Evando Mirra ressalta na aula inaugural que inovação tecnológica corresponde hoje a 50% do crescimento dos países
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Data: 10/03/2006
Diante de um auditório lotado e de uma platéia atenta, o Diretor da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Evando Mirra, proferiu a aula inaugural da COPPE, dia 9 de março. Com a maestria de quem domina o tema e a familiaridade de quem já foi da casa, Mirra, o ex-aluno de mestrado da COPPE, ressaltou a importância da inovação tecnológica para o desenvolvimento de um país. De acordo com dados da OCDE apresentados pelo palestrante, a inovação corresponde hoje a 50% do crescimento econômico dos países industrializados. A cerimônia que deu início ao ano letivo da COPPE também contou com a presença do Diretor Acadêmico da COPPE, Fernando Rochinha, representando a diretora da instituição, professora Angela Uller, e do Pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, José Luiz Fontes Monteiro, representando o Reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira.
“Nossa capacidade de inovar é reafirmada em todos os espaços onde ela é tentada”, afirmou Evando Mirra, destacando o potencial brasileiro, apesar de considerar que os espaços para a inovação no País ainda permaneçam minoritários. O diretor da ABDI citou em sua palestra exemplos de empresas, cuja parceria com universidades e centros de excelência, resultou em inovações que levaram o Brasil a posição de destaque no mercado internacional, entre elas Petrobras, Embraer e WEG. Lembrou também alguns casos de sucesso, onde a tecnologia brasileira é considerada referência internacional como, por exemplo, o sistema de urnas eletrônicas, que possibilita obter em menos de 24 horas o resultado das eleições realizadas em todo o País.
A ciência e a tecnologia trilharam caminhos diferentes até o século XVII. Segundo Mirra, foi a partir a interação destas duas vertentes do conhecimento que a inovação tecnológica avançou e a pesquisa passou a ser vista como fonte de riqueza. Para ilustrar sua afirmação, o palestrante apresentou a trajetória do conhecimento que resultou na descoberta da luz elétrica, ressaltando a personalidade empreendedora do cientista Thomas Edson. “Ele conseguiu financiamento para desenvolver seu invento e ainda descobriu um nicho de mercado para as lâmpadas, que foram as residências. Evitou começar pela iluminação pública, que na época era a gás, prevendo a resistência das grandes empresas que controlavam o setor. Só partiu para a iluminação pública depois que a experiência com o uso de lâmpadas nas residências já tinha sido aprovada pela opinião pública”, relata Mirra.
Segundo Mirra, tecnologia não se importa, se transporta. Nenhuma técnica é uma ilha. “Só conhecemos verdadeiramente aquilo que fazemos ou realizamos”, afirmou Mirra, citando o filósofo Giambattista Vico, ao defender a necessidade de se investir na inovação e na capacitação. Durante toda a conferência o palestrante recorreu a analogias, citando artistas, filósofos e cientistas para expressar sua visão sobre o tema e concluiu convocando a platéia, repleta de futuros pesquisadores, a inspirar-se nos cavaleiros templários. Segundo Mirra, esses cavalheiros não esmoreciam jamais. A cada final de batalha renovavam seus símbolos, bordados em estandartes, ao que denominavam inovare, termo que dá origem à palavra inovação.