COPPE e Governo Estadual do Rio de Janeiro testam primeiro ônibus movido a Biodiesel do País
Planeta COPPE / IVIG / Notícias
Data: 21/02/2003
Foi realizada, dia 15 de fevereiro, a primeira demonstração da utilização do biodiesel brasileiro em um ônibus modelo rodoviário. Desenvolvido pelo Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais (IVIG) da COPPE, com a coordenação de Luciano Basto, o combustível agora faz parte do Programa Estadual Rio Biodiesel, que é fruto de uma parceria entre a COPPE e o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Segundo o Secretário Estadual de Ciência & Tecnologia, Fernando Peregrino, o Programa é uma das ações prioritárias, devido a sua importância para a visibilidade do desenvolvimento tecnológico no Estado. O Rio Biodiesel ainda conta com o apoio do Ministério da Ciência & Tecnologia.
Além de Luciano Basto e Fernando Peregrino, participaram do evento, realizado no dia da Movimentação pela Paz, 16 assessores e congressistas da Bancada da Soja dos EUA, jornalistas e outros funcionários da COPPE. Cedido pela Volkswagen, o ônibus partiu da Avenida Atlântica e circulou pela orla marítima do Rio, indo até a Barra da Tijuca, retornando depois a Copacabana. O veículo percorreu um total de 55 Km em quase duas horas e consumiu 22 litros de biodiesel, obtidos através do óleo de fritura doado pela rede Mc Donald. Ao todo, a Rede cedeu 100 litros de óleo para o preparo do combustível, o que seria suficiente para que o ônibus percorresse um trajeto de 200 Km.
O Biodiesel
O Projeto do biodiesel brasileiro foi desenvolvido pelo IVIG da COPPE, visando transformar óleo vegetal novo ou usado em combustível. Iniciado em 2000, o projeto encontra-se em fase final de testes para provar a eficiência do biodiesel produzido no Brasil, como fonte alternativa de energia e, finalmente ter sua fabricação no Páis homologada pela ANP. Os testes químicos revelaram que todas as características do biodiesel, obtido a partir de óleos vegetais reutilizados, são similares a do óleo diesel usado em veículos de transportes e na geração de energia elétrica. O Projeto é pioneiro no Brasil. Apesar de já ser uma realidade no exterior, esta é a primeira vez que se realiza testes científicos usando óleos nativos do Brasil, nas condições climáticas do País.
Os primeiros testes começaram a ser feitos reaproveitando 25 mil litros de óleo cedidos pela rede Mc Donald, que se tornou parceira da COPPE no projeto. O óleo vegetal é obtido a partir da gordura hidrogenada usada para fritar batata frita nas lojas da rede sediadas no Rio. Segundo os pesquisadores, a utilização do biodiesel possibilitará ganhos financeiros, ambientais e sociais. “Podemos reaproveitar os óleos residuais para substituir o diesel, reduzindo 78% de emissão de CO2, gás poluente que causa efeito estufa, e 100% de enxofre na atmosfera. Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração empregos, tanto na fase da coleta como de processamento”, ressalta Luciano Bastos, coordenador do projeto.
O projeto do IVIG, que conta também com o apoio da FAPERJ, mostra que, mesmo sem ter o compromisso de diminuir a emissão de gases de efeito estufa, o Brasil vem investindo em pesquisas destinadas a baixar suas taxas de emissão. Segundo Basto, o uso do biodiesel pode gerar benefícios ao país, que consome anualmente 26 bilhões de litros de óleo diesel, 30% dele importado, e lança 70 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera.