COPPE e PUC-RJ reúnem especialistas para apresentar pesquisas sobre os materiais do futuro
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Data: 28/07/2004
Os derivados do carbono revolucionaram os materiais do século passado. Mas os especialistas garantem que muita coisa ainda está por vir. Enquanto isso, fica a pergunta no ar: quais serão os materiais que em alguns anos deixarão as bancadas dos laboratórios para fazer parte do nosso dia-a-dia no século XXI? Os maiores especialistas brasileiros e americanos nesta área estiveram reunidos no Rio de Janeiro para buscar algumas das respostas. O workshop ‘Mecânica, Materiais Avançados e Nanotecnologia: Ensino e Pesquisa’ foi promovido pela COPPE, Universidade de Illinois, PUC-RJ e National Science Foundation (NSF), maior agência de fomento à pesquisa dos EUA. Como parte da programação, os participantes do seminário fizeram visita aos laboratórios e instalações da COPPE.
O evento contou com a presença de cinco diretores da NSF, que possui um orçamento de 5,8 milhões de dólares anuais. Segundo o engenheiro Fernando Rochinha, Diretor Acadêmico da COPPE e um dos organizadores do evento, nos últimos anos os centros de pesquisa americanos vêm demonstrando forte interesse em estreitar a cooperação com instituições brasileiras em áreas por eles definidas como estratégicas. Novos materiais e nanotecnologia são algumas delas. “Os EUA inauguraram, em 2003, uma agência para investir exclusivamente nestas áreas, aportando um capital inicial de US$ 5 bilhões”, afirmou o professor, que há dois anos participa de um grupo na COPPE que possui acordo de cooperação com a Universidade do Texas para pesquisar novos materiais destinados à indústria espacial.
O evento contou com a presença do engenheiro brasileiro Glaucio Paulino, professor da Universidade de Illinois. Agraciado em junho deste ano com o 2004 Walter L. Huber Civil Engineering Research Prize, o mais importante prêmio concedido pela Sociedade Americana de Engenharia Civil, Paulino trabalha atualmente no desenvolvimento de materiais para proteção térmica de foguetes da NASA. Expostos a calor excessivo durante saída e entrada na atmosfera, esses veículos necessitam de um sistema de isolamento térmico eficiente, capaz de garantir a integridade de sua estrutura na reentrada atmosférica. Qualquer falha no sistema nesse momento pode ser fatal, como o acidente ocorrido no ano passado com o ônibus espacial Columbia. Outra presença no seminário foi o engenheiro Nicholas Zabaras, da Universidade de Cornell, que coordena um grupo de pesquisa, financiado pela Alcoa, responsável pelo desenvolvimento de novas aplicações do alumínio no futuro.
Os estudantes brasileiros de graduação e pós-graduação tiveram a oportunidade de se inscrever em dois mini-cursos ministrados por dois craques da pesquisa em novos materiais: o engenheiro Jacob Fish, Presidente da Associação Americana de Mecânica Computacional, que está desenvolvendo técnicas de análise dos componentes de estruturas, como pontes, navios, aviões, de forma a prever com décadas de antecedência desgastes do material. A técnica possibilitará corrigir falhas de projetos e programar manutenção de grandes estruturas; e o engenheiro Nasr Ghoniem, da Universidade da Califórnia, que atualmente vem desenvolvendo pesquisas sobre a composição atômica dos materiais. A equipe coordenada por Ghoniem estuda a composição ideal para cada produto de forma a influenciar diretamente em sua performance.