Coppe entrega Prêmio Giulio Massarani – Mérito Acadêmico

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Data: 24/09/2012

Os professores premiados, Roberto Schaeffer e Jayme Szwarcfiter

Em cerimônia marcada por lembranças sobre a trajetória da Coppe/UFRJ e reflexões sobre o papel da universidade e o conceito de liberdade acadêmica, a Diretoria da Coppe/UFRJ entregou, dia 24 de setembro, o Prêmio Coppe Giulio Massarani – Mérito Acadêmico 2011. Os professores Jayme Luiz Szwarcfiter, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (Pesc), e Roberto Schaeffer, do Programa de Planejamento Energético (PPE), foram os premiados desta edição.

O diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, participou da mesa de abertura da solenidade, realizada no auditório da Coppe no Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Cidade Universitária. Ao seu lado estavam o diretor de Assuntos Acadêmicos, Edson Watanabe, e a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Débora Foguel, representando o reitor, Carlos Antonio Levi. Na plateia, alunos, professores, companheiros de trabalho e familiares dos homenageados.

Os professores Edson Watanabe, Débora Foguel e Luiz Pinguelli Rosa na mesa de abertura

Coordenador da premiação, criada em 1998, o professor Edson Watanabe explicou os critérios para concessão do Prêmio Coppe, baseados na produção acadêmica e na trajetória profissional dos docentes. A avaliação considera a produtividade dos professores nos últimos três anos, o número de orientações a alunos de mestrado e doutorado, e os trabalhos publicados em congressos e periódicos científicos nacionais e internacionais, entre outros itens.

A pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ destacou o trabalho realizado pelo professor Giulio Massarani, um dos fundadores da Coppe, falecido em setembro de 2004, e que desde 2005 teve seu nome associado ao Prêmio Coppe – Mérito Acadêmico e à Jornada de Iniciação Científica da UFRJ. Débora Foguel destacou, também, a trajetória e as contribuições dos professores premiados.

O professor Luiz Pinguelli Rosa também falou sobre os homenageados. Lembrou que a dissertação de mestrado de Roberto Schaeffer, de quem foi orientador, apontou problemas com a hidreletricidade em Tucuruí. Na época, Schaeffer era engenheiro da Eletronorte, a responsável pela usina, e sofreu muita pressão interna, o que levou o professor Pinguelli a contatar o ex-vice-presidente da República, Aureliano Chaves. Ao falar sobre o professor Jayme Luiz Szwarcfiter, Pinguelli destacou o seu papel fundamental para o desenvolvimento da informática na UFRJ e no Brasil.

Jayme Szwarcfiter – excelência em tudo que faz

Professor Nivio e o premiado Jayme Szwarcfiter

Padrinho de Jayme Szwarcfiter na cerimônia, Nivio Ziviani, professor emérito do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), afirmou que as realizações de Jayme são dignas de permanecer na memória. O professor citou a importância da dissertação de mestrado de Jayme, que tratava de informatização da biblioteca da Coppe, quando as bibliotecas eram fundamentais para os professores. “O professor Jayme exala excelência acadêmica em tudo o que faz. Hoje, seus alunos são professores doutores de várias universidades espalhadas pelo Brasil e pelo mundo”, disse o professor Nivio.

Ao iniciar seu discurso, o professor Jayme disse que, assim como o professor Pinguelli ao receber o Mérito Acadêmico, sentia estar recebendo o prêmio mais importante de sua carreira, por ter sido escolhido por seus pares da universidade. Ao falar de seus 50 anos vivenciados na UFRJ, como aluno e professor, Jayme destacou as dificuldades na Cidade Universitária na década de 60, quando a mesma era cercada por palafitas (onde hoje é a comunidade da Maré), e como tudo se transformou até o início de década de 1970, quando foi contratado pela Coppe e iniciou seu mestrado na instituição.

Jayme relembrou ainda seus tempos de graduação, quando ia frequentemente à Escola de Química da UFRJ, na Praia Vermelha, para dar aulas a vestibulandos. Contou que certa vez observou um burburinho envolvendo um grupo de professores, e mais tarde ficou sabendo que o grupo conversava sobre a criação de uma pós-graduação na UFRJ. Não sabia, na ocasião, que testemunhava a criação da Coppe.

Ao avaliar tudo o que aconteceu de 1963 até os dias de hoje, quando há uma Ponte do Saber (nome da ponte estaiada) no lugar das palafitas, Jayme questionou os próximos 50 anos, convocando os atuais alunos da Coppe e do Brasil a continuarem contribuindo para o desenvolvimento social do país.

Empenho e disciplina marcam a carreira de Schaeffer

Giovani Machado e o premiado Roberto Schaeffer

Primeiro aluno a concluir o ciclo de mestrado e doutorado sob a orientação de Roberto Schaeffer, o economista Giovani Machado, superintendente de Petróleo e Gás Natural da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), foi o seu padrinho na cerimônia. “A dedicação, o empenho, a excelência, a ética, a postura profissional e o comprometimento estão entre as características de Schaeffer.”, destacou o economista, lembrando da disciplina e do empenho de seu ex-professor, que podia ser visto pelos vizinhos, aos domingos, trabalhando na varanda do seu apartamento.

Após agradecer o Prêmio Coppe Giulio Massarani, Roberto Schaeffer fez uma reflexão sobre o conceito de academia ao longo do tempo, desde Platão. O professor citou ainda a pressão crescente exercida sobre os pesquisadores para publicação de artigos, e fez uma última reflexão, dessa vez sobre a liberdade acadêmica que, segundo ele, requer uma contrapartida, a responsabilidade acadêmica. “Existe claramente uma dissonância entre o papel que a sociedade enxerga para a universidade e a maneira com que a própria universidade vê a si própria”, afirmou.

Saiba mais sobre a trajetória pessoal e profissional dos professores premiados acessando os links abaixo (seção Perfil do Planeta Coppe):

Roberto Schaeffer

Jayme Szwarcfiter