Coppe entrega Mérito Acadêmico em marcante cerimônia
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Data: 25/11/2011
Além de emocionante, a cerimônia de entrega do Prêmio Coppe Giulio Massarani – Mérito Acadêmico 2010, realizada dia 17 de novembro, foi marcada pelos diferentes estilos de oratória e características distintas dos contemplados. Os professores premiados, Frederico Jandre, José Seixas e Alexandre Szklo fizeram discursos declarando ou deixando transparecer, respectivamente, nervosismo, empolgação e timidez. No meio de uma admirada platéia que acompanhava atentamente cada palavra, soltando algumas gargalhadas, havia três ilustres presenças que fazem a diferença na vida dos premiados: Clarinha (4), Daphne (7) e Maria Isabel Seixas (89), na ordem filhas de Jandre e Szklo e mãe de Seixas.
Após o diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, ressaltar na abertura da solenidade que o Mérito Acadêmico tem um significado muito grande para a instituição, o diretor de Assuntos Acadêmicos da Coppe, Edson Watanabe, explicou o critério da premiação criada em 1998 e fez humorados comentários dos premiados ou de seus familiares. Ao falar do professor e atleta Jandre, lembrou que em 2009 o intimou a formar dupla para competir em uma maratona na Cidade Universitária. Jandre obedeceu e juntos ficaram em 5º lugar na categoria de 80 a 89 anos (somatório das idades).
De acordo com o professor Watanabe, dona Maria Isabel sempre liga para ele em todas as datas comemorativas, seja dia dos professores, dos engenheiros, ou outras. Isso desde o dia em que teve que entrar em contato com a Coppe para resolver um problema de documentação de seu filho, o professor Seixas, que estava em viagem na Europa. Watanabe também destacou a presença das filhas dos professores Szklo e Jandre e o carinho e a paixão que seus pais têm por elas. Ao final da abertura do evento, a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ, Debora Foguel, declarou que feliz é a universidade que tem a iniciativa de valorizar seus pesquisadores como a Coppe faz com essa premiação.
Padrinho de Frederico Jandre, o professor Antonio Giannella Neto, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe, disse que trabalhar com Jandre foi um presente recebido e que, quando aluno, ele se destacou como genial e complexo. Gianella lembrou que, às vezes, o jovem premiado sumia, mas quando reaparecia trazia soluções, em vez de problemas. O padrinho também comentou sobre uma aula de Jandre na qual a didática e a intimidade da explicação o levaram a chamar um vetor de “vetorzinho” e brincou: “Ele conseguiu uma notinha proporcional ao vetorzinho”. Gianella concluiu seu discurso com destaque ao rigor ético e o empenho de Jandre: “É uma pessoa com quem tenho a honra de compartilhar minha vida científica e também minha vida plena”.
professor Frederico Jandre iniciou seu discurso confessando ter tomado um susto quando foi chamado à sala do Diretor Acadêmico da Coppe para receber a indicação ao prêmio: “Deu zebra num daqueles processos cabeludos que eu peguei”, pensou ele, “e a coisa dói feia”, supôs ao perceber a presença de outros dois professores na reunião. O professor relembrou os acasos fortuitos de sua vida, recapitulando a própria trajetória de vida, desde as férias de infância no sítio dos avós, em Niterói, até a entrada no Programa de engenharia Biomédica da Coppe como professor em 2002. Ele dedicou o prêmio aos seus ex professores, aos colegas de trabalho, alunos, amigos e família. “Seja soltando pipa ou discutindo assuntos transcendentais, eles me fizeram ser como eu sou”, declarou. Ao final, completou: “Recapitular a história que me trouxe a essa premiação é perceber que ela é uma sucessão de acontecimentos fortuitos. Construir o futuro é estar pronto para ser um desses acasos construtivos a cada encontro”.
O professor Luiz Pereira Calôba, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe, padrinho de José Seixas, destacou que a dupla formação do premiado, em engenharia e matemática, o tornou muito capacitado, proporcionando uma espantosa quantidade de atividades simultâneas. Ao relembrar a trajetória de Seixas, Calôba citou que descobriu seu potencial desde o início, a ponto de mandá-lo sozinho para o CERN, em Genebra, no começo do doutorado, onde acabou abrindo uma das várias linhas de pesquisas que coordena até hoje. Calôba ainda disse que, em 20 anos, Seixas foi excepcional na formação de novos engenheiros e cientistas, ressaltando que foram mais de 200 alunos capacitados, incluindo os de iniciação científica e do colégio de aplicação da UFRJ. “Ele ter recebido o prêmio Mérito Acadêmico foi excepcional e mais do que merecido”, concluiu Calôba.
O professor José Seixas iniciou seu discurso falando que Calôba foi um grande pai e que foi ele quem o incentivou a ingressar no doutorado e prestar concurso para a UFRJ, o que o deixava inquieto e pensativo. “Como será isso, ser doutor e colega de Calôba?” Com os olhos brilhando de felicidade e com tom empolgado, Seixas contou toda sua vida, da infância aos dias atuais e, por mais de uma vez, citou a senhora Maria Isabel de Seixas, sua mãe, que mesmo não possuindo o primário completo sempre o incentivou a estudar. Após falar da importância da Marinha como outra instituição importante em sua trajetória e formação, o professor destacou o papel da Coppe para o desenvolvimento do Brasil que, cada vez mais, deixa de ser coadjuvante no cenário mundial. “E nós ainda ganhamos para trabalhar com esse pessoal”.
Ao fazer a saudação ao professor Alexandre Szklo, seu padrinho Maurício Tolmasquim, professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe, destacou a competência profissional do homenageado. “O professor Szklo é um intelectual. Uma pessoa com uma capacidade muito grande”, afirmou Tolmasquim, orientador de Szklo no doutorado e com quem desenvolveu trabalhos que deram origem a livros. Destacou também a preocupação de Szklo com as questões sociais e sua dedicação ao Programa de Planejamento Energético. “Ele é um dos responsáveis pela boa avaliação do Programa pela Capes”. Ao citar a sólida formação cultural do colega, leitor de grandes clássicos da literatura e autor de livros, Tolmasquim lembrou da qualidade dos textos redigidos por Szklo. “Até nos relatórios técnicos ele usava um rigor não habitual entre os engenheiros”.
No depoimento mais emocionado da cerimônia, o professor Alexandre Szklo iniciou seu discurso confessando sua timidez e agradecendo a presença da família, da filha Daphne, da esposa Ana Carolina e de seus alunos. Ao ver os estudantes na platéia, o professor disse que todos eles contribuíram para a conquista do prêmio e, por isso, deveriam ser agradecidos. Alexandre Szklo também fez questão de agradecer a Maurício Tolmasquim, lembrando que ele foi fundamental na época do doutorado e para que ele permanecesse na Coppe, no período em que recebeu convites para trabalhar em outros locais. Ao lembrar da infância, mais um momento de emoção, ao citar o período em que o pai, por motivos alheios à sua vontade, ficou desempregado. Alexandre Szklo, que anos antes recebera o Prêmio Mérito Acadêmico na categoria Jovem, destacou a importância da homenagem “Este prêmio tem um valor inestimável. Estou extremamente feliz e honrado”, disse.