COPPE Apresenta o Relatório da Auditoria sobre as Causas do Rompimento do Duto da Petrobrás

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 04/04/2000

O Prof. João Marcos Rebello, Coordenador da Auditoria, explica à platéia os resultados dos estudos da COPPE. Fotografias: Everaldo Rocha

A COPPE apresentou, dia 30 de março, as conclusões da auditoria sobre o rompimento do duto PE-II da Petrobrás. Após a apresentação, que reuniu representantes da Polícia Federa, do Ministério Público, federal e estadual, e da Petrobrás, o coordenador da auditoria, Professor João Marcos Rebello, concedeu entrevista coletiva à imprensa sobre as causas que provocaram o vazamento de 1,3 mil toneladas de óleo na Baía de Guanabara.

O Diretor da COPPE, Prof. Segen Estefen, que participou dos estudos sobre o duto, participa da apresentação

Nas conclusões do relatório os especialistas da COPPE, responsáveis pela auditoria, apontam que três fatores, conjuntamente, contribuíram para o rompimento do duto PE-II da Petrobrás, ocorrido em 18 de janeiro de 2000, na Baía de Guanabara. Segundo o relatório, o PE-II se encontrava desenterrado no trecho do canal e enterrado na região próxima a foz do rio Iguaçú, em desacordo com o projeto original que sugere situação oposta. Tal inversão restringiu a capacidade de movimentação do duto que, ao dilatar-se com o calor do óleo combustível, envergou e acabou chocando-se com uma tubulação fixa, localizada a um metro de distância, destinada a transportar produtos à temperatura ambiente. Ao chocar-se com a tubulação, que acarretou em mais um obstáculo, o duto PE-II deformou-se excessivamente, provocando a ruptura plástica do material.

O Prof. Rebello mostra a parte do duto PE-II que foi utilizada pela COPPE para realizar os testes

Segundo o professor, o acidente teria sido evitado se um desses fatores não tivessem ocorrido. Os testes realizados pela equipe da COPPE descartaram ainda as hipóteses de problemas na especificação de material e corrosão no duto. Portanto, a ruptura verificada deveu-se exclusivamente a uma deformação plástica excessiva localizada em uma seção do PE-II.

A COPPE, que atuou como auditora externa independente, vinha trabalhando neste caso desde 24 de janeiro. Nesta data, ao receber solicitação da comissão de sindicância da Petrobrás, o Diretor da COPPE, Segen Estefen, formou uma equipe, coordenada pelo Professor João Marcos Rebello, integrando nove professores da instituição, três alunos de doutorado e dois técnicos de nível médio. A equipe da instituição atuou na definição do procedimento para o corte do duto, acompanhou sua remoção e as etapas da análise feita pela Petrobrás. Também realizou testes e ensaios complementares independentes nos seus laboratórios de microscopia, de tecnologia submarina, de ensaio mecânico e de métodos computacionais aplicados em engenharia. As atividades foram acompanhadas por peritos da Polícia Federal e representantes do Ministério Público, federal e estadual. A Procuradora Gisele Porto, responsável pelo inquérito no Ministério Público federal que investiga os prejuízos causados p