Coppe aposta em transporte com emissão zero e etanol sustentável
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Data: 18/06/2012
Maglev-Cobra, H2+2 e etanol 2G. Os três projetos da Coppe/UFRJ apresentados na Rio+20 prometem revolucionar os transportes coletivos e o abastecimento de veículos, com redução da emissão de poluentes no ar. Eles foram discutidos no quarto dia do ciclo de palestras do evento O futuro sustentável – Tecnologia e inovação para uma economia verde e a erradicação da pobreza, que aconteceu nesta segunda-feira, 18, na Cidade Universitária.
“A Rio+20 serve para mostrar a importância da sustentabilidade de projetos como esses. As pessoas sofrem muito com os serviços de transporte, no tráfego congestionado das megacidades, e o Maglev-Cobra surge como alternativa, apostando na levitação magnética”, disse o professor Richard Stephan, coordenador do Laboratório de Aplicações de Supercondutores do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ.
Lembrando que a poluição atmosférica produzida pelos veículos é um problema crescente nas regiões metropolitanas brasileiras, o professor Paulo Emílio de Miranda, coordenador do Laboratório de Hidrogênio da Coppe/UFRJ, defendeu mais investimentos em veículos não poluentes, como o H2+2, um ônibus híbrido a hidrogênio com tração elétrica: “O petróleo é precioso demais para ser queimado nos carros. Só 0,4% da eletricidade produzida é usada no transporte.” O ônibus roda cem quilômetros com cinco quilos de hidrogênio e emissão zero de poluentes, além de ser silencioso.
Segundo o professor, o país avança na diversificação das fontes de energia, mas pode ir mais longe. “Hoje, 47,5% da matriz energética brasileira vêm de fontes renováveis, mas usa-se pouco o hidrogênio. Com o potencial da transformação de biomassa, o país poderá ser o maior produtor mundial de hidrogênio”, enfatizou.
A produção de etanol no Brasil também pode crescer e garantir o abastecimento interno, a partir do aproveitamento de resíduos da agroindústria que são desperdiçados. O projeto do etanol de segunda geração ou 2G, que aproveita o bagaço e parte da palha da cana que hoje é queimada, foi apresentado pela coordenadora do Laboratório de Tecnologia Enzimática do Instituto de Química, Elba Bon. Maior produtor mundial de combustível a partir da cana, com 24 bilhões de litros por ano, o país aproveita apenas um terço do potencial energético da planta. Para investir na pesquisa e melhorar esse rendimento, a UFRJ abrirá em breve um laboratório de bioetanol na Cidade Universitária.
“Hoje, há mais de mil pesquisadores trabalhando com etanol e a UFRJ lidera esse estudo. Há muito a ser feito para a melhoria do processo, que colaborará com a redução de emissões ao usar mais a palha da cana, dobrando a produção brasileira sem aumentar a atual área plantada, evitando desmatamento”, disse a professora.