Concreto ecológico reduz emissão de CO2 na atmosfera
Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias
Data: 04/12/2007
A luta para diminuir as emissões de gases poluentes na atmosfera ganha mais um aliado. Pesquisadores do Programa de Engenharia Civil da COPPE desenvolveram um novo concreto capaz de reduzir as emissões de gás carbônico geradas pela indústria de cimento, que responde por 7% da emissão de CO2 na atmosfera, um dos gases responsáveis pelo aquecimento global. O concreto ecológico pode substituir em até 40% a quantidade de cimento na mistura tradicional para a preparação do concreto, possibilitando a redução da poluição gerada pela indústria do cimento. A pesquisa foi coordenada pelos professores da COPPE, Romildo Toledo e Eduardo Fairbairn.
As novas opções de matéria-prima para substituição parcial do cimento na produção de concreto foram testadas com sucesso, tanto no laboratório de Engenharia Civil da COPPE, como na prática, ao serem usadas na construção da Casa Ecológica, na Cidade Universitária, na Ilha do Fundão.
Segundo Romildo, é possível diminuir ainda mais a emissão de gases do efeito estufa na produção do concreto. Para isso, basta substituir 20% do cimento comum por outras substâncias, como cinzas do bagaço da cana, de casca de arroz ou resíduos cerâmicos e pó de telha. O cimento é um dos principais poluidores no processo produtivo do concreto. “Essas alternativas podem reduzir em até 2,3 milhões de toneladas a emissão anual de CO2 da indústria de cimento”, garante o professor da COPPE. “O concreto ecológico permitirá o aproveitamento desses elementos, que resultam no acúmulo de cerca de 20 milhões de toneladas por ano sem fins em processos de produção. Com essas alternativas de uso, resolveríamos vários problemas de uma só vez”, conclui Romildo.
Além da redução de impacto no meio ambiente, o uso destas substâncias no lugar do cimento melhora a qualidade do concreto. Com estudos de resistência de durabilidade acelerada, os professores simularam o desgaste sofrido a longo prazo pelas estruturas e concluíram que a durabilidade é maior. A redução dos desgastes torna o material mais adequado à construção de grandes estruturas, como prédios e barragens.
Outras substâncias apresentadas no estudo como alternativas ao cimento são as cinzas de lodo sanitário, que podem ser obtidas em estações de tratamento de resíduos urbanos. Segundo os pesquisadores, até mesmo o entulho de obras pode ter utilidade na mistura do concreto, substituindo a brita e a areia. “Consideradas sem utilidade, essas substâncias não possuem um destino certo, sendo descartadas após o processo produtivo. Fazer uso delas significa também reduzir depósitos de resíduos no meio ambiente”, destaca Fairbairn.