Começa o Desafio Solar Brasil
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Data: 18/10/2009
Foi dada a largada, dia 18 de outubro, do Desafio Solar Brasil, primeiro rali de barcos movidos à energia solar realizado no país. Por causa da forte chuva, que atrasou a inspeção e montagem dos barcos, a largada foi adiada e o prólogo, percurso de 7 Km que define o grid de largada, teve de ser realizado no domingo. Dos 14 barcos inscritos na competição, que acontece até o dia 24 de outubro, na cidade de Paraty, no Rio de Janeiro, quatro são conduzidos por professores, pesquisadores e alunos da Coppe. Organizada pela UFRJ, a competição terá, ao todo, seis dias de prova, com quatro horas e 40 km de percurso em cada etapa.
Nesta segunda-feira, dia 19, as equipes largam separadamente com diferença de um minuto para cada uma. O grid de largada ficou definido como: 1º Vento Sul (UFSC); 2º Búzios (Coppe/UFRJ); 3º Água Viva (Instituto Náutico de Paraty); 4º Cajaíba (Coppe/UFRJ); 5º Ipanema (UFRJ); 6º Projeto Grael (Instituto Rumo Náutico/Niterói); e 7º Albatroz (Instituto Politécnico da UFRJ em Cabo Frio). As equipes Gabriela, Carcará, Arpoador e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, que finalizaram seus barcos fora do tempo previsto, tiveram a ordem de saída sorteada no final.
Das quatro embarcações da Coppe inscritas no evento, os barcos Carcará e Gabriela foram construídos com tecnologia própria, desenvolvida no Laboratório de Mecânica da Turbulência (LabMecTurb) da Coppe sob a coordenação do professor Átila Pantaleão. Os outros dois barcos, batizados de Cajaíba e Búzios, também coordenados [IMAGpor professores da Coppe, estão utilizando a estrutura padrão fornecida pela organização do evento e são capitaneados, respectivamente, pelos professores Guilherme Rolim, do Programa de Engenharia Elétrica e Mauricio Arouca, do Programa de Planejamento Energético.
Carcará é pilotado por engenheira experiente na arte de velejar
Carcará é pilotado pela aluna de mestrado do Programa de Engenharia Mecânica da Coppe, Fernanda Beatriz de Carvalho Cerveira, e pelo aluno de graduação de Engenharia Mecânica, Victor Gonçalves. O barco Gabriela é conduzido pelo aluno de mestrado, José Luiz Zanon Zotin, da Engenharia Mecânica da Coppe.
Única mulher a integrar a equipe, Beatriz costuma velejar nas horas vagas, diferente dos seus colegas do laboratório que terão sua primeira experiência no mar durante a competição. Mas nesse quesito, mais importante que a experiência, é ter o peso adequado, ou seja, cada piloto deve ter no mínimo 70 kg. Caso o peso seja menor, deve compensar com lastro. “A vantagem de pesar menos é que podemos escolher onde distribuir o peso, buscando o melhor rendimento da embarcação”, explica Beatriz, que com seus 50 kg já entra na competição beneficiando sua equipe.
O time que representa o laboratório na competição é formado por dez estudantes de mestrado e de graduação das áreas de Engenharias Mecânica, Naval e Elétrica. Para aumentar a competitividade de Carcará e Gabriela, a equipe do laboratório de Mecânica da Turbulência vem apostando suas fichas no aumento da eficiência do propulsor, responsável pelo arranque do barco. A ideia é proporcionar maior velocidade utilizando pás (hélices) esbeltas e com maior diâmetro. Os pesquisadores desenvolveram também um programa de simulação numérica para auxiliar a equipe na concepção do projeto de um propulsor com o dobro de eficiência de modelos disponíveis no mercado. O custo médio estimado de cada embarcação é de R$ 30 mil.
O casco também sofreu alterações e foi preparado para enfrentar situações de ondas no mar. “Nosso diferencial está na distribuição do volume do barco, que tem a proa um pouco mais larga. Como a embarcação é leve e oferece pouco atrito à água, optamos por dar maior estabilidade, permitindo furar as ondas”, explica Luís Fernando de Lucca, um dos componentes do time LabMecTurb.
Cadeira de praia sobre o casco: um diferencial da equipe Cajaíba
O Cajaíba, barco da equipe da Engenharia Elétrica da Coppe, está sendo pilotado pelo pesquisador Ocione José Machado. De acordo com Ocione, a embarcação tem como diferencial a utilização de dois motores e um toque de estilo. O Cajaíba utiliza uma cadeira de praia sobre o casco do barco. A equipe, uma das primeiras a testar a embarcação na água, avaliou toda a adequação da potência dos motores ao hélice e casco do barco.
Equipe Búzios adaptará barco movido com gerador eólico
O barco da equipe Búzios está sendo pilotado por André Luiz Garcia Martins. Coordenada pelo professor Maurício Arouca, a equipe formada pelos pesquisadores do Programa de Planejamento Energético da Coppe, Alan Emanuel e Daniel Moreira, e alunos do TecNaval – curso de especialização em construção naval para estudantes do segundo grau – desenvolveu formas de tração naval baseadas no uso de fontes alternativas. O grupo montou uma bancada de desenvolvimento de um motor para geração de energia elétrica a partir dos ventos. Após a competição de Parati, o barco será adaptado para ser movido com um gerador eólico cujos testes serão realizados na Baia da Guanabara nos próximos meses.