COPPE Instala Recifes Artificiais em Rio das Ostras
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Data: 04/08/2003
A COPPE acaba de instalar em Rio das Ostras os maiores recifes artificiais do Hemisfério Sul. Vinte estruturas, construídas com tubos de aço reciclado usados pela Petrobras na produção de petróleo, funcionarão como viveiros marinhos, estimulando a proliferação de espécies na região. Desenvolvido pelo Laboratório de Tecnologia Submarina da COPPE, em parceria com a Gerência de Segurança, Meio Ambiente e Saúde da Unidade de Negócios Bacia de Campos da Petrobras, este trabalho tem como parceiros também o Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) e a Federação de Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ).
Comum em outros países do mundo, como França, Japão e EUA, os habitats artificiais têm sido uma alternativa para o plano de desativação de estruturas usadas na produção de petróleo e gás, recomendado pela ONU e pela International Maritime Organization (IMO), de acordo com a regulamentação de 1998. “A vida útil dos equipamentos de produção de petróleo é de 25 anos em média, com esse projeto antevemos uma solução para um material que seria descartado”, afirma o coordenador geral do projeto, o professor do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE, Segen Estefen.
A montagem dos 20 módulos, com estruturas de até 9m3, foi feita com braçadeiras, conexões desenvolvidas pelo laboratório da COPPE, exclusivamente para atender às propriedades deste tipo de aço e tornar as estruturas resistentes à instalação no mar. De acordo com o coordenador executivo do projeto dos recifes do LTS, Paulo Hargreaves, “o tamanho das estruturas instaladas em Rio das Ostras só são comparáveis no mundo com as japonesas”, afirma.
Instalados a 29 metros de profundidade, os recifes estão localizadas a oito quilômetros da costa. Com isso, a comunidade pesqueira será beneficiada com as instalações próximas à costa. “Além da vantagem de saber previamente onde se encontra o mapa da mina, os pescadores gastarão menos combustível, enfrentarão menos riscos e suas embarcações terão menor desgaste”, afirma Hargreaves.
Vantagens ambientais e econômicas
Estas instalações criam novas áreas de pesca, induzem a produção da biodiversidade, possibilitando também o aumento das espécies de maior valor comercial, apresentando vantagens econômicas e ambientais. No Japão, três anos após a instalação de recifes, a média de produção de pescado nas regiões de Kyusho e Fukuoka pulou de 2.950 para 5.427 toneladas de peixe. Outra experiência feita no Japão, revelou que é possível produzir em estruturas pequenas. Num tubo com cinco metros de comprimento, pesquisadores japoneses conseguem produzir 100 kg de alga laminária. Nos EUA, a produtividade dos recifes artificiais é estudada desde a década de 60. No Golfo do México, entre as décadas de 40 e 70, quando foram construídas 2.200 plataformas de petróleo, a produção pesqueira próxima aos locais de instalação passou de 113 mil para 630 mil toneladas.
O desafio é utilizar as possibilidades biológica, geológica e exploratória de petróleo de forma a salvaguardar o equilíbrio ambiental, prevenir a incidência de acidentes e criar condições para a sustentabilidade harmoniosa dos usuários do mar. Além disso, os recifes promovem o desenvolvimento de novas áreas para o ecoturismo com o mergulho recreativo. O projeto de recifes artificiais prevê o monitoramento biológico e técnico pela COPPE, IBAMA e IEAPM.