Diretoria da PPSA visita a Coppe

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Data: 05/09/2014

Em visita à Coppe/UFRJ, em agosto, o diretor-presidente da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. (Pré-Sal Petróleo S.A. – PPSA), Oswaldo Antunes Pedrosa Junior, manifestou o interesse da empresa em firmar acordo com a Coppe para o desenvolvimento de projetos de P&D voltados para o setor de óleo e gás. Acompanhado de seis membros da diretoria da PPSA, Oswaldo Pedrosa discutiu com a diretoria da Coppe os temas de maior interesse da empresa e em seguida visitou o Centro de Excelência em Gás Natural (CEGN) da instituição.

Criada em agosto de 2013, a PPSA tem a missão de coordenar a exploração de petróleo e gás natural nos campos do pré-sal pelo regime de partilha. No momento, a empresa está trabalhando para obter recursos para o financiamento de projetos de pesquisa e para isso pretende antecipar o recebimento dos valores que os consórcios que vão explorar a camada do pré-sal são obrigados a investir em P&D, correspondente a 1% do valor da produção. Pelo cronograma inicial, a receita obtida pelo regime de partilha só deverá estar disponível a partir de 2020 ou 2021. “A justificativa para a antecipação desses recursos é a alta complexidade da extração de óleo e gás do pré-sal”, explicou Oswaldo Pedrosa.

O diretor-presidente da PPSA falou sobre a importância do apoio que os centros de pesquisa podem oferecer às empresas no enfrentamento dos desafios tecnológicos do pré-sal. “A Coppe possui excelência em diversas áreas e terá papel relevante nas nossas iniciativas voltadas para pesquisa, desenvolvimento e inovação. Os projetos do pré-sal são de alta complexidade tecnológica. Logo, demandarão muito investimento, desenvolvimento e inovação. O pré-sal envolve uma enormidade de recursos e os projetos serão desenvolvidos durante muitos anos. O projeto Libra, por exemplo, terá um desenvolvimento bastante longo e novas tecnologias vão ser incorporadas. Daí a grande preocupação com pesquisa, desenvolvimento e inovação”, concluiu Oswaldo Pedrosa.

Acompanhando o diretor-presidente da PPSA estavam o diretor Técnico e de Fiscalização da empresa, Edson Nakagawa; o diretor de Gestão de Contratos, Renato Darros; o superintendente de Desenvolvimento de Produção, Paulo Carvalho; o superintendente de Comercialização de Petróleo e Gás, Edgard Manta; o superintendente de Exploração, Augusto Telles; o superintendente de Reservatórios, Rogério Paiva; e o assessor de Planejamento Estratégico, Antonio Cláudio Corrêa.

Representando a Coppe, estiveram presentes à reunião: o diretor do instituto, Luiz Pinguelli Rosa; o vice-diretor, Edson Watanabe; o diretor de Tecnologia e Inovação, Romildo Toledo; o diretor da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, Mauricio Guedes; e o gerente do Coppe Idea, Alfredo Laufer e equipe.

Críticas ao excesso de regulamentação para investimento em P&D

Ao discutirem a questão do financiamento à pesquisa no Brasil, o diretor da Coppe manifestou sua preocupação quanto às amarras das normas que regulamentam o repasse de recursos para a atividade de pesquisa e desenvolvimento. “O Brasil está parando por conta do excesso de burocracia”, afirmou Pinguelli, lembrando que o problema não atinge apenas o setor controlado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mas outros segmentos também. “Esse não é um problema apenas da ANP, mas do Governo de uma forma geral”, explicou.

O diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, professor Romildo Toledo, lembrou que não são apenas as instituições científicas que saem perdendo com a pesada regulamentação imposta à área de pesquisa, mas também as empresas que se beneficiariam dos avanços proporcionados pelos estudos. “Essa regulamentação é feita por quem não tem a visão dos desafios tecnológicos que o Brasil precisa superar”, afirmou Toledo, citando o quanto o excesso de regulamentação dificulta a atividade dos centros de pesquisa no país e diminui a agilidade na aquisição de equipamentos e materiais.

Coube ao diretor de Tecnologia e Inovação fazer uma breve apresentação sobre a Coppe/UFRJ para os representantes da PPSA. Romildo falou sobre a estrutura e as atividades desenvolvidas pela instituição, os principais projetos em andamento e o modelo de atuação da Fundação Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos da Coppe (Fundação Coppetec), que gere os contratos e convênios firmados pela Coppe.

Ao abordar a existência de projetos com financiamento multicliente, o diretor de Tecnologia e Inovação citou o exemplo do Centro de Excelência em Gás Natural (CEGN), implantado com recursos da Petrobras e que agora deverá receber investimentos para realização de estudos para o BG Group e a Statoil. “Iniciativas dessa natureza ainda são poucas e é preciso avançar nessa modalidade de financiamento”, ressaltou Romildo Toledo, destacando os benefícios desse tipo de acordo, cujos resultados são compartilhados entre as empresas parceiras.

Empresas investem apenas 0,4% do PIB em pesquisa

Romildo Toledo também destacou a importância da realização de projetos de média e longa duração para formação de recursos humanos. “Reunimos um grupo de pesquisadores bem formados e os projetos mais longos garantem a continuidade do quadro de pesquisadores. Isso é fundamental e por isso gostaríamos de trabalhar com projetos mais longos, com um horizonte de cinco a dez anos”, disse.

Para o diretor da Incubadora de Empresas da Coppe, Maurício Guedes, o governo precisa simplificar a estrutura de financiamento à atividade de pesquisa de forma a estimular o aumento da transferência de recursos para pesquisa e desenvolvimento. “È preciso incentivar as empresas a investirem mais em P&D”, afirmou Maurício Guedes. Segundo ele, enquanto as empresas brasileiras investem 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) em P&D, na Europa esse percentual é de 1,4% e nos Estados Unidos chega a 1,8%.

Após a reunião, os representantes da PPSA visitaram o Centro de Excelência em Gás Natural da Coppe, localizado no Parque Tecnológico da UFRJ, na Cidade Universitária. Vinculado ao Programa de Engenharia Química da Coppe, o CEGN realiza, entre outros, estudos sobre os diferentes processos utilizados para separação do dióxido de carbono (CO2) do gás natural. Inaugurado em agosto de 2013, o Centro tem 2.200 metros quadrados e é o maior do gênero na América Latina.

Em breve, os superintendentes da PPSA se reunirão com representantes da Coppe e com os coordenadores dos laboratórios da instituição que desenvolvem pesquisas relacionadas ao pré-sal para discutir futuros projetos e colaborações.