COPPE projeta o primeiro surfódromo brasileiro
Planeta COPPE / Engenharia Oceânica / Notícias
Data: 28/01/2004
Novos pontos para a prática do surfe podem ser criados a partir da construção de fundos artificiais de praia, capazes de aumentar o tamanho e alterar a dinâmica das ondas. E o Rio de Janeiro pode ser o primeiro Estado a ter o seu.
A professora do Programa de Engenharia Oceânica da COPPE, Enise Valentini, desenvolve projeto que vai agradar em cheio os surfistas do país. Trata-se da criação do primeiro surfódromo brasileiro. Com a construção de fundos artificiais de praia, capazes de alterar a dinâmica das ondas, serão criados novos pontos para a prática do esporte. O surfódromo pode aumentar em até 80% a altura das ondas, mas o mais importante é a mudança na forma da arrebentação. As estruturas garantirão ondas que as ondas incidentes forneçam raias longas, permitindo que o surfista desenvolva manobras por um tempo maior.
E o Rio de Janeiro pode ser o primeiro Estado do país a possuir um surfódromo. Professora da área de Engenharia Costeira e Oceanográfica, Enise Valentini, vem estudando a possibilidade de instalar um fundo artificial na Praia da Macumba, no Recreio. Segundo a professora, a região é um dos locais ideais para a instalação do surfódromo, apresentando uma boa freqüência de ondas. No Rio, o problema não é a falta de ondas, mas a qualidade delas para a prática do esporte. “O que limita o desenvolvimento do surfista é a qualidade da arrebentação das ondas. Apesar da boa freqüência de ondulações, os fundos de areia típicos do litoral carioca não favorecem uma arrebentação muito apropriada para o surfe, quebrando-se rapidamente”, explica.
Um dos pontos positivos do projeto apontado pela professora é o potencial para impulsionar o turismo na cidade e atrair eventos ligados ao esporte. Outro aspecto importante é a geração de novos ecossistemas, uma vez que uma série de organismos – como algas e moluscos – usam a parte profunda do fundo artificial como base. O fundo artificial poderá ser feito de concreto, pedra ou sacos de areia. O fundo artificial pode criar também uma área de proteção costeira, reservando um espaço seguro para os banhistas.
Ainda não foram feitas estimativas de custo, mas sabe-se que os cálculos devem sofrer variações de acordo com o tamanho do fundo e o material utilizado para construi-lo.