Aluno da Coppe projeta jangada acessível
Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias
Data: 05/10/2010
Pesquisadores da Coppe desenvolveram uma jangada especialmente adaptada para possibilitar que portadores de deficiência física ou com mobilidade reduzida desfrutem passeios no mar, com segurança e comodidade. Fruto do trabalho desenvolvido pelo arquiteto e urbanista Jorge Luiz Silva, no Curso de Especialização Superior em Ergonomia (Ceserg) da Coppe, sob a orientação do professor Mario Cesar Vidal, do Programa de Engenharia de Produção, o projeto Jangada Acessível vem sendo testado com sucesso nas piscinas naturais da Pajuçara, em Maceió.
“A ideia foi criar uma estrutura simples, tanto para o usuário como para o jangadeiro. Mais larga que a tradicional, a jangada acessível conta com espaços facilmente adaptáveis para o transporte de pessoas que têm pouca mobilidade ou mesmo para aquelas acompanhadas de crianças. Essa embarcação proporciona mais estabilidade e segurança”, explica Jorge.
Para desenvolver a concepção das embarcações, o arquiteto contou com o apoio do Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias do Programa de Engenharia de Produção da Coppe. Construídas com madeiras de pequi, jaqueira e maçaranduba, as duas primeiras jangadas fabricadas a partir deste projeto já se encontram em operação. Denominadas Acessibilidade I e II, elas medem 6,45 metros de comprimento e 1,98 metro de largura e podem comportar até seis pessoas, duas das quais portadores de cadeira de rodas. Uma terceira jangada começará a ser construída no mês de outubro.
Outro ponto importante do projeto é contribuir para a organização da atividade de jangadeiro, tema do trabalho desenvolvido por Jorge Luiz no curso de especialização concluído na Coppe. Segundo o arquiteto, com a implantação do projeto, alguns jangadeiros que realizam o passeio às piscinas naturais da Pajuçara já estão mais conscientes da necessidade de criar uma associação para gerenciar e coordenar suas atividades e buscam o apoio do Sebrae.
Para a execução da jangada acessível, o arquiteto ergonomista, que desenvolve projetos de acessibilidade e melhoria de qualidade de vida, contou com a parceria do jangadeiro e carpinteiro Dinho, responsável pela construção da jangada que leva cerca de 40 dias para ficar pronta. Outro artesão, Durval Joaquim, construiu a esteira de bambu que serve para facilitar o acesso do cadeirante pela areia da praia até a jangada.
“A praia de Pajuçara, em Maceió, a exemplo de outras no Nordeste, oferecem ótimas condições topográficas, com suas águas abrigadas pelos arrecifes que favorecem a implantação do projeto e de um espaço em que todas as pessoas, incluindo aquelas com deficiência, possam usufruir de lazer com segurança e independência.”
“Escolhemos Maceió porque sua orla está acima da média nacional do que estabelece a Norma Técnica de Acessibilidade. Além disso, a cidade possui o aeroporto que oferece as melhores condições de acessibilidade do Brasil. Com as jangadas, estamos dando um passo adiante na cidadania e na acessibilidade ao lazer na orla”, festeja Jorge Luiz.
O projeto Jangada Acessível contou com apoio da Prefeitura Municipal de Maceió, da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), da Secretaria Municipal de Promoção de Turismo (Semptur) e da Secretaria Municipal de Convívio Urbano O sucesso do projeto tem atraído novas parcerias como a petroquímica Braskem, o Radisson Hotel de Maceió e a Caixa Econômica Federal.