Especialistas discutem novas aplicações para fibras óticas plásticas
Planeta COPPE / Engenharia Elétrica / Notícias
Data: 11/09/2013
Em um futuro não muito distante, o teste para verificar a presença de coliformes fecais na água, que hoje leva alguns dias, poderá ser feito em poucos minutos e sem a necessidade de enviar amostras para laboratório. A detecção de bactérias é uma das aplicações das fibras óticas plásticas, que serão discutidas durante a 22ª Conferência Internacional sobre Fibras Óticas Plásticas (The 22nd International Conference on Plastic Optical Fibers – POF 2013), que acontece de 11 a 13 de setembro, em Búzios (RJ).
Esta é a primeira vez que o evento, cuja primeira edição foi realizada em Paris em 1992, será sediado em um país da América Latina. Promovida pela Coppe/UFRJ, por intermédio do Laboratório de Instrumentação e Fotônica (LIF), do Programa de Engenharia Elétrica, a POF 2013 vai reunir especialistas de universidades e empresas de 12 países. A proposta da conferência é ser um espaço para discussão sobre as mais recentes descobertas e tecnologias relacionadas às fibras óticas plásticas (POFs), bem como os principais desafios para popularizar a utilização do produto.
Devido ao seu alcance de transmissão, em torno de 100 metros de distância, as fibras óticas plásticas costumam ser mais utilizadas para aplicações em trechos mais curtos, como a distribuição de sinais de telefonia e TV a cabo em residências e escritórios, e também como sensores. Por conta dessa característica seu uso está associado à expressão “Last mile” (última milha) e à sigla FTTH (Fiber to the home). Para distâncias superiores são utilizadas as fibras óticas sílicas, também chamadas de fibras convencionais.
No entanto, a utilização das POFs tende a crescer devido à facilidade com que elas são manuseadas e por terem um custo inferior ao das fibras convencionais. Gradativamente, as fibras óticas plásticas também devem substituir o uso de fios de cobre na distribuição de canais a cabo. Por terem maior largura de banda, as POFs podem receber uma quantidade maior de canais ou ter maior velocidade para download ou upload.
Segundo o professor Marcelo Werneck, coordenador do Laboratório de Instrumentação e Fotônica da Coppe/UFRJ, devido às características das fibras óticas plásticas, a tendência é que elas ganhem outros tipos de aplicações passando a serem usadas também pela indústria automobilística e na aviação. “A fibra plástica vai ganhar mais espaço à medida que os sistemas se tornem mais confiáveis”, explicou Werneck, chairman da 22nd International Conference on Plastic Optical Fibers – POF 2013.
Durante o encontro serão apresentados 74 papers e 20 pôsteres sobre diferentes aplicações das fibras óticas. A Alemanha é o país com o maior número de trabalhos inscritos: 20. Na sequência vem o Brasil, com 18; o Japão, com 15; e a Espanha, com nove. No Brasil, o único grupo de pesquisa que estuda as POFs é a equipe do Laboratório LIF da Coppe. Como a utilização dessa tecnologia no país ainda é incipiente, apenas dois dos 18 trabalhos brasileiros tratam de fibras plásticas. A maioria dos papers dos pesquisadores apresentará estudos sobre fibras óticas convencionais.
Além de conhecer o que há de mais recente a cerca das POFs, os participantes da conferência terão a oportunidade de acompanhar apresentações das maiores autoridades mundiais sobre o assunto. O evento contará com as presenças de especialistas como Yasuhiro Koike, da Keio University (Japão); Katerina Krebber, do Federal Institute for Materials Research (Alemanha); Hans Posel, da University Of Applied Sciences Nuremberg (Alemanha); e Joseba Zubia, da University of the Basque Country (Espanha).