Aluno da Coppe recebe prêmio por melhor tese em mecânica dos solos

Planeta COPPE / Engenharia Civil / Notícias

Data: 03/10/2018

O aluno da Coppe/UFRJ, Diego Fagundes, foi contemplado com o Prêmio Costa Nunes pela Associação Brasileira de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (ABMS). Diego recebeu o prêmio em 29 de agosto, durante o XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica (Cobramseg), em Salvador, pela tese de doutorado “Modelagem  centrífuga  de  aterros  estruturados” defendida no Programa de Engenharia Civil da Coppe, sob a orientação do professor Márcio de Almeida.

A tese de Diego foi considerada pelo comitê julgador a melhor tese de doutorado da área defendida em instituição brasileira no biênio 2016‐2017. Esta é a segunda vez consecutiva que um aluno da Coppe recebe o prêmio. Em 2016, o aluno Seyedhmaed Mirmoradi foi o vencedor.

Segundo Diego, que atualmente é professor da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), existem várias técnicas para a construção de aterros, e o emprego de estacas rígidas e geossintético permite a realização de projetos mais seguros e mais eficientes, sobre os chamados “solos moles” (solos compostos por sedimentos predominantemente argilosos de deposição geológica recente). “Solos moles demoram de décadas para deformar. São muito compressíveis e com baixa capacidade de carga”.

Para simular o comportamento de aterros estruturados o aluno da Coppe realizou 68 ensaios, utilizando um sistema de platô móvel embarcado em uma centrífuga geotécnica de braço do Institut Français des Sciences et Technologies des Transports, de l’Aménagement et des Réseaux (IFSTTAR), na cidade de Nantes, na França, na qual realizou parte do doutorado, sob orientação do professor Luc Thorel.

Técnica pode evitar problemas em solos como da Barra da Tijuca e da Ilha do Fundão

Segundo Diego Fagundes, a técnica pode ser utilizada, por exemplo, na Barra da Tijuca, na qual edificações com muitos pavimentos sobre solos moles já apresentaram problemas graves; na Ilha do Fundão, cujo arquipélago original foi unido por segmentos de aterro. “O aterro estruturado, também chamado de aterro estaqueado, é uma técnica de uso amplo na engenharia civil: serve para estradas, ferrovias, fundação de silos,” explicou.

De acordo com o professor Márcio de Almeida, orientador da tese, na técnica de aterro estruturado, as estacas e capitéis, junto com a plataforma de geossintético, sustentam o aterro. “Assim, a carga não vai para o solo mole, e consequentemente os recalques gerados são pequenos, aceitáveis. É uma técnica mais cara que a convencional, mas permite uma construção mais rápida, com poucos rejeitos, e mais segura. Quando o aterro é feito de forma convencional, parte dele recalca, desce, fica abaixo do nível d´água, e o volume de material utilizado é muito maior”, acrescenta o professor.

Diego promoveu em sua tese uma avaliação dos principais métodos analíticos vigentes na Europa para o cálculo de projetos com aterros estruturados: as normas alemã, inglesa e holandesa, entre outras. O Brasil não conta com um método próprio, a despeito das suas particularidades de clima e solo. “É comum usar métodos de cálculo já desenvolvidos, criar um novo não seria o caso. Melhor usar o já existente, fazer estudos em campo e modelos físicos em laboratório”, avalia Márcio de Almeida, orientador de Diego.