Presidente da Argentina visita exposição da Coppe na Tecnópolis
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Data: 13/07/2013
A presidente Cristina Kirchner e o ministro Raupp (à direita) assistem à explicação sobre o estudo de biocombustível de 2ª geração no estande da Coppe
A presidente argentina Cristina Fernandez de Kirchner abriu oficialmente a Tecnópolis, uma das mais importantes feiras de tecnologia e inovação da América Latina. Realizada desde 2011, o evento conta nessa edição com a presença da Coppe, que veio mostrar suas inovações junto com outras instituições de pesquisa e empresas do Brasil, primeiro país estrangeiro a participar como convidado.
A exposição multimídia da Coppe O Futuro Sustentável – Tecnologia e Inovação para uma Economia Verde trouxe à Argentina seis projetos inovadores desenvolvidos nos laboratorios da instituição. Todas as tecnologias destinadas à construção de um futuro mais sustentável e menos desigual. “A participação da Coppe em Tecnópolis é uma excelente iniciativa para estreitar os laços tecnológicos entre o Brasil e a Argentina e incrementar o intercâmbio entre os nossos paises”, afirmou Segen Farid Estefen, diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, que recebeu a presidente e sua comitiva no estande da instituição.
Logo que chegou ao parque tecnológico, a presidente Kirchner visitou o estande da Coppe, onde protótipos, vídeos e uma instalação multimídia apresentam seis importantes inovações para melhorar a vida nas grandes cidades. Acompanhada do vice-presidente argentino, Amado Boudou, e do governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, e do Ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, Marco Antonio Raupp, Cristina Kirchner conheceu cada um dos projetos, com a ajuda dos monitores da Coppe, e se mostrou muito interessada no desenvolvimento tecnológico do Brasil. “Excelente que todos são projetos limpos”, comentou Cristina durante a apresentação.
Em uma sala de 4 metros quadrados e cinco grandes telas de vídeo, a Coppe reproduziu o ambiente do Ceará para mostrar o funcionamento da Usina de Ondas do Pecém, a primeira da América Latina usar o movimento das ondas para gerar energia elétrica. Muito impressionanda Cristina perguntou sobre os valores de investimentos e sobre o potencial da geração de energia da usina.
Cristina também foi convidada pelo professor da Coppe, Richard Stephan, coordenador do projeto MagLev-Cobra, para participar da inauguração da linha experimental do trem de levitação magnética da Coppe, em 2014, no Rio de Janeiro.
Os projetos apresentados pela Coppe não significam para a Argentina apenas inovações tecnológicas de um país vizinho. Cada um dos seis trabalhos apresentados na Tecnópolis tem uma importância específica para a Argentina dentro do contexto atual de problemas que enfrenta nos setores de transporte e energia. “Temos que continuar adicionando valor para que haja mais e melhor trabalho para os nossos povos”, afirmou Cristina, durante o discurso de abertura da Feira.
Mobilidade urbana
O projeto Maglev-Cobra, o primeiro trem de levitação magnética da América Latina, surge no momento em que a Argentina está reavaliando toda sua política de transporte ferroviário, sucateado durante os anos 90 e que agora, com o país estabilizado, está exigindo investimentos públicos mais consistentes.
O governo Kirchner anunciou há alguns meses um bilionário projeto de modernização do sistema de transporte ferroviário urbano para, não apenas melhorar as condições dos trens, mas também garantir mais segurança. Em fevereiro de 2012 um grave acidente na estação central do bairro de Once deixou 51 mortos e mudou o rumo da política nacional de transportes. Nos próximos 21 meses, o governo Kirchner promete investir US$ 810 milhões na rede de trens suburbanos.
Na ponta do lápis e levando em consideração o custo de implantação do Maglev de US$ 15 milhões/km, com esse investimento poderiam ser construídos 54 quilômetros de vias do trem de levitação magnética projetado pela Coppe.
Para o sistema de ônibus urbano, a Coppe apresentou o H2+2, o ônibus híbrido movido a energia elétrica e a hidrogênio, com emissão zero de poluentes. Pode ser uma opção a ser incluída em um dos maiores projetos da prefeitura de Buenos Aires, chamado de Metrobus, que consiste em criar corredores expressos de ônibus, ligando pontos estratégicos da cidade.
Biocombustíveis
Os biocombustíveis de segunda geração apresentados pela Coppe também despertaram o interesse da presidente. Grande produtora de soja, a Argentina também tem muita tradição na produção e exportação de biocombustíveis, fabricado com o grão. No entanto, no primeiro trimestre deste ano, as fábricas que produzem biocombustível de soja registraram uma queda de 40% na fabricação do produto, segundo um relatório divulgado recentemente pela consultora Investigaciones Económicas Sectoriales (IES).
O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar seria uma excelente alternativa para alavancar a produção de biocombustível no país. Apesar de não ser um destacado produtor, existem em andamento projetos para ampliar a produção de cana-de-açúcar na Argentina. Recentemente, o Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (Inti) desenvolveu uma planta industrial na província de Tucumán, norte do país, para alojar cinco metalúrgicas fabricantes de equipamentos especialmente destinados à colheita de cana, com um investimento de US$ 180 milhões. Uma prova de que o país pretende aumentar a produção de cana, cujo bagaço é a matéria prima para a produção de etanol.
Em relação à diversificação de matrizes energéticas, o projeto da Usina de Ondas de Pecém também despertou grande interessa da presidente. Um dos maiores problemas da Argentina hoje é o déficit da sua balança energética. Segundo a imprensa local, somente em maio deste ano, a Argentina comprou US$ 1,55 bilhão em energia. No acumulado do ano, o valor de importação de energia chega a US$ 4,7 bilhões, ampliando o déficit energético.
Duarante sua visita no estande da Coppe em Tecnópolis, Cristina se mostrou particularmente interessada no prometo da usina projetada pela Coppe e já instalada no Ceará. Durante a apresentação feita pelo diretor de tecnologia e inovação da Coppe, Segen Estefen, Cristina perguntou sobre custos e prazos da nova modalidade de geração de energia, que também pode ser uma boa alternativa para a Argentina, que conta com mais de 4 mil quilômetros de costa.
Para a recém estatizada empresa de petróleo YPF, os projetos Azul e de Recifes Artificais, também apresentados na exposição, podem contribuir substancialmente para melhorar as condições de vida submarina e prevenir acidentes com a exploração de petróleo.
“Nossa presença aqui marca um primeiro passo para uma possível parceria. O Brasil e a Argentina possuem muitas características semelhantes, o que pode ajudar no aproveitamento das nossas tecnologias”, afirmou Segen. O pontapé incial já foi dado. Resta aos dois países agora intensificar o diálogo para que este intercâmbio possa se concretizar, beneficiando suas populações.
Veja abaixo mais imagens sobre a abertura da exposição da Coppe na Tecnópolis 2013: