Ceped-Coppe reúne especialistas internacionais em desastres e operações humanitárias

Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias

Data: 24/05/2024

O seminário, híbrido, foi moderado pelo professor Tharcisio Fontainha de forma remota

O Centro de Estudos e Pesquisas de Engenharia em Desastres (Ceped) da Coppe/UFRJ reuniu, em seu primeiro seminário, especialistas dos Estados Unidos, Índia e África do Sul, para apresentarem experiências e discutirem formas de colaboração em operações humanitárias e no enfrentamento a desastres.

O evento contou com a participação da professora Nirmala Dorasamy, do Department of Public Management and Economics, Durban University (África do Sul); do professor Shane Underwood, da North Carolina State University (EUA); e de Vipul Nakum (Índia). O mediador do seminário foi o coordenador do Ceped Coppe e professor do Programa de Engenharia da Produção (PEP), Tharcisio Fontainha, que apresentou o Ceped e fez um panorama dos principais projetos de pesquisa em curso no laboratório.

Professora Nirmala Dorasamy

Em sua apresentação, a professora Nirmala Dorasamy destacou que o melhor responsável para responder a um desastre será aquele indivíduo ou autoridade mais próxima., no caso o município. No caso da África do Sul, embora eles tenham o Centro Nacional de Gerenciamento de Desastres, a descentralização de responsabilidades se estende para as províncias e, posteriormente, para os municípios. “Cada um deles possui planos de gestão de desastres, e há muita coordenação para integrar os planos, as respostas e as políticas desde o nível nacional até o municipal”, relatou a professora. Segundo ela, além das estruturas formais de governança, o país também adota uma abordagem mais inclusiva. “O que isso engloba? Também temos ONGs, empresas e organizações comunitárias. Todos estão envolvidos como potenciais partes interessadas na interação com os funcionários responsáveis do governo, não apenas em termos de resposta a desastres, mas também em termos de planejamento e fornecendo contribuições significativas para o desenvolvimento de planos de gestão de desastres”.

Professor Shane Underwood

O professor Shane Underwood, por sua vez, falou sobre a gestão de riscos em termos de gestão de ativos e alertou para os danos causados pela corrosão às estruturas civis. “Quando construímos ativos, analisamos os padrões de precipitação, que podem ter impactos físicos e não físicos, diretos e indiretos. Assim, a resposta aos desastres enseja ações imediatas, de curto prazo (3 a 5 anos), médio prazo (10 anos) e estratégicas (longo prazo). Estradas vão se degradar mais rapidamente em áreas inundadas. Precisamos entender como elas se comportarão a longo prazo, e essa é uma área que possui muitas incertezas. É preciso fazer uma análise de criticidade e conhecer o que não pode falhar durante um desastre”, recomendou.

Vipul Nakum falou sobre os desafios colocados por cenários de desastres múltiplos, tomando como exemplo a Índia, que em meio ao cenário de restrições impostas pela pandemia sofreu com a passagem de cinco ciclones pelo país, exigindo evacuações em larga escala. “Devemos coordenar esforços para que não haja nenhuma vítima fatal de desastres. Não deixar ninguém para trás”.

“O que pude perceber dessa discussão é que temos muitas áreas comuns para trabalhar. Estamos nos preparando para implementar o Marco de Sendai em nível local. E, para isso, é muito importante alinhar as prioridades de Sendai com as nossas para alcançar o objetivo comum de minimizar o impacto dos desastres nas pessoas, propriedades e meio ambiente. Portanto, vejo aqui uma oportunidade de trabalharmos juntos. E, com certeza, todos os aprendizados obtidos trabalhando em diferentes canais e departamentos contribuem para um objetivo comum: salvar vidas”, reforçou o especialista indiano.

No encerramento do seminário, o professor Tharcisio Fontainha concordou com os colegas que as pesquisas no campo da Engenharia para desastres têm muita ênfase nas ações governamentais, mas pontuou que o Ceped-Coppe tem projetos e iniciativas de pesquisa focados na relação entre governo e setor privado, governo e sociedade civil, e também entre setor privado e sociedade civil em geral. “Portanto, concordo com a necessidade de reunir essas partes interessadas. É algo em que estamos realmente focados. E espero que possamos continuar a desenvolver pesquisas e contribuições práticas em nossos países”, concluiu o professor.

Como forma de contribuir com autoridades governamentais e com a sociedade civil, a Coppe promoveu no dia 19 de março, o painel “Coppe Sociedade: a Engenharia no enfrentamento dos desastres”. O evento gerou uma publicação, disponível na versão flipbookClique aqui e confira.

O evento foi transmitido pelo canal da Coppe no YouTube, propiciando participação internacional, e está disponível, na íntegra.

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