Com tecnologia para aperfeiçoar a regulação do SUS, equipe com aluna da Coppe conquista o HKIA2025
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Data: 16/10/2025

Uma equipe integrada pela aluna de mestrado Jéssica de Andrade, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe/UFRJ, foi a grande vencedora do HKIA2025, hackathon de Inteligência Artificial voltado para desafios da saúde pública no Rio de Janeiro.
O grupo, formado por seis estudantes de diferentes áreas, desenvolveu um roteador adaptativo capaz de automatizar e otimizar o processo de regulação do SUS — sistema responsável por direcionar atendimentos conforme a urgência e necessidade de cada paciente.

Segundo Jéssica, o Roteador Adaptativo de Regulação (RAR) é uma solução original e funcional, já em operação na web. “O RAR foi criado para reduzir custos, aumentar a produtividade e diminuir erros. Ele se conecta aos sistemas já existentes e usa análise preditiva de dados, aprendizado de máquina e inteligência artificial para automatizar todo o fluxo, do agendamento ao atendimento médico”, explica a aluna.
Com uma interface simples e intuitiva, o sistema facilita o trabalho de gestores, médicos e equipes técnicas, resultando em benefícios diretos para a população e para os agentes de saúde. A estimativa é de uma redução imediata de mais de 10% no tempo gasto com regulação, o que pode gerar 1,3 milhão de novas consultas sem aumento de custo. “Nosso objetivo é garantir o paciente certo, no dia e local certos, mantendo a autonomia do médico. Acreditamos que o projeto tem alto potencial de aplicação e pode ser ampliado para outros municípios e estados”, completa Jéssica.
Inovação e tecnologia a serviço da saúde pública
O HKIA2025 foi promovido pela Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, em parceria com o Cietec (Incubadora da USP), e contou com apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro. O evento foi realizado entre 10 e 12 de outubro, no Porto Maravalley, reunindo 500 inscritos — dos quais 58 participaram da competição, divididos em 11 grupos.

Os participantes trabalharam com dados reais do Data Lake Saúde Rio, disponibilizados pela IplanRio e pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O evento contou com a presença do secretário e da subsecretária municipal de Saúde, Daniel Soranz e Fernanda Adães, da secretária municipal de Ciência e Tecnologia, Tatiana Roque, e da diretora e do subdiretor de Tecnologia e Inovação da Coppe, Marysilvia Costa e Thiago Aragão.
De acordo com Marcos Chaves, head da Incubadora da Coppe, o evento superou as expectativas. “Conseguimos reunir academia, governo, empresas e empreendedores para desenvolver soluções aplicáveis à saúde pública. As tecnologias criadas são de alto nível e agora estão disponíveis como softwares livres, para que possam continuar sendo aprimoradas”, destacou.
O hackathon contou com patrocínio da Visagio, Sebrae, PD7Tech, Instituto Reditus, Faperj e Fiocruz, além do apoio técnico da AWS (Amazon), NVIDIA e uso do supercomputador Santos Dumont — o maior da América Latina. Os participantes também receberam mentorias de especialistas da Visagio, Cefet e UFRJ.
Segundo a subsecretária Fernanda Adães, as cinco soluções vencedoras devem ser incorporadas aos sistemas digitais da SMS nos próximos meses. “A inovação não está apenas na tecnologia, mas também na forma de colaboração entre setores. Foi inspirador ver academia, governo e empresas trabalhando juntos para melhorar os serviços oferecidos à população. Os trabalhos dos vencedores basicamente envolveram a construção de três soluções para qualificação do sistema de regulação no Sistema Único de Saúde”, afirmou.
Tecnologia com potencial de expansão
A equipe vencedora — composta por Arthur Vianna e Vinícius Moreira, dois alunos do ITA; Júnior Goulart, estudante de Engenharia de IA e Machine Learning da PUC-Rio; Ricardo Saint-Clair, professor de Comunicação e Marketing da ECO/UFRJ; e Marina Micas, analista de sistemas; e pela Jessica de Andrade, aluna da Coppe – já discute a possibilidade de criar uma startup para ampliar o alcance da tecnologia. “O projeto é uma continuidade do que venho desenvolvendo no mestrado, com foco em análise de dados e aprendizado de máquina. Minha pesquisa atual, inclusive, trata da predição de readmissão de neonatos no SUS”, explica Jéssica, que é orientada pelo professor Renan Moritz, do Programa de Engenharia Biomédica da Coppe.

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