Lançado o Programa Coppe Inclusão

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Data: 28/08/2014

A mesa de abertura com Marcia Nabais, Carlos Levi, Luiz Pinguelli Rosa, José Carlos Pinto e Marco Castilho

A Coppe/UFRJ lançou hoje, 28 de agosto, o Programa Coppe Inclusão, cujo objetivo é contribuir para que as pessoas com deficiência possam ter acesso ao trabalho na área tecnológica. O Programa foi apresentado na abertura do Workshop Tecnologia, Inclusão e Deficiência – Limites e Possibilidades: Quebrando Mitos, realizado pela Coppe em seu auditório.

O Programa reunirá uma série de ações. Uma delas será um curso destinado a qualificar pessoas com deficiência para que elas possam trabalhar em instituições de pesquisa. O curso, com formação de 300 horas, deverá ter início em março de 2015, com aulas teóricas e estágio nos laboratórios da Coppe e na área administrativa da Fundação Coppetec. O ingresso será por seleção pública e a previsão é que as inscrições estejam abertas a partir de outubro deste ano.

Promover a acessibilidade aos laboratórios e salas de aula da Coppe também está entre as ações do Programa Coppe Inclusão, que prevê a adequação das instalações. Também será realizada campanha de sensibilização dos empregados. O programa contará com assessoria de instituições parceiras da sociedade civil, que atuam com pessoas com deficiência.

A inserção no mercado de trabalho sempre foi um desafio para a pessoa com deficiência, que muitas vezes não consegue emprego por falta de oportunidade e de qualificação necessária para função. Por isso, uma das principais iniciativas do programa será a promoção do curso de capacitação, para que pessoas com deficiência possam trabalhar em instituições de ensino e pesquisa, como a Coppe, desempenhando atividades técnicas e/ou administrativas.

Por lei, são destinadas às pessoas com deficiência 5% das vagas de empresas e instituições. Contudo, existe dificuldade para encontrar pessoas habilitadas para exercer as atividades. A legislação estimula a contratação, mas não há programas para qualificar essas pessoas, o que, na prática, dificulta o acesso delas ao emprego. “Há dois anos temos um programa na Fundação Coppetec para recrutar pessoas com deficiência, mas, devido à falta de qualificação, temos dificuldade para contratar”, explica José Carlos Pinto, diretor-executivo da Fundação Coppetec.

Uma das propostas do programa é utilizar a tecnologia para promover a inclusão tecnológica das pessoas com deficiência. “Nossa intenção é que o Programa Coppe Inclusão seja uma iniciativa contínua e de longo prazo”, afirma José Carlos Pinto.

Sobre o workshop

A proposta do workshop Tecnologia, Inclusão e Deficiência – Limites e Possibilidades: Quebrando Mitos é debater a inclusão produtiva de pessoas com deficiência. Para discutir o tema, a Coppe convidou profissionais que vêm trabalhando com a questão em várias frentes. Entre os participantes estão: Tânia Athayde, presidente da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-RJ); Marcia Nabais, diretora do Departamento de Estudos e Pesquisas Médicas e de Reabilitação do Instituto Benjamin Constant; Guilherme Ramalho, presidente da Associação Niteroiense dos Deficientes Físicos (ANDEF); Francisco Alonso, gerente de Recursos Humanos de Furnas; e Marco Castilho, presidente do Conselho Estadual para Política de Integração das Pessoas com Deficiência. A Coppe está representada por seu diretor, Luiz Pinguelli Rosa; e pelo diretor de Pesquisa e Desenvolvimento, José Carlos Pinto, entre outros.

O auxiliar administrativo Manoel Messias, que tem síndrome de down, trabalha no LNDC da Coppe há mais de quatro anos

A programação do evento inclui o depoimento de pessoas com algum tipo de deficiência que estejam trabalhando e a apresentação das experiências bem-sucedidas de laboratórios da Coppe e de outras empresas e instituições que já contam com pessoas com deficiência em seus quadros. O evento é destinado não apenas a profissionais que trabalham com essa questão e/ou da área de Recursos Humanos, mas a todos aqueles que se interessam pelo tema, sejam da UFRJ ou de fora da universidade.

“No workshop estamos debatendo, entre outros assuntos, como incluir de forma digna a pessoa com deficiência e qual deve ser o papel de uma instituição de ensino e pesquisa como a Coppe em relação a essa questão”, explica Gonçalo Guimarães, pesquisador da Coppe e integrante da comissão organizadora do workshop. “O problema das pessoas com deficiência é semelhante ao de outras minorias. Elas se tornam parcelas invisíveis dentro da nossa sociedade”, afirma Gonçalo, que coordena a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP) da Coppe.

A proposta de promover o workshop nasceu da constatação de que as instituições precisam se adequar para receber as pessoas com deficiência em seus quadros. Essa mudança envolve não apenas uma maior acessibilidade ao local do trabalho, mas passa também pela valorização dos direitos humanos e, em especial, do direito da pessoa com deficiência.

Desta forma, o workshop tem o propósito de sensibilizar a todos para o potencial das pessoas com deficiência. “A deficiência não é uma impossibilidade de trabalhar, mas uma possibilidade diferente. O grande desafio das empresas e das instituições públicas é reconhecer as pessoas com deficiência como perfeitamente capazes. Algumas vezes, elas só precisam fazer o trabalho de um outro jeito. Existem limitações, mas também há capacidades que devem ser valorizadas”, afirma Gleyse Peiter, também integrante da comissão organizadora do evento, coordenadora do Laboratório Herbert de Souza de Tecnologia e Cidadania, uma parceria entre a Coppe e o Comitê de Entidades no Combate à Fome e pela Vida (Coep).

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