COPPE e Rio Águas assinam acordo para viabilizar projeto do primeiro surfódromo brasileiro
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 22/06/2004
A diretora da COPPE, Angela Uller, e o presidente da Fundação Rio-Águas, Alexandre Pinto, assinaram no dia 21 de junho termo de compromisso que dá início ao projeto do primeiro surfódromo brasileiro. Surfistas de todo o país aguardam com grande expectativa o estudo de viabilidade técnica que será apresentado pelos especialistas da COPPE, em outubro deste ano, confirmando a possibilidade de tornar a praia da Macumba, no Rio, um local de “ondas perfeitas” para a prática desse esporte.
A cerimônia reuniu no auditório da COPPE pesquisadores, profissionais da prefeitura e praticantes do esporte, como o ex-campeão de surf, Daniel Friedman, que ressaltou o grande potencial do esporte no Brasil que, só no estado do Rio de Janeiro, reúne cerca de 500 mil surfistas.
Para tornar o sonho do surfódromo em realidade, o projeto prevê a instalação de fundos artificiais na praia da Macumba. O objetivo é aumentar o tamanho e alterar a dinâmica das ondas, tornando-as ideais para a prática do surf em diferentes níveis, contemplando do iniciante ao profissional. O projeto é coordenado pela professora Enise Valentini, do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE, com a colaboração dos alunos, também praticantes do esporte, Luiz Antonio de Oliveira e Luiz Guilherme de Aguiar, que em breve estarão defendendo dissertação de mestrado na COPPE sobre o tema. “Tenho aprendido muito com os surfistas. O modelo de fundo artificial que estamos concebendo para a Praia da Macumba, baseia-se nas características que observamos em locais como Havaí e Indonésia, que destacam-se pelas chamadas ondas perfeitas. Quem sabe, o Havaí será aqui…”, brinca a professora.
Características do projeto
O projeto prevê a construção de um fundo artificial, em forma de pirâmide, que pode aumentar em até 80% a altura das ondas. Estudos preliminares já indicam que o concreto será o material utilizado para a construção desse fundo, que será responsável pela mudança na forma da arrebentação das ondas. “As estruturas é que vão garantir que as ondas incidentes forneçam raias longas, permitindo que o surfista desenvolva manobras por um tempo maior, como também ondas de tamanho variado, desde trechos com ondas maiores e mais rápidas, destinadas a surfistas experientes, até faixas com ondas mais baixas e cheias, adequadas para principiantes. Além de beneficiar praticantes do esporte, o surfódromo poderá também atrair turistas e eventos ligados ao surf”, ressalta Enise.
Os especialistas da COPPE consideram a Praia da Macumba um dos locais ideais para a instalação do surfódromo, por apresentar uma boa freqüência de ondas. “No Rio, o problema não é a falta de ondas, mas a qualidade delas para a prática do esporte. O que limita o desenvolvimento do surfista é a qualidade da arrebentação das ondas. Apesar da boa freqüência de ondulações, os fundos de areia típicos do litoral carioca não favorecem uma arrebentação muito apropriada para o surfe, quebrando-se rapidamente”, explica Enise.
Numa segunda fase, ainda a ser definida, será feito o detalhamento do projeto, inclusive, o tipo de material a ser utilizado na construção do fundo. A concepção do projeto contempla ainda requisitos de segurança para os surfistas, como também a manutenção dos aspectos morfológicos da praia e as condições de balneabilidade na orla em questão.