Coppe e Sociedade – Especialistas debatem os reflexos da Inteligência Artificial

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Data: 25/05/2023

A “Agenda Coppe e Sociedade” começou com o o debate “Inteligência Artificial e seus reflexos na sociedade”, comandado pelo professor Guilherme Horta Travassos

A Coppe/UFRJ promoveu nesta quinta-feira, 25 de maio, o debate “Inteligência Artificial e seus reflexos na sociedade”, primeiro evento da “Agenda Coppe e Sociedade”, que faz parte das comemorações dos 60 anos de atividades da instituição. O evento trouxe uma rica discussão sobre o estado da arte da tecnologia, políticas públicas para o setor, os benefícios e os riscos do avanço desta tecnologia, as questões éticas e as consequências sociais desta mudança de paradigma. O debate foi realizado no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2, e transmitido pelo canal da instituição no YouTube, onde permanecerá disponível na playlist Coppe 60 anos: série de debates Agenda Coppe e Sociedade.

O evento contou com a participação da professora Marley Vellasco, vice-reitora para Assuntos Acadêmicos – Ensino e Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e coordenadora do Centro de Inteligência Artificial do Rio de Janeiro (CIA-Rio); do professor Virgílio Almeida, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); do professor André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP-São Carlos); do professor Alvaro Coutinho, do Programa de Engenharia Civil (PEC) da Coppe; do senior manager for Energy & High Education Research da NVIDIA, Fernando Otávio Wehrs Pereira. A moderação foi conduzida pelo professor Guilherme Horta Travassos, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da Coppe.

Marley Vellasco (PUC-Rio)

A professora Marley Vellasco abriu o evento, falando sobre as atividades do CIA-Rio, criado a partir de um edital publicado pela Faperj, em 2020, e que conta com participação de 44 pesquisadores de seis universidades: PUC, UFRJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Universidade Federal Fluminense (UFF), Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet) e Instituto Militar de Engenharia (IME), trabalhando em 18 subprojetos.

“Há uma necessidade de criar modelos de Inteligência Artificial que não apenas sejam mais eficazes, mas que sejam responsáveis e auditáveis, respeitando normas como a Lei Geral de Proteção de Dados e preceitos éticos, como a não discriminação”, defendeu a professora Marley.

Fernando Pereira (Nvidia)

Fernando Pereira, responsável pelo desenvolvimento de negócios na indústria de Óleo & Gás da NVIDIA, destacou que as empresas de petróleo em atuação no país estão direcionando seus investimentos para áreas como captura de carbono e produção de hidrogênio verde. “Nós conectamos os pesquisadores dessas empresas com os pesquisadores das universidades. A NVIDIA não atua diretamente, por isso devemos conhecer muito bem o ecossistema de inovação das universidades”, destacou Fernando Pereira.

Alvaro Coutinho (PEC/Coppe)

O professor Alvaro Coutinho, coordenador do Núcleo de Computação de Alto Desempenho (Nacad) da Coppe, abordou os avanços de IA na Engenharia e a formação de redes transversais para responder a questões contemporâneas em sua participação. “Há uma grande necessidade de investir em capacidade computacional. Prover o país e as universidades de uma rede computacional adequada é fundamental. O Brasil tem nove máquinas na relação de principais equipamentos computacionais do mundo. Mas quase todas na Petrobras, precisamos de mais”, avaliou o professor Alvaro Coutinho.

O professor André Carlos Ponce de León (USP-São Carlos) apresentou iniciativas do Centro de Pesquisa Aplicada em Inteligência Artificial Recriando Ambientes (IARA), como o Vale do Genoma, que visa constituir um ecossistema de inovação em tecnologia genômica no Paraná, com apoio do governo estadual, e o projeto “Os primeiros mil dias”, em que um hub de universidades acompanhará os primeiros mil dias do desenvolvimento cognitivo de mil crianças. “IA aproxima a população do poder público”, comentou o professor André Carlos, destacando também a importância do apoio do setor privado.

O professor Virgílio Almeida, do Departamento de Ciência da Computação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde coordena o Centro de Inovação em Inteligência Artificial para Saúde, participou remotamente do debate. O professor Virgílio falou sobre os desafios políticos e sociais para a Inteligência Artificial (IA). “Os sistemas sociotécnicos são complexos, poderosos e se adaptam ao comportamento das pessoas. Precisamos trazer um olhar social para essa discussão. A Coppe, como centro de excelência, deve buscar entender o impacto social desses avanços tecnológicos em um país com tanta desigualdade social e força de trabalho predominantemente pouco qualificada”, comentou o professor.

Avaliando o passado e refletindo sobre o futuro

“Neste momento em que comemoramos os 60 anos, é importante aproveitar nossa tradição acadêmica para debater o futuro e a busca de soluções tecnológicas em favor da sociedade”, avaliou o diretor da Coppe, professor Romildo Toledo

O professor Guilherme Horta Travassos, mediador do debate, elogiou os palestrantes convidados. “Estamos trazendo à Coppe um time de pesquisadores e especialistas que formam uma representação muito forte em termos de contribuição científica, formação, inovação tecnológica, e estão à frente de ações que têm alavancado sérios debates sobre inserção tecnológica e uso intensivo de software”, enalteceu o professor do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC).

O diretor da Coppe, professor Romildo Toledo, abriu o evento e ressaltou a importância da “Agenda Coppe e Sociedade”. “Neste momento em que comemoramos os 60 anos, é importante aproveitar nossa tradição acadêmica para debater o futuro e a busca de soluções tecnológicas em favor da sociedade. Criamos uma agenda para discutir temas que entendemos serem importantes para a academia, para o setor industrial, para a sociedade. Começamos muito bem. Foi escolhido um grupo muito competente para discutir IA, este assunto tão importante”.

“O professor Virgílio fez uma oportuna observação sobre o papel que a Coppe poderá ter nos próximos 60 anos. Nós teremos um seminário dedicado a essa reflexão, avaliar o passado e pensar o futuro, o que se espera de uma instituição que nem a nossa para os próximos 60 anos. Será em outubro, e a data ainda será confirmada”, antecipou professor Romildo.

O detalhamento das palestras será publicado de forma seriada a partir de amanhã no Planeta Coppe Notícias.