COPPE e Petrobras instalam Recifes Artificiais em Rio das Ostras
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 11/10/2005
A produção de peixes e crustáceos na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, vem aumentando nos últimos dois anos. O resultado deve-se aos recifes artificiais instalados pela COPPE e Petrobras na região marítima do município de Rio das Ostras. Os recifes ocupam uma área de 20 mil m2 : são 27 estruturas de aço e 41 módulos em concreto que estão funcionando como viveiros marinhos, localizados a 8 km da costa e a trinta metros de profundidade. O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Tecnologia Submarina (LTS) da COPPE, em parceria com a Gerência de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Unidade de Negócios Bacia de Campos da Petrobras. Também participam do projeto o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e a Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).
Segundo o pesquisador Marcos Pedreira Silva, do Laboratório de Tecnologia Submarina da COPPE, a comunidade pesqueira da Região dos Lagos já está sendo beneficiada. Responsável pelo monitoramento biológico e técnico do projeto, Marcos inspeciona o local a cada três meses e já observa sinais de mudança. “Após a instalação das primeiras estruturas registramos o reaparecimento de espécies de peixes, como a Enxada, e o surgimento de berçários de Cherne e Peroá”, afirma.
As estruturas que compõem os recifes são provenientes de tubos descartados pela Petrobras que foram utilizados na produção de petróleo no mar. Para conectar os módulos de aço que integram a estrutura dos recifes, os pesquisadores da COPPE desenvolveram braçadeiras exclusivamente para atender às propriedades do metal e tornar as estruturas resistentes à instalação no mar. De acordo com o coordenador executivo do projeto dos recifes do LTS, Segen Estefen, o tamanho dessas estruturas só são comparáveis no mundo com as japonesas.
O resultado desse trabalho fornecerá ao Ibama subsídios necessários para a criação de uma regulamentação específica destinada à instalação de recifes artificiais e à desativação de plataformas no país. O desafio é utilizar possibilidades biológicas, geológicas e exploratórias de petróleo, de forma a salvaguardar o equilíbrio ambiental, prevenir a incidência de acidentes e criar condições para a sustentabilidade harmoniosa dos usuários do mar. Além disso, os recifes promovem o desenvolvimento de novas áreas para o ecoturismo, como o mergulho recreativo.
Experiências em outros países comprovam vantagens ambientais e econômicas
Comum em outros países do mundo, como França, Japão e EUA, os habitats artificiais têm sido uma alternativa para o plano de desativação de estruturas usadas na produção de óleo e gás recomendado pela ONU e pela International Maritime Organization (IMO), com base na regulamentação de 1998. “A vida útil dos equipamentos de produção de petróleo é de 25 anos em média. Com esse projeto antevemos uma solução para um material que seria descartado”, afirma Estefen..
Recifes artificiais criam novas áreas de pesca, induzem à produção da biodiversidade e possibilitam ttambém o aumento das espécies de maior valor comercial. No Japão, três anos após a instalação de recifes, a média de produção de pescado nas regiões de Kyusho e Fukuoka pulou de 2.950 para 5.427 toneladas de peixe. Nos EUA, a produtividade dos recifes artificiais é estudada desde a década de 60. No Golfo do México, entre as décadas de 40 e 70, quando foram construídas 2.200 plataformas de petróleo, a produção pesqueira próxima aos locais de instalação passou de 113 mil para 630 mil toneladas.