Aluna da Coppe recebe Prêmio Vale-Capes

A pesquisadora Bettina Susanne Hoffmann, da Coppe/UFRJ, foi agraciada com o Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade, na categoria Tese de Doutorado – Grupo III – Redução de Gases do Efeito Estufa (GEE). A cerimônia ocorrerá no dia 11 de maio de 2015, às 18h, na sede da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em Brasília.

Susanne foi premiada pela tese de sua autoria defendida no Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe, em 2013, com o título O potencial termelétrico a carvão no Rio Grande do Sul diante restrições de disponibilidade de água e objetivos de redução de emissões de CO2, aplicando a queima em leito fluidizado.

Sob a orientação dos professores Alexandre Szklo e Roberto Schaeffer, a pesquisadora analisou o potencial de produção de energia elétrica em plantas de geração termoelétrica a carvão, por meio da coqueima, substituindo 30% (em base mássica) de carvão mineral por biomassa. No trabalho, a pesquisadora considerou a disponibilidade de recursos hídricos e de reservas de carvão no Estado do Rio Grande do Sul e os impactos no potencial e operação do parque termelétrico, caso sejam adotadas medidas que exijam redução de emissões de gases do efeito estufa. Susanne modelou duas tecnologias para redução de CO2: a cocombustão de uma fração de 30% de biomassa e a captura de carbono por absorção química com aminas.

Pela terceira vez consecutiva, alunos do PPE recebem o Prêmio Vale-Capes. Em 2012, Pedro Rochedo ganhou o prêmio na categoria Melhor Dissertação de Mestrado, com o tema Análise econômica sob incerteza da captura de carbono em termoelétricas a carvão: retrofitting e capture-ready. Em 2013, Bruno Borba ganhou menção honrosa na categoria de Tese de Doutorado pelo estudo Modelagem integrada da introdução de veículos leves conectáveis à rede elétrica no sistema energético brasileiro.

“Esse prêmio é muito importante para a pesquisa acadêmica em Engenharia no Brasil. Estou muito satisfeito, porque o fato de nossos alunos terem conquistado essa premiação por três anos consecutivos ratifica a excelência do programa da Coppe e a solidez dessa linha de pesquisa. Afinal, os três premiados (Pedro, Bruno e Susanne) fizeram parte de uma mesma equipe”, afirmou o professor Szklo, que, com o professor Roberto Schaeffer, foi agraciado com as premiações como orientador dos trabalhos de Bruno e Susanne, e também foi agraciado como orientador do trabalho de Pedro.

Motivação e visibilidade

Nascida na Alemanha, Bettina Susanne Hoffmann graduou-se em Engenharia Química pela Universidade de Ciências Aplicadas de Hamburgo. Em 2010, defendeu dissertação de mestrado e, em 2013, tese de doutorado no Programa de Planejamento Energético da Coppe. O desenvolvimento de sua tese foi apoiado pela Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), através de uma bolsa de pesquisa.

“A premiação demonstra que o trabalho teve feedback. Essa é uma preocupação constante de quem atua na área de pesquisa. Você desenvolve um trabalho complexo, que requer grande esforço, e tem receio de que ele seja engavetado. É gratificante ver que o tema despertou interesse e que o trabalho poderá influir”, afirmou Susanne, que, no momento, é pesquisadora pós-doc da Coppe, tendo ingressado no Programa de Apoio a Projetos Institucionais com a Participação de Recém-Doutores (Prodoc), do Ministério da Educação.

Segundo a pesquisadora, embora o óleo e o gás ainda sejam fontes predominantes nas termelétricas brasileiras, a ampliação do uso do carvão está em discussão. “De 2008 a 2013, os leilões de energia impediram a participação do carvão. Foi uma decisão política. Mas, em 2013, isso mudou devido à crise hídrica. É preciso ter fontes que garantam segurança energética”, concluiu.