COPPE e Petrobrás Criam Centro de Excelência em Tecnologias de Refino

Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias

Data: 09/06/2000

A COPPE e a Petrobrás acabam de firmar uma nova parceria que prevê a criação do Centro de Tecnologias Estratégicas de Refino (CETER). O convênio, assinado dia 2 de junho pelo Diretor da COPPE, Segen Estefen, e pelo Superintendente do CENPES/Petrobrás, Carlos Camerini, tem como principal objetivo desenvolver novos processos de refino de petróleo, aproveitamento de resíduos, e aumentar a eficiência energética dos combustíveis. A cerimônia também contou com a presença da Diretora de Projetos e Convênios da COPPE, Profª. Angela Uller, e o Coordenador do Programa de Engenharia Química (PEQ), Prof. Cláudio Habert.

Segundo a Professora Angela Uller, este convênio é um marco para o início de uma cooperação sólida na área de downstream (refino e transporte). A primeira fase do projeto prevê o repasse de uma verba de R$ 700 mil, destinada à conclusão do prédio onde serão instalados os laboratórios que farão parte do centro. O acordo prevê para a segunda fase o financiamento de pesquisas, através do desenvolvimento de teses de mestrado e doutorado que abordem temas de interesse da Petrobrás e do país.

Pesquisa aplicada

“Nosso objetivo é apoiar linhas de pesquisa baseadas no perfil de demanda brasileira em termos de combustíveis”, explica Zeemann. O centro vai integrar alguns laboratórios do Programa de Engenharia Química, como o de sistemas particulados, catálise, membranas, termo-fluidodinâmica, controle ambiental, bioprocessos e tecnologia enzimática, entre outros. As principais linhas de pesquisas a serem desenvolvidas são: tecnologias de processos de refino, aproveitamento de óleos nacionais e de resíduos, correntes secundárias, aumento de eficiência energética, processos visando a proteção ao meio ambiente e tecnologias de processamento de gás natural.

“O nosso petróleo possui características muito particulares que dificultam o seu total aproveitamento”, explica o engenheiro da Petrobrás, Bruno Zeemann. Segundo ele, o óleo nacional é muito denso e entre outras coisas tem um alto teor de nitrogênio. Devido a estas características os processos de refino do produto nacional são mais complicados e dispendiosos. Através da parceria com a COPPE, a Petrobrás espera obter suporte em pesquisa básica e alavancar a aplicação da pesquisa realizada no CENPES. “Nos teremos condições de evoluir mais rapidamente e desenvolver tecnologias mais eficientes e econômicas de refino para o nosso produto e ainda aproveitar melhor o resíduo, chamado de “fundo de barril”, destaca Zeemann. Atualmente o “fundo de barril” é transformado em óleo combustível – produto menos nobre, utilizado em caldeiras e navios, por exemplo. Segundo o engenheiro, a idéia é desenvolver tecnologias que permitam transformar o resíduo em gasolina e diesel, produtos de valor agregado muito superior.

Novos laboratórios

Hoje em dia a maior parte dos laboratórios do PEQ estão instalados no Bloco H. “Uma ocupação provisória que durou 25 anos. Mas como era o único espaço disponível não teve outro jeito”, lamenta o Prof. Habert. Agora, com a assinatura do convênio, o projeto de transferir os laboratórios para um lugar adequado vai tornar-se realidade. Segundo o professor, atualmente há mais de 60 teses em andamento nesses laboratórios, uma produção condizente com a posição de destaque mantida pelo PEQ. No ranking da CAPES o programa recebeu 7, nota máxima concedida pela instituição.