Coppe promove evento internacional sobre medicamentos biotecnológicos
Planeta COPPE / Engenharia Química / Notícias
Data: 31/08/2019
Na próxima semana, entre os dias 5 e 9 de agosto, cientistas de vários países estarão reunidos no Rio de Janeiro, para debater os desafios e avanços na produção e desenvolvimento de biofármacos e vacinas. Eles participarão da oitava edição da International School on Production of Biologicals (Escola Internacional de Produção de Produtos Biológicos para a Saúde), que acontecerá no auditório da Coppe, no Centro de Tecnologia 2 (CT2), na Av. Moniz Aragão, 360, Cidade Universitária.
Coordenado pela professora Leda Castilho, do Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc) da Coppe/UFRJ, o evento contará com a participação da Dra. Mabel Rodriguez, da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM), do México, que abordará o uso da técnica de CRISPR-Cas9 para manipular geneticamente células. Nessa área da Biotecnologia, o método permite produzir de forma mais eficiente os produtos biofarmacêuticos.
Outros nomes internacionais de destaque no evento realizado a cada dois anos são o do Dr. Alan Dickson, professor da Universidade de Manchester, do Reino Unido, especialista em manipulação genética de células para obtenção de biológicos para a saúde; o Dr. Ernesto Chico, da empresa CIMAB S.A., de Cuba, que abordará as imunoterapias para tratamento do câncer; o Dr. Brandon DeKosky, da Universidade do Kansas, nos EUA, que mostrará uma tecnologia para o estudo da resposta imune e o desenvolvimento racional de vacinas; e o Dr. Zuben Sauna, da Food and Drug Administration (FDA), agência americana equivalente à Anvisa, que tratará de aspectos relativos à avaliação da segurança dos produtos biotecnológicos para a saúde humana, dentre outros especialistas estrangeiros.
Entre os brasileiros estarão presentes Martin Bonamino, do INCA; Alvio Figueredo e Daniel Ribeiro, da Fiocruz; Marcelo Bozza, Renato Carvalho, Ricardo Medronho e Leda Castilho, da UFRJ; Rimenys Carvalho, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRuRJ); Aldo Tonso, da Universidade de São Paulo (USP); Angela Moraes, da Universidade de Campinas (Unicamp); Andrea Maranhão, da Universidade de Brasília (UnB); e Elisabeth Augusto, da Universidade Federal do Estado de São Paulo (Unifesp).
Laboratório da Coppe avança em tecnologias para produção de biofármacos, vacinas e anticorpos
Criado em 2003, o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (Lecc) da Coppe desenvolve projetos para o desenvolvimento de tecnologias voltadas para a produção de biofármacos e de vacinas recombinantes. Obtidos a partir de células vivas modificadas geneticamente, os biofármacos são, em geral, proteínas usadas no tratamento de doenças como câncer, diabetes, artrite e colesterol. As terapias com eles têm ação mais específica e com menos efeitos colaterais do que com os medicamentos convencionais. O laboratório tem avançado, por exemplo, no desenvolvimento de anticorpos inibidores de PCSK9 para tratar de níveis muito elevados de colesterol em pacientes nos quais o método convencional com estatinas não resolve.
As vacinas atuam estimulando o organismo humano a produzir anticorpos, prevenindo que o indivíduo, caso infectado, desenvolva uma doença. No Lecc também são realizadas pesquisas para desenvolver vacinas recombinantes, que têm a vantagem adicional de serem muito seguras e com baixo potencial de efeitos adversos – tanto que algumas delas, como a da hepatite B, podem ser dadas aos recém-nascidos no primeiro dia de vida. Assim como os biofármacos, as vacinas recombinantes são obtidas a partir de células vivas modificadas geneticamente.
As vacinas em estudo no laboratório da Coppe se concentram nas viroses transmitidas por mosquitos, tais como zika, febre amarela, e dengue 1, 2, 3 e 4. O desenvolvimento das vacinas recombinantes para essas doenças permitirá evitar problemas como a falta de vacinas em situações de surtos, como ocorreu em 2017-2018, quando a febre amarela voltou a se espalhar pelo Brasil. A programação completa da oitava edição da Escola Internacional de Produção de Produtos Biológicos pode ser vista aqui.