Encontro internacional debate mobilidade verde na Coppe
Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias
Data: 19/10/2012
Até 2035 cerca de 3 bilhões de carros e caminhões estarão circulando pelas ruas e estradas em todo o mundo. Um volume três vezes maior do que a quantidade de veículos que trafega atualmente. Conciliar esse crescimento com a necessidade de preservar os recursos naturais e reduzir a emissão de CO2 é um dos desafios que o setor de borracha tem desde agora e que se manterá pelos próximos anos.
Atenta a esse desafio, a Lanxess, empresa líder mundial no fornecimento de borracha sintética de alto desempenho, promoveu no auditório da Coppe/UFRJ, dia 18 de outubro, o “Rubber Day Brasil”, que teve o conceito de “Mobilidade Verde” como tema central. Promovido em conjunto pela Lanxess e a Coppe/UFRJ, com apoio da Associação Brasileira de Tecnologia da Borracha (ABTB), o evento reuniu no Rio de Janeiro cerca de 300 pessoas, entre representantes das indústrias química e automotiva e de outros segmentos, especialistas e pesquisadores de diferentes países para debater questões relacionadas à produção de borracha sintética e a sustentabilidade. Esta foi a primeira vez que o evento de âmbito mundial, criado pela empresa em 2009, foi realizado em uma universidade.
O evento trouxe ao Brasil o CEO da Lanxess, Axel Claus Heitmann, que participou da mesa de abertura do encontro em companhia do presidente da Lanxess Brasil, Marcelo Lacerda; do diretor-adjunto de Tecnologia e Inovação da Coppe, José Carlos Pinto; e do diretor geral da IHS Automotive, Paulo Cardamone.
Ao participar da abertura do “Rubber Day Brasil”, o CEO da Lanxess, Axel Claus Heitmann, reiterou a estratégia do grupo em desenvolver materiais inovadores e de alto desempenho para reduzir a resistência à rolagem dos pneus. Levantamentos mostram que essa resistência é responsável por cerca de 20% do consumo de combustível dos automóveis, percentual que pode subir a 30% no tráfego urbano.
Mais investimento em pesquisa
Para alcançar esses avanços ambientais, a empresa está investindo em tecnologia de ponta, daí a importância de parcerias com centros de pesquisa, como a Coppe. “É por isso que estamos comprometidos com instituições como a Coppe. A Coppe está no centro dos novos desenvolvimentos do setor de pesquisa no Brasil”, afirmou Heitmann, adiantando que a Lanxess financiará bolsas para pesquisadores envolvidos em projetos de desenvolvimento dos chamados pneus verdes.
De acordo com Axel Heitmann, o grupo Lanxess investirá, nos próximos anos, R$ 75 milhões no Brasil na área de mobilidade verde, com a geração de 100 novos empregos. Heitman falou sobre os esforços que o governo brasileiro vem fazendo na área de ciência e tecnologia e destacou o programa Ciência sem Fronteiras, lançado há alguns meses pelos ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Para o presidente da Lanxess Brasil, Marcelo Lacerda, o país precisa formar duas vezes mais engenheiros do que vem formando a cada ano, quando 120 mil novos profissionais chegam ao mercado de trabalho. Para Axel Heitmann, a lacuna da formação de recursos humanos no Brasil deve ser solucionada rapidamente.
A Lanxess e a Coppe mantêm, há alguns anos, uma relação de parceria. Atualmente, discutem a possibilidade da criação de um programa de bolsas. Nos últimos anos, a empresa vem concedendo bolsas de complementação a alunos da Coppe e taxas de bancada para a aquisição de equipamentos e insumos. Já a Coppe vem desenvolvendo pesquisas relacionadas à produção de polibutadieno, um tipo de borracha à base de butadieno. O trabalho visa a melhorar as propriedades desses materiais e tornar os processos mais eficientes.
Segundo o diretor-adjunto de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, José Carlos Pinto, a questão da mobilidade verde é um tema de grande interesse para a Coppe. “A questão ambiental é de fundamental importância e está na pauta de discussões do nosso dia a dia”, destacou José Carlos Pinto, ao participar da cerimônia de abertura do “Rubber Day Brasil”.
Professor do Programa de Engenharia Química da Coppe, José Carlos Pinto falou sobre alguns dos projetos que a instituição vem desenvolvendo nesse segmento, como os estudos para extensão do tempo de vida dos plásticos por reuso, reciclagem mecânica e, sobretudo, por reciclagem química. “As empresas têm o conhecimento do mercado, trazem os problemas a serem resolvidos e as instituições de pesquisa, como a Coppe, estão preparadas para trabalharem em parceria na resolução desses problemas”, afirmou.
De acordo com José Carlos Pinto, a Coppe vem intensificando as pesquisas para produção de novos monômeros para serem utilizados na fabricação de pneus e outros materiais. “O Brasil tem potencial para ser o país mais importante nessa área”, concluiu.