Cresce o número de empresas geradas em laboratórios de pesquisa
Planeta COPPE / Incubadora de Empresas / Notícias
Data: 27/12/2010
Cresce o número de novas empresas de base tecnológica que surgem como resultado de pesquisas acadêmicas – os chamados spin-offs –, na Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ. Ao longo de 15 anos de atividade, das 43 empresas que já passaram pela Incubadora, 25 são spin-offs e, atualmente, das 18 empresas residentes, 14 nasceram nos laboratórios da Coppe ou de pesquisas desenvolvidas dentro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No total, a Incubadora já recebeu 39 empresas com esse perfil, que buscam suporte empresarial especializado em empreendedorismo inovador.
“Os spin-offs são empresas gerenciadas por pesquisadores, engenheiros e alunos, que estão focados no desenvolvimento de novos produtos inovadores e deixam a parte gerencial da empresa a desejar. A Incubadora vem preencher essa carência auxiliando a implantação de novos negócios com orientação empresarial especializada”, explica a gerente de operações da Incubadora da Coppe/UFRJ, Lucimar Dantas.
Segundo Lucimar, esse crescimento começou a ser observado, principalmente, com o apoio da Lei de Inovação, que incentiva a transferência de conhecimento acadêmico para o mercado. “O surgimento de novos spin-offs na Incubadora é um demonstrativo do fortalecimento da Lei de Inovação e da herança cultural deixada pelas primeiras empresas que chegaram à Incubadora , além de diversas ações de incentivo ao empreendedorismo inovador oferecidas pela universidade, governo e programas de subvenção que aumentaram, significativamente, nos últimos cinco anos”, afirma Lucimar.
Virtualy e Pam Membranas: dois casos de sucesso
A Virtualy e a Pam Membranas são exemplos de empresas que surgiram a partir de pesquisas na universidade, que se instalaram na Incubadora, e hoje estão se consolidando no mercado em que atuam. A Virtualy começou a ser elaborada em 2006, a partir de pesquisas realizadas no Grupo de Realidade Virtual Aplicada do Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (LAMCE), da Coppe. Mas a ideia de levar o conhecimento para o mercado só surgiu em 2008, com a implantação da Virtualy, uma empresa especializada no desenvolvimento de simuladores. Ainda em 2008, a empresa entrou para o time de residentes da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, onde permanece instalada.
Atualmente a empresa oferece diferentes modelos de simuladores para operações portuárias e offshore, para treinamento em guindaste de bordo, portainer, ponte rolante e caminhões, entre outros equipamentos. Os simuladores foram desenvolvidos para facilitar e reduzir os custos com treinamento de profissionais especializados na operação de guindastes no Brasil e garantir segurança e agilidade nas operações, reduzindo custos e aumentando a produção.
Para o diretor da empresa, Gerson Cunha, que também é pesquisador da Coppe e licenciado pela Lei de Inovação, o sucesso da empresa só foi possível graças aos incentivos vindos da universidade, do governo e da iniciativa privada. “Um empreendimento de base tecnologia é um investimento de alto risco. O apoio da universidade e de outros programas foi muito importante na implantação da Virtualy”, afirma.
A Pam Membranas é outro exemplo de transferência de tecnologia que deu certo. A empresa graduada da Incubadora e instalada no Parque Tecnológico da UFRJ nasceu em 2004, como spin-off do Laboratório de Processos de Separação com Membranas da Coppe/UFRJ, e hoje conta com crescimento anual de cerca de 50%. A iniciativa partiu dos colegas de academia Ronaldo Nóbrega, Alberto Claudio Habert e Cristiano Borges, todos professores da Coppe, e o ex-aluno Roberto Bentes, que se uniram para criar a primeira empresa da América Latina a fabricar membranas para microfiltração.
Segundo o diretor da Pam, o professor da Coppe aposentado Ronaldo Nóbrega, as membranas de microfiltração começaram a ser desenvolvidas ainda em 1990, dentro da universidade. “É muito importante que aconteça transferência de tecnologia para que o conhecimento gerado na universidade retorne à sociedade como benefício. Foi com esse objetivo que resolvemos aplicar no mercado a tecnologia de membranas de microfiltração, desenvolvida durante anos de pesquisa”, afirma Ronaldo. Atualmente, a empresa conta com 22 funcionários qualificados e tem em seu portfólio importantes clientes como a Petrobras, Dell e Walmart.
Os processos de separação com membranas podem ser aplicados na purificação da água para consumo ou reúso e em outras situações como no tratamento de efluentes, purificação de meios, clarificação de bebidas, sanitização do leite e outras bebidas lácteas, recuperação de corantes, concentração de tintas, produção de água estéril para hospitais, aplicações farmacêuticas e, ainda, tratamento final de água oleosa proveniente da extração e produção de petróleo.
Mais recentemente, com o apoio de um projeto de subvenção econômica da Finep, a empresa está trabalhando no desenvolvimento de novas membranas e de módulos para hemodialisadores ou “rins artificiais”. Atualmente, não existe no país quem produza membranas para hemodiálise, produto até hoje importado.
Incubadora em números
Ao longo de 15 anos de atividade a Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ já graduou 43 empresas e atualmente mantém 18 empresas residentes e instaladas. Mais de 90 produtos e serviços inovadores já foram desenvolvidos e comercializados pelas empresas residentes e graduadas, sendo que 15 desses produtos tiveram pedidos de patente. Dos mais de 620 empregos gerados por essas empresas, 57% são qualificados , voltados para doutores, mestres e técnicos especializados. Em 2008, o faturamento gerado por todas essas empresas chegou a R$ 66 milhões. O faturamento em 2009 fechou em R$ 46 milhões e não inclui a empresa graduada PGT, adquirida pela companhia Vale. Saiba mais sobre a Incubadora da Coppe no site.