Engenheiro Biomédico da COPPE Recebe Prêmio Máximo do Ministério da Saúde em 2003
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Data: 16/12/2003
O pesquisador do Programa de Engenharia Biomédica da COPPE/UFRJ, Paulo Roberto Benchimol Barbosa, foi classificado em primeiro lugar no Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS 2003 (Sistema Único de Saúde), na categoria Tese de Doutorado. O estudo premiado Efeitos da Ponderação da Média Coerente e da Filtragem na Detecção de Potenciais Tardios Ventriculares no Eletrocardiograma de Alta Resolução foi orientado pelo Professor Jurandir Nadal, com a tese sendo defendida no primeiro semestre deste ano.
Criado no ano passado, o Prêmio é uma das estratégias do Ministério da Saúde para identificar pesquisas que possam contribuir para a efetiva consolidação do Sistema Único de Saúde. O objetivo é promover a produção científica e tecnológica voltada para as necessidades do SUS, de forma que se reconheçam os pesquisadores que tenham desenvolvido estudos cujos resultados tenham alto potencial de aplicação pelo SUS.
O Ministro da Saúde, Dr Humberto Costa, afirmou que esta premiação reflete a prioridade absoluta do Ministério da Saúde ao incentivo e ao desenvolvimento científico e tecnológico, com aplicações efetivas na melhoria das condições da saúde dos brasileiros. Paulo Benchimol e Jurandir Nadal foram contemplados com um diploma, cada, pelo estudo realizado. Além disso, Benchimol recebeu a quantia de R$ 15.000,00.
Engenheiro biomédico, médico e cardiologista, Paulo Benchimol, já vem sendo tratado pelo seu orientador como um colecionador de prêmios. Benchimol vem trabalhando há 10 anos com eletrocardiografia de alta resolução, área em que obteve o Mestrado e o Doutorado em Engenharia Biomédica, pelo Programa de Engenharia Biomédica da COPPE em 1997 e 2003, respectivamente. Este estudo, que ainda tem como parceiros os Hospitais Universitários da Uni-Rio, UERJ, UFRJ (Hospital do Fundão) e o Instituto Nacional de Cardiologia Larangeiras (Ministério da Saúde), já havia conquistado seis importantes prêmios.
Em 1997 e 1998, Paulo recebeu o Prêmio Nelson Botelho Reis, da Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. No ano seguinte ganhou mais um da Academia, sendo que desta vez o Prêmio Cuidados Pela Vida. No ano de 2001, Benchimol foi destaque três vezes. O Engenheiro ganhou o Primeiro Prêmio do Young Investigator’s Competition do International Congress of Electrocardiology, no Guarujá. Recebeu o Prêmio de Melhor Trabalho Científico, durante o 18º Congresso de Cardiologia da SOCERJ, no Rio de Janeiro. E ainda recebeu o Prêmio CARDIOS, do 18º Congresso do Departamento de Arritmia e Eletrofisiologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em Foz do Iguaçu.
O Estudo: Aparelho para Otimizar Atendimentos de Eletrocardiografia
Paulo Roberto Benchimol Barbosa desenvolveu um sistema que reduz entre 20% e 40% o tempo de diagnóstico de um aparelho de eletrocardiografia. Trata-se do primeiro equipamento completo, totalmente desenvolvido no Brasil, para Eletrocardiografia de Alta Resolução. O engenheiro diz que este aparelho detecta pequenas lesões no músculo cardíaco, ajudando a estimar o risco de uma parada cardíaca ou mesmo uma morte súbita, antes que o paciente precise de internação. Segundo o pesquisador, o sistema melhora a qualidade da monitorização do batimento que é analisado. “Através do aparelho poderá se descobrir pequenos potenciais cardíacos, de amplitude reduzida, que são gerados por grupos de células que se localizam na parede do coração. Quando o impulso elétrico, que ativa as células, passa pelas células onde há a lesão, este impulso sofre modificações que alteram o eletrocardiograma de superfície. Assim, o aparelho é capaz de detectar as pequenas lesões no coração, indicadoras de doenças, permitindo prognósticos de arritmias graves ou mesmo de morte súbita”, explica Paulo.
O professor Jurandir Nadal diz que a tecnologia existe em outros países, mas não com a mesma precisão do aparelho desenvolvido pela COPPE, com métodos avançados que melhoram o poder de diagnóstico da Eletrocardiografia de Alta Resolução, além de ter um custo inferior aos produzidos nos exterior. Os aparelhos utilizados para este tipo de Eletrocardiografia custam em média U$ 20 mil cada, o que limitou sua utilização no Brasil. O protótipo do equipamento desenvolvido pela COPPE já está sendo utilizado na rotina da clínica do Instituto Nacional de Cardiologia, hospital de referência do Ministério da Saúde, e no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (Hospital do Fundão).