Seminário internacional marca os 10 anos do LabOceano

Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias

Data: 29/04/2013

A importância das contribuições tecnológicas resultantes da parceria entre a Coppe e a Petrobras para exploração de petróleo no mar foi destacada na sessão de abertura do Seminário de Celebração dos 10 anos do Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano). O evento teve início nesta segunda-feira, 29 de abril, no auditório da Coppe. Assista aqui o vídeo do LabOceano da Coppe.

Cerca de 120 pessoas acompanharam a sessão inaugural do seminário, que contou com as participações do reitor da UFRJ, Carlos Antônio Levi da Conceição; do decano do Centro de Tecnologia da UFRJ, Walter Suemitsu; do diretor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa; do diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Segen Estefen; do diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras, José Antonio de Figueiredo; do coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe, Theodoro Antoun Netto; do coordenador do LabOceano, Paulo de Tarso Esperança; e do professor do LabOceano, Sérgio Sphaier.

Entre os presentes à sessão de abertura estavam o gerente executivo do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), Marcos Assayag; e o gerente geral de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia de Produção do Cenpes, Orlando José Soares Ribeiro. Participaram também representantes de empresas e instituições que patrocinam o evento; da Marinha do Brasil e de empresas do setor de petróleo, além de professores, pesquisadores e alunos da Coppe.

Ao falar sobre os 10 anos de atividade do LabOceano, o diretor de Engenharia da Petrobras lembrou que 2013 marca também os 50 anos da Coppe e os 60 anos da Petrobras e das afinidades entre as duas instituições. “Nessa jornada, nesse caminhar, algumas coisas em comum nos unem. Primeiro é o gosto pelo desafio. Segundo é o gosto pelo aprender”, afirmou José Antonio de Figueiredo, ex-aluno da Coppe, lembrando que a trajetória da Petrobras foi marcada por desafios desde a sua fundação, em 1953. José Figueiredo fez uma referência à desconfiança de alguns setores sobre a existência de reservas de óleo suficientes no Brasil, que justificassem a criação de uma empresa de petróleo.

O diretor da Petrobras fez uma breve retrospectiva da exploração de petróleo no mar e lembrou dos desafios tecnológicos que surgiram em função disso. Ao falar sobre a exploração da Bacia de Campos, em 1974, cujos poços estavam a quase 200 metros da lâmina d’água, lembrou do grande desafio que isso representava na época. “Na Bacia de Campos, precisávamos de grandes estruturas oceânicas. Não existia essa tecnologia no Brasil e nós fomos buscar no Mar do Norte. Fomos buscar e fomos aprender. Aí começa a nossa parceria com a Coppe. Uma grande parceria, não só desenvolvendo pesquisas, mas formando capital humano”, recordou. “Para a Petrobras e toda a sua diretoria é uma honra manter esse trabalho em conjunto com a Coppe e a UFRJ”, afirmou.

Os desafios foram se ampliando à medida que a profundidade dos poços aumentava. “Começamos a desenvolver com as universidades um trabalho articulado, em que a Coppe e a UFRJ foram duas das grandes âncoras na tecnologia para produzir petróleo em lâmina d’água profunda”, explicou José Figueiredo. Segundo ele, o pré-sal é o desafio do momento, mas não será o último. “Passados os 60 anos da Petrobras, os 50 anos da Coppe e os 10 anos do LabOceano, precisamos ter orgulho do que estamos construindo”, afirmou o diretor de Engenharia da Petrobras.

Para o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, a instituição tem muito orgulho da longa parceria com a Petrobras, que resultou em avanços tecnológicos na exploração do petróleo no mar. Em seu pronunciamento, o professor Pinguelli citou o empenho do engenheiro civil Fernando Lobo Carneiro, um dos pioneiros da Coppe, no processo de criação da Petrobras. O diretor da Coppe ressaltou também a característica da Petrobras de enfrentar os desafios e, na década de 1970, iniciar o trabalho de fazer as plataformas de produção de petróleo no mar. “Esse exemplo é magnífico, é o exemplo que a Petrobras dá ao Brasil”, afirmou.

Já o reitor da UFRJ, professor Carlos Levi, primeiro coordenador do LabOceano, que esteve à frente do laboratório no período de sua construção, falou sobre as perspectivas futuras do LabOceano. “Um laboratório com essa dimensão tem todas as condições de produzir resultados que vão, não só consolidar, mas ampliar a base de sustentação para continuidade da exploração de petróleo no mar”, explicou. “Por conta da qualidade do trabalho que é realizado, é com otimismo e percepção bastante positiva que eu olho para os próximos anos do LabOceano e vejo um cenário de grandes realizações e enormes contribuições para a tecnologia brasileira” afirmou o reitor da UFRJ.

E o futuro não está distante. A partir de junho próximo, pesquisadores do LabOceano participarão de um trabalho inédito no Brasil cujo objetivo é estudar o comportamento do mar em um sistema para geração de energia elétrica a partir do gradiente térmico existente entre a superfície e o fundo do mar. Uma fonte alternativa, limpa e renovável de geração de energia.

Atualmente, o LabOceano vem desenvolvendo, em parceria com a OceanPact, um simulador de manobras para operações de isolamento e recolhimento de óleo no mar. Uma solução extremamente importante em casos de derramamento. “O LabOceano é um laboratório de origem acadêmica, ligado ao Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, mas que rapidamente teve de aprender a interagir com as empresas da área naval e offshore, sem, no entanto, perder o seu DNA acadêmico”, afirmou o coordenador do LabOceano, na abertura do seminário. Paulo de Tarso Esperança aproveitou o evento para destacar a importância da parceria com a Petrobras. “A Petrobras foi, desde a concepção inicial do LabOceano, um parceiro essencial na construção do laboratório e na sua manutenção”, explicou.

No LabOceano está instalado o tanque oceânico mais profundo do mundo, com 15 metros de profundidade e mais 10 metros adicionais em seu poço central, 40 metros de comprimento e 30 metros de largura. O tanque tem capacidade para 23 milhões de litros d’água e altura equivalente a de um prédio de oito andares. É capaz de reproduzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas d’água superiores a 2 mil metros de profundidade.

Mais de 220 pessoas estão inscritas para acompanhar o seminário, que terá palestras de 20 especialistas do Brasil e do exterior, e prossegue até amanhã, 30 de abril. Entre os palestrantes do evento estão os professores Atila Freire, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos (NIDF) da Coppe/UFRJ; Dracos Vassalos, da Universidade de Strathclyde, Escócia; Frederick Stern, da Universidade de Iowa, Estados Unidos; Kazuo Nishimoto, da Universidade de São Paulo (USP); Odd Faltinsen, da Universidade de Trondheim, Noruega; Solomon Yim, da Universidade de Oregon, Estados Unidos; e Xuefeng Wang, da Shanghai Jiao Thong University, China. A programação completa pode ser conferida no site (www.laboceano.coppe.ufrj.br/10anos/).

O seminário é patrocinado pela Capes; Transpetro; Ministério da Educação; Halliburton; Faperj; EMC2; General Electric; FMC Technologies; BG Brasil; Schlumberger; Ambidados; ESSS; e V&M do Brasil.