Especialistas debatem na Coppe avanços na produção de biofármacos
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Data: 30/07/2015
Especialistas em biofármacos de 13 países se reúnem na Coppe/UFRJ, de 27 a 31 de julho, para participar da “Sixth Internacional School on Production of Biologicals in Animal Cell Cultures”. O objetivo é debater os avanços científicos e tecnológicos na produção desses modernos medicamentos de origem biotecnológica, obtidos a partir de células vivas modificadas geneticamente, que são essenciais no tratamento de doenças como câncer, artrite e hemofilia. O evento está sendo realizado, das 9h30 às 19h, no auditório da Coppe, no Rio de Janeiro.
Produzidos apenas por um pequeno número de países, os biofármacos respondem por cerca de 20% das vendas da indústria farmacêutica mundial, aproximadamente US$ 160 bilhões em 2014. O Brasil gastou, em 2012, em torno de R$ 4 bilhões na compra desses medicamentos e o governo é responsável por 60% dos medicamentos biológicos comprados no país, que são distribuídos gratuitamente através do SUS. Os produtos biológicos são, em alguns casos, uma alternativa aos medicamentos convencionais produzidos por síntese de substâncias químicas. Em outras situações, eles são a única terapia disponível.
Organizado pelo Programa de Engenharia Química da Coppe/UFRJ, o encontro internacional, que este ano chegou à sua sexta edição, reúne especialistas do Brasil e do exterior e representantes da indústria biofarmacêutica que apresentam os estudos mais recentes realizados em várias partes do mundo. As iniciativas do Brasil e os aspectos técnicos e regulatórios relacionados à produção de medicamentos biológicos são alguns dos temas em discussão no evento.
Pesquisadores do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) da Coppe/UFRJ, coordenado pela professora Leda Castilho, vêm trabalhando no desenvolvimento de tecnologia para viabilizar a produção de biofármacos no Brasil. Têm sido desenvolvidos processos para produção de glucocerebrosidase para o tratamento da Doença de Gaucher e de fatores sanguíneos para tratamento da hemofilia. Este último projeto conta com apoio do BNDES e da Hemobras. Recentemente, o Laboratório iniciou projetos para desenvolver tecnologias de produção de anticorpos monoclonais para tratamento de colesterol alto.
“O Brasil está com um atraso de cerca de 30 anos no setor de biofármacos em relação a outros países. Por isso, a importância das pesquisas e dos investimentos que estão sendo realizados nessa área”, explica a professora Leda Castilho, do Programa de Engenharia Química da Coppe/UFRJ e coordenadora do evento.
Destaques da programação
O evento contará com apresentações dos professores Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Laura Palomares, da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM); e Ernesto Chico, do Centro de Imunologia Molecular de Cuba; além de representantes de empresas biofarmacêuticas, como o americano Peter Kalinka, hoje no laboratório brasileiro Bionovis; o pesquisador Konstantin Konstantinov, vice-presidente de Desenvolvimento de Processos da empresa Genzyme; e Bernardo Moreira e Ricardo Eccard, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre outros convidados.
Entre os temas em debate estão as pesquisas relacionadas à produção de biofármacos, vacinas recombinantes, vacinas contra o câncer, terapias celulares, terapias gênicas, produção de medicamentos biossimilares, desenvolvimento tecnológico do setor e regulação de medicamentos biológicos. O evento será encerrado com uma mesa-redonda, dia 31, a partir das 14h30, que terá como convidados representantes das principais empresas biofarmacêuticas públicas e privadas brasileiras.
Todas as apresentações e palestras serão proferidas em inglês. A programação completa do evento pode ser consultada em: http://www.peq.coppe.ufrj.br/biopharma. O auditório da Coppe/UFRJ fica no Centro de Tecnologia 2 (CT 2), da UFRJ, na Cidade Universitária (Rua Moniz Aragão, 360 – térreo – Ilha do Fundão).
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