Pesquisador Apresenta na COPPE Projeto Inovador em Exploração de Petróleo
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 03/12/1998
s noruegueses estão cada vez mais próximos do fundo do mar. A Noruega irá testar em agosto de 1999, no Mar do Norte, um novo sistema de perfuração para exploração de petróleo em águas profundas, que pode vir a ser um verdadeiro “ovo de Colombo”. Um dos idealizadores do projeto chamado Atlantis Explorer, Michael Golan, veio ao Rio ministrar, pela terceiro ano consecutivo, um curso sobre Sistemas Submarinos de Produção, no Programa de Engenharia Oceânica da COPPE/UFRJ. Golan é professor de Engenharia de Petróleo, da Norwegian University of Science and Technology (NTUN) , em Trondheim, e consultor da STATOIL, empresa nacional de petróleo da Noruega.
O novo sistema permitirá a abertura de poços em águas profundas (profundidades de 1000 a 2000 metros) e ultraprofundas (além dos 2000 metros) de maneira mais segura e barata. O sistema prescinde de uma sonda especial. De acordo com a nova tecnologia, o petróleo será bombeado do leito em águas profundas para a profundidade de 300 metros. Este procedimento diminuirá os riscos que envolvem a exploração em águas profundas, além de reduzir em torno de 30% o tempo da operação. O projeto-piloto está pronto e será testado pela STATOIL. O custo do projeto foi de U$ 15 milhões. Por esse método, será possível reduzir em média 50% os custos com a taxa diária da plataforma para perfuração em águas profundas. Hoje os gastos com a plataforma de perfuração em águas profundas estão entre U$200 a U$300 mil por dia. As estimativas com a implantação do novo sistema contabilizam um gasto diário em torno de U$100 mil para a exploração do petróleo, o mesmo valor da operação em águas rasas.
Segundo Golan a simplicidade desse novo conceito de exploração gerou resistências até a aprovação do projeto pela STATOIL. O projeto ficou quatro anos no papel até que fosse aceito. “A idéia é simples e antes que você me pergunte porque não foi inventada antes, eu direi que realmente não sei, talvez por parecer óbvia demais”, brinca Golan. Segundo o professor, para se instalar o novo sistema não será preciso fazer gastos com adaptações ou modificações de estrutura. “A mesma sonda utilizada para realizar perfurações em águas rasas pode ser empregada neste novo método. Além de não precisar utilizar equipamentos caros como os usados em perfurações a 2000 metros de profundidade.”
Golan foi consultor da Petrobras na Bacia de Campos, de 79 a 81, trazendo a experiência européia em produção submarina. Ele também é proprietário de uma empresa de desenvolvimento de tecnologia no setor de petróleo, a MEGO A/S.