Alunos constroem robô que resolve o Cubo Mágico
Planeta COPPE / Engenharia Elétrica / Notícias
Data: 14/11/2012
O que antes era uma simples brincadeira no intervalo das aulas acabou se transformando em uma forma criativa de colocar em prática os conhecimentos adquiridos na universidade. Adeptos do Cubo Mágico, três alunos de Engenharia Eletrônica e de Computação da UFRJ construíram no Laboratório de Controle (Labcon) da Coppe/UFRJ um robô capaz de montar o quebra-cabeça tridimensional em poucos minutos, batizado de RRV, sigla de “Roda, Roda, Vira”.
Por trás do vaivém dos braços do robô está o trabalho de Ignácio de Azambuja Midosi Ricart e Paulo Victor Nunes Monteiro Vidal, de 21 anos, e Eduardo Vilela Pinto dos Anjos, de 20, que desenvolveram toda a programação utilizada pela máquina e, ao longo de três meses de trabalho no Labcon, montaram todas as peças do RRV. O grupo foi orientado pelos professores Carlos José e Juarez Bastos, da Poli, e contou com a colaboração dos professores Fernando Lizarralde e Ramon Romankevicius Costa, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe.
O projeto, fruto de uma parceria entre a Coppe e a Escola Politécnica da UFRJ, foi desenvolvido durante as aulas da disciplina Projeto Integrado, do sétimo período do curso de graduação. O desafio dos estudantes era empregar em um mesmo projeto o conhecimento adquirido em diferentes áreas da eletrônica, como programação, processamento de sinais, controle e robótica.
Ao contrário dos homens, que movem as peças e mudam de estratégia até conseguir – ou não – montar o cubo, o RRV executa uma sucessão de movimentos para resolver o quebra-cabeça. Para isso, fotografa cada um dos seis lados do brinquedo com as cores devidamente embaralhadas. Na sequência, processa as imagens e faz os cálculos para determinar como montar o cubo com o menor número de movimentos.
Experiência abre caminho para desafios futuros
O RRV conclui o quebra-cabeça em cerca de três minutos e meio, com uma média de 20 movimentos. Sua relativa rapidez é de matar de inveja aqueles que ainda não estão bem treinados em fazer o Cubo Mágico ou de encher de orgulho os que conseguem superar a velocidade da máquina. Mas os estudantes pretendem aprimorar o robô. “A ideia é deixá-lo mais rápido, torná-lo mais eficiente”, diz Eduardo Vilela.
Criado em 1974 pelo professor húngaro Ernö Rubik, o Cubo Mágico, também conhecido como Cubo de Rubik, teve grande sucesso na década de 1980 e é, ainda hoje, um dos quebra-cabeças mais populares do mercado, com mais de 900 milhões de unidades vendidas em todo o mundo. A versão mais comum é a 3X3X3. Mas para quem gosta de aumentar o grau de dificuldade há outros modelos, como o 4X4X4 e o 5X5X5, com mais linhas e colunas. A “cubomania” ainda atrai muita gente, que se reúne em redes sociais, compete entre si e registra o tempo que leva para concluir a montagem.
Se não chega a ser inédita, a iniciativa dos alunos da Poli se encaixou perfeitamente na proposta da disciplina, que é aplicar o conteúdo de áreas diferentes. A experiência deverá abrir caminho para novos desafios. “Os conhecimentos usados para construir o robô poderão ser usados para desenvolver outros projetos”, diz Ignácio Ricart, citando como exemplo as técnicas de processamento de imagens, que mais à frente poderão ser aplicadas em trabalhos de reconhecimento facial.