Promovendo a inclusão: Coppe e Fiotec lançam material didático para qualificação profissional de pessoas surdas

Data: 17/07/2024 até 17/07/2024
Horário: 9h

Local: Auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2, Cidade Universitária

Site: https://www.projetoipq.info/

No dia 17 de julho, pesquisadores da Coppe em parceria com a Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec) lançarão um material didático destinado à formação profissional de pessoas surdas. Trata-se de um conjunto de três livros com finalidades distintas e integradas para a construção de ambientes de trabalho inclusivos e produtivos, nos quais cada trabalhador possa se desenvolver social e profissionalmente em fundações ou em instituições semelhantes. 

O material é o mais recente produto desenvolvido no âmbito do Projeto de Inserção Profissional Qualificada de Pessoas com Deficiência no Ambiente de Trabalho (Projeto IPQ). Desde 2021, uma equipe multidisciplinar do Laboratório Trabalho e Formação (LT&F), do Programa de Engenharia de Produção da Coppe/UFRJ, realiza diversos estudos e atividades de enfrentamento aos problemas de acesso, aproveitamento e participação de PCDs em ambientes profissionais. Sob a coordenação do professor da Coppe, Fabio Zamberlan, a equipe desenvolveu uma série de produtos ao longo desses três anos analisando níveis gerenciais e entrevistando funcionários para entender a situação do problema. 

Apesar da Lei de Cotas (Lei 8213/91) garantir um número mínimo de empregados com deficiência, na prática, algumas empresas cumprem a cota, mas sem se preocupar com o desenvolvimento e inclusão dos funcionários. “A dificuldade, muitas vezes, de quem contrata é justamente não ter as condições para fazer com que esse profissional se desenvolva”, explica Zamberlan. Segundo ele, existem várias maneiras de assegurar a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. “Algumas são até lícitas mas, eticamente condenáveis. Eu posso, por exemplo, contratar uma pessoa e deixá-la em casa ou ela não vir trabalhar. Ou vir trabalhar, mas ficar num canto, igual uma planta, não fazendo nada”.

O projeto atua em três frentes, cada qual por um livro: 

  • Formação para o Trabalho – Auxiliar Administrativo, para formar pessoas surdas que irão ingressar no mercado de trabalho e que tenham pouca ou nenhuma experiência de trabalho na área administrativa. Esta obra qualifica essa pessoa para a função de Auxiliar Administrativo.
  • Formação para o Trabalho – Assistente Administrativo II, para quem já se encontra empregado e que queira e possa ter, de fato, uma carreira profissional nessas organizações. Este material qualifica esses trabalhadores para atuarem na função de Assistente Administrativo II.
  • Formação para o Trabalho – Mudança Atitudinal, é voltado para profissionais que irão trabalhar com as pessoas surdas em seus respectivos ambientes de trabalho, visando a três aspectos fundamentais: mudanças atitudinais, melhoria na comunicação e alteração da organização do trabalho para um processo qualificante para todos. 

“Muitas vezes a gente fica olhando os aspectos físicos de acessibilidade, mas tem coisas que são atitudes, é o software da coisa. As empresas precisam mudar suas atitudes”. Segundo ele, as organizações precisam ensinar Língua Brasileira de Sinais (Libras) para as pessoas sem diagnóstico se comunicarem com as pessoas surdas. E, quanto à estrutura organizacional, ela precisa ser qualificante. “Se eu quero uma organização que ninguém aprende nada, inclusive aqueles que não são surdos, ninguém vai aprender nada”, explica.  

 Prestigie: o evento será realizado no Auditório Alberto Luiz Coimbra, às 9h, no Bloco G, do Centro de Tecnologia da UFRJ.