consiga destinar, até 2020, 2% de seu Produto Interno Bruto para a Ciência e Tecnologia. Atualmente, o país aplica em C&T cerca de 1% do PIB.

Celso Pansera demonstrou preocupação quanto a uma possível redução da aplicação de recursos em pesquisa por parte do governo do Estado do Rio de Janeiro. Recentemente, o governo fluminense anunciou a intenção de reduzir de 2% para 1% o percentual do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) investido em pesquisa no estado.

“O ideal é atravessar a crise, mantendo a estrutura, sem que ela sofra nenhum tipo de redução”, afirmou Celso Pansera, que defendeu uma participação maior da iniciativa privada no desembolso de recursos voltados à pesquisa. Segundo ele, diminuir a distância entre a universidade e o setor produtivo é fundamental para que o Brasil possa dar um salto na área de pesquisa e inovação.

Ao falar sobre apoio à inovação, Celso Pansera citou a importância de parcerias, como a mantida entre a Coppe, o governo federal e as empresas, por intermédio da Unidade Embrapii-Coppe, vinculada à Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).

Após proferir a aula, o ministro Pansera embarcou no Maglev-Cobra, o trem de levitação magnética da Coppe. Em seguida, foi transportado no ônibus híbrido a hidrogênio até o Parque Tecnológico da UFRJ. Lá, visitou o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano) da Coppe, que possui o tanque mais profundo do mundo, e foi a primeira instalação erguida no Parque.

Aula fechou recepção aos novos alunos

O diretor da Coppe, Professor Edson Watanabe, deu as boas-vindas aos alunos

Antes da aula inaugural, a Coppe promoveu sua tradicional recepção aos novos alunos. O diretor da instituição, Edson Watanabe, deu as boas-vindas aos estudantes e apresentou a eles os titulares de cada diretoria.

Watanabe falou sobre os desafios a serem vencidos pelos novos alunos e sobre a expectativa em relação a eles. “O que se espera dos pós-graduandos, sobretudo daqueles que estão cursando doutorado, é que tragam algo de novo. Que surpreendam os professores. É natural que nesse caminho encontrem problemas também”, afirmou.

Na sequência, a diretora para Assuntos Acadêmicos, professora Cláudia Werner, fez uma apresentação sobre questões relacionadas à sua área. Cláudia Werner destacou itens como calendário letivo, conceito, intercâmbio com instituições do exterior e integridade de pesquisa.

A diretora também destacou a importância das publicações. “Desde 2015, o doutorando deve ter, pelo menos, um artigo aceito para publicação em um periódico listado no Journal Citation Reports para ter a defesa de tese autorizada pela Comissão de Pós-graduação e Pesquisa”, explicou.

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