Sistema desenvolvido pela COPPE leva internet de alta velocidade a comunidades carentes
Planeta COPPE / Engenharia de Sistemas e Computação / Notícias
Data: 01/04/2004
O Laboratório de Redes de Alta Velocidade (Ravel) da COPPE/UFRJ desenvolveu um sistema para levar conexões de alta velocidade a comunidades carentes. Como fruto deste estudo, a Rede Rio de Computadores acaba de instalar dois pontos de rede para acesso à internet nas comunidades da Nova Holanda e da Vila do João, pertencentes ao Complexo da Maré. A iniciativa pode beneficiar cerca de 4,5 mil pessoas, o que representa 20% dos 22 mil moradores que moram nas duas comunidades.
O Sistema foi inaugurado, dia 01 de abril, no Batalhão da Polícia Militar do Complexo da Maré, onde foi instalado um terceiro ponto, pertencente ao projeto denominado Maré Digital. A solenidade contou com a presença da Diretora da COPPE Angela Uller, do Secretário Estadual de Segurança Pública, Anthony Garotinho, do Subsecretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Henrique de Almeida, e dos representantes das outras instituições parceiras.
Essas instalações fazem parte de um projeto piloto, denominado Maré Digital, que se insere na política de inclusão digital, coordenada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. O objetivo principal do sistema desenvolvido pela COPPE é oferecer acessos de banda larga a comunidades carentes, através de ligações que utilizam tecnologia de rede sem fio, conhecida como WiFi. O acesso à internet passará a ser feito numa velocidade de 11 Mbits (11 milhões de bits por segundo), a partir de instituições pertencentes à Rede Rio – a rede acadêmica e de pesquisa do Estado do Rio de Janeiro que é financiada pela FAPERJ (Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro).
O projeto técnico dos pontos de rede na Nova Holanda e na Vila do João é coordenado pelo professor da COPPE Luís Felipe Magalhães de Moraes e foi apresentado no Fórum Mundial de Tecnologia da Informação, realizado em Genebra, em dezembro de 2003. No mesmo período, a COPPE e o Instituto para a Conectividade das Américas (ICA) – ONG internacional com sede no Canadá que atua em vários países – assinaram um convênio que viabilizou os recursos financeiros para execução desse projeto piloto.
Através do sistema desenvolvido pela COPPE, os moradores dessas comunidades passam a contar com acesso à Internet, fundamental para sua integração às facilidades oferecidas pelas novas tecnologias da informação, deixando de integrar o grupo dos excluídos digitais. A iniciativa, que conta com o patrocínio do ICA e as participações do Comitê para a Democratização da Informática (CDI) e do Viva Rio – ONGs envolvidas no processo de inclusão digital em comunidades carentes –, deverá ser expandida em função do sucesso dos resultados obtidos com essas ligações.
A equipe do Ravel, coordenada por Luís Felipe, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da COPPE, montou o sistema de forma que a rede composta pelos computadores existentes no espaço da Ação Comunitária, da Vila do João, e na Estação Futuro, da Nova Holanda, fiquem permanentemente ligados, respectivamente, à Fiocruz e à COPPE, através de enlaces sem fio de alta velocidade (11 Mbps), e automaticamente à Rede-Rio. “Todos os equipamentos utilizados no projeto representam o estado da arte em relação à tecnologia utilizada, tanto no aspecto operacional quanto no de segurança da informação”, diz Luís Felipe. Segundo o professor, a conexão terá uma velocidade bastante elevada, o que permitirá transmissões de vídeos, videoconferências e melhor utilização de outras aplicações e serviços como o de Educação à Distância.
Devido à implementação do sistema desenvolvido pela COPPE, 10 computadores estão sendo substituídos por outros mais potentes na Estação Futuro Nova Holanda, o que pode beneficiar ainda mais cerca de 2.300 usuários. Com suporte do Viva Rio, as informações da rede de 20 computadores da Estação passarão pelos dispositivos de segurança, onde serão filtradas, através de um firewall. As bridges, que utilizam um padrão de comunicação sem fio WiFi (que tecnicamente representa o padrão IEEE802.11b), transmitirão os dados através das antenas instaladas nos dois pontos (Viva-Rio e Ravel). A partir daí, até chegar à Rede Rio, o processo é inverso. As informações passarão pela bridge, no Ravel, e depois pelo firewall.
Os 10 computadores da Ação Comunitária Vila do João, que tem cerca de 2,1 mil usuários, também estão sendo trocados por outros mais potentes. Até o momento já foram feitas cinco substituições. Com suporte do CDI, um outro link idêntico ao da Estação Futuro está sendo instalado entre a Fiocruz e a Ação Comunitária. Nesse caso, os dados não serão enviados ao Ravel e sim à Fiocruz, que fará a ligação à Rede Rio.