Amaranto Pereira: um mestre brasileiro

Planeta COPPE / Engenharia de Transportes / Notícias

Data: 02/02/2013

Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Toulouse (1959), França, e Professor Emérito da UFRJ, Amaranto Lopes Pereira nasceu em 1923, em Porto Velho.

Ingressou na Coppe em 1970, no Programa de Engenharia Elétrica, e ajudou a implantar os Programas de Engenharia de Sistemas e Computação e de Engenharia de Transportes, no qual permaneceu de 1980 até 2011 ministrando aulas e desenvolvendo pesquisas e projetos nas áreas de Planejamento, Concepção, Operação e Otimização de Transportes.

Formado em 1946 em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), desde cedo revelou sua aptidão para a Física. Em 1947 foi convidado pelo renomado professor Luís de Barros Freire para o cargo de professor assistente de física na Escola de Engenharia da UFPE. Considerava ter sido esta uma das maiores honras de sua vida acadêmica. Tornou-se colega de cátedra deste que foi mestre de muitos mestres da física brasileira, autor da teoria matemática da excitação elétrica dos nervos e dos músculos, em 1940, e professor de físicos renomados como Mario Schenberg e Leite Lopes.

Neto de seringueiro, confessou ter se emocionado ao ser incluído no grupo de doze ex-alunos escolhidos para receber em 1995 a Medalha do Mérito do Centenário da Escola de Engenharia de Pernambuco, uma das mais antigas do país.

Cooperação internacional e fortes raízes brasileiras

Em 1973, Amaranto foi contemplado com o Diploma e Medalha da Ordem Nacional do Mérito da França (1973) por sua contribuição acadêmica e constante atuação na cooperação técnica internacional entre França e Brasil. Com base em sua tese de doutorado defendida na Universidade de Toulouse, em 1959, e aprovada com menção honrosa da banca, desenvolveu o primeiro equipamento capaz de analisar toda a rede elétrica de alta tensão do Sudoeste da França. O “Analisador de Redes”, de autoria do brasileiro, gerou duas patentes e sua concepção foi concretizada por meio de um modelo reduzido analógico, cuja alimentação estabilizada foi feita pela primeira vez na França com a utilização de semicondutores.

Em entrevista concedida ao Planeta Coppe, em 2007, revelou que no período em que morou na França, o mais difícil foi ter que se distanciar da mulher, do filho pequeno e de seus pratos prediletos: bobó de camarão e feijoada.

No decorrer de sua trajetória acadêmica, orientou 20 teses de doutorado e 42 dissertações de mestrado. Na universidade assumiu vários cargos e funções representativas: foi membro do Conselho Universitário da UFRJ por oito anos, diretor eleito da Escola de Engenharia da UFRJ, entre 1978 e 1982, decano do Centro de Tecnologia, de 82 a 86, e subreitor de Patrimônio, Finanças e de Pessoal. Foi três vezes presidente do Conselho Deliberativo e por duas vezes esteve à frente da coordenação do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe.

Saiba mais sobre a trajetória desse mestre brasileiro na seção Perfil do Planeta Coppe.