Coppe dá início aos estudos para implantação da Linha 3 do Metrô do Rio de Janeiro
Planeta COPPE / Engenharia de Transportes / Notícias
Data: 03/06/2025

A Coppe/UFRJ anunciou, nesta terça-feira, 3 de junho, o início dos estudos técnicos que darão suporte à implantação da Linha 3 do Metrô do Rio de Janeiro. A nova linha metroviária deverá conectar os municípios de São Gonçalo, Niterói, Itaboraí e a capital fluminense, representando um importante avanço para a mobilidade urbana e a integração metropolitana.

Durante cerimônia realizada na Coppe, o professor do Programa de Engenharia de Transportes (PET) da Coppe, Rômulo Orrico, coordenador do projeto, apresentou os objetivos, a metodologia, o cronograma e os resultados esperados do estudo, batizado de PRISMA-RJ – Projeto de Integração, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Mobilidade no Rio de Janeiro. Estiveram presentes autoridades federais, estaduais e municipais, pesquisadores, especialistas do setor de transporte e demais atores estratégicos da mobilidade urbana no estado.
Com prazo de 30 meses para conclusão, o projeto busca oferecer uma base técnica robusta para decisões estratégicas sobre o traçado, a viabilidade econômica e os impactos sociais da futura linha. “Não existe ainda um traçado. A decisão do traçado depende do custo a ser analisado e da responsabilidade de quem irá tomar a decisão”, afirmou Orrico.
O trabalho envolverá benchmarking com projetos similares no Brasil e no exterior, coleta e estruturação de dados urbanos e de transporte, realização de audiências públicas e a concepção técnica da linha. Também está prevista a elaboração da minuta do edital e o acompanhamento do processo licitatório.
O estudo contará com a atuação de uma equipe multidisciplinar, reunindo especialistas de Engenharia de Produção, da Engenharia de Sistemas e Computação e do Instituto de Matemática da universidade. Essa diversidade de saberes permitirá uma abordagem ampla e integrada, contemplando desde a modelagem de dados e simulações até a análise de impactos sociais, econômicos e ambientais.
Segundo Orrico, a participação da sociedade será um dos pilares do PRISMA-RJ. “A participação aberta e total de todos é fundamental. Vamos procurar e seremos procurados. A população é fornecedora de dados. Queremos saber de que forma o projeto pode impulsionar os planos de desenvolvimento locais das cidades envolvidas. Todo tipo de participação que pudermos fazer, iremos fazer”, ressaltou.
Desenvolvimento e sustentabilidade
Mais do que atender à crescente demanda por transporte público de qualidade na Região Metropolitana do Rio, o projeto pretende articular diferentes modais de mobilidade e contribuir para a redução da dependência do transporte individual motorizado. Entre os impactos esperados estão a melhoria da qualidade de vida da população, a redução do consumo de combustíveis fósseis e a geração de empregos.
O estudo também deve impulsionar cadeias de conhecimento, inovação e cultura, por meio da atuação de laboratórios, universidades e consultorias técnicas, além de contribuir para a redução das desigualdades sociais, ampliando o acesso a serviços e oportunidades.

Para Suzana Kahn, diretora da Coppe, a iniciativa reafirma o papel estratégico da instituição na contribuição para a formulação de políticas públicas. “A Coppe desempenha um papel fundamental na construção de soluções tecnológicas para o desenvolvimento do Brasil. São inúmeras as políticas públicas que conseguimos estruturar a partir de estudos como este, abrangendo áreas essenciais como infraestrutura, meio ambiente, energia e mobilidade urbana”, destacou.
Segundo ela, o projeto representa uma nova etapa para o desenvolvimento da Região Metropolitana, com potencial de impactar positivamente a vida de mais de dois milhões de pessoas.
Tradição em inovação
O Programa de Engenharia de Transportes da Coppe tem um histórico consolidado de contribuições à mobilidade urbana brasileira. Entre os projetos de destaque estão o sistema de sincronização automática de semáforos implementado na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 1990, a planta-piloto de hidrogênio verde inaugurada em 2023 e os estudos para implementação do metrô de Salvador, também liderados pelo professor Rômulo Orrico, que participou da elaboração dos termos de referência e do edital de licitação da capital baiana.
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