Coppe recebe Medalha Tiradentes e protesta contra a CGU

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Data: 21/05/2013

A deputada Clarissa Garotinho entrega a Medalha Tiradentes ao diretor da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa

Um grande passo foi dado ontem, 20 de maio, na luta da Coppe/UFRJ contra os impedimentos que vem sendo criados pela Controladoria Geral da União (CGU) para a continuidade das atividades de pesquisa científica no Brasil. Durante a cerimônia de entrega da Medalha Tiradentes à Coppe pelos seus 50 anos, realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), a deputada Clarissa Garotinho anunciou que formará uma frente parlamentar de apoio à Coppe, para que a instituição continue trabalhando para o desenvolvimento soberano do Brasil. Antes da cerimônia, diretores, professores, alunos e funcionários da Coppe fizeram um protesto na escadaria da Alerj, exibindo uma faixa contra a atuação da CGU.

Contando com um plenário lotado, a cerimônia de entrega da Medalha Tiradentes à Coppe – a mais alta honraria do Poder Legislativo fluminense – foi uma grande oportunidade de mostrar para a sociedade os problemas que a instituição vem enfrentando desde a publicação da cartilha Coletânea de Entendimentos, publicada pela CGU em parceira com o Ministério da Educação, cujo teor, segundo o diretor da Coppe Luiz Pinguelli Rosa, é uma violação à Constituição e pode paralisar as atividades de pesquisa nas instituições federais do país. Confira o vídeo de cobertura da cerimônia.

Primeiro a discursar, o diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe Segen Estefen afirmou que a homenagem prestada pela Alerj era emblemática dentro da condição especial que a instituição vem enfrentando no ano em que completa seu cinquentenário. “Entendemos que a relação da Coppe com as empresas e o modelo da Fundação Coppetec tem que ser preservado e essa homenagem é um apoio fundamental para isso. Somos um modelo vitorioso e temos que expressar isso em todas as oportunidades, para que esses órgãos de controle, que não tem a menor noção do que significa ciência, tecnologia e inovação, entendam que o modelo da Coppetec não pode ser interrompido, disse Segen, que é também ex-diretor e Coppe.

Fernando Peregrino, da Coppetec, lembrou que, há 50 anos, quando o professor Coimbra fundou a pós-graduação no Brasil, o país tinha indicadores sociais muito negativos, era um país que estava iniciando a sua industrialização. “Hoje não se fala mais apenas em industrialização, mas sim em economia do conhecimento e essa economia do conhecimento se fundamenta nas atividades de pesquisa científica”, disse Peregrino, que é ex-presidente da Faperj e ex-secretário de Ciência e Tecnologia fluminense.

Lembrando o fundador da Coppe Alberto Luiz Coimbra, que chegou à Alerj para participar da homenagem, mas não pôde permanecer por motivos de saúde, Peregrino citou-o como um homem muito especial por ter previsto que as sociedades iriam caminhar para a indústria do conhecimento. “Quero também homenagear o professor Pinguelli Rosa, que é um herdeiro direto desse desbravador chamado Coimbra. Por quatro vezes frente à Coppe, ele vem conduzindo o destino da instituição com muita coragem, enfrentando as agruras e as dificuldades de um sistema que não nos compreende”, disse Peregrino.

A cerimônia de entrega da Medalha Tiradentes foi aberta pela deputada Clarissa Garotinho, que propôs a homenagem. Após o Hino Nacional, foi exibido um vídeo sobre as realizações da Coppe. Além dos professores Segen e Peregrino, compuseram a mesa o reitor da UFRJ Carlos Levi, o diretor da Coppe Luiz Pinguelli Rosa, o gerente de Relacionamento com a Comunidade Científica da Petrobras Eduardo Fernando Gomes dos Santos, e o vice-diretor da Coppe Edson Watanabe. A deputada Clarissa Garotinho registrou ainda a presença de outros diretores da Coppe e personalidades no plenário da Alerj.

Reiterando a preocupação de seus colegas com o destino do país e das pesquisas nacionais, o vice-diretor da Coppe Edson Watanabe falou sobre os fundamentos do modelo de sucesso da Coppetec e revelou o que espera para o futuro: “Eu tenho um sonho de comemorar os cem anos da Coppe, mas receio por isso em função de todas as restrições que estamos sofrendo”, disse ele.

Com a palavra, o reitor da UFRJ Carlos Levi afirmou que a homenagem da Alerj, além de justa, era muito oportuna no momento em que o modelo da Coppe está sob risco. Um risco que, segundo ele, ameaça todo o sistema de ciência e tecnologia do país: “A universidade é um espaço de reflexão crítica, de realização de transformações que de fato podem mudar a sociedade e, por conseguinte, o mundo. A Coppe já enfrentou muitos desafios, não só do ponto de vista da tecnologia, mas também ameaças de ordem política. Saberemos agora, como soubemos no passado, enfrentá-las com garra, segurança e vontade de vencer.”

Em seu discurso, Clarissa Garotinha, afirmou que a homenagem à Coppe era uma demonstração da gratidão do povo fluminense às contribuições da instituição para o desenvolvimento tecnológica do Brasil. “Em meio a tantas incompreensões de alguns órgãos do governo, que ameaçam esse patrimônio do povo brasileiro que é a Coppe, a tentativa de burocratizar e atormentar aqueles que se dedicam a descobrir soluções para o desenvolvimento da sociedade não será vitoriosa”, disse a deputada, anunciando que conversará essa semana com o presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Alerj para que seja formalizada uma frente parlamentar em defesa da Coppe, unindo forças com os deputados federais já envolvidos na causa.

Após a entrega da medalha Tiradentes e seu diploma ao professor Luiz Pinguelli Rosa, a deputada Clarisse Garotinho convidou-o a falar na tribuna da Alerj. Emocionado e agradecido pela homenagem, o diretor da Coppe falou sobre o fundador da Coppe, Alberto Luiz Coimbra, a importância da Fundação Coppetec e sobre os ataques que a instituição vem sofrendo. Pinguelli foi enfático em sua decisão de lutar por ela.

“Enfrentando toda a burocracia das universidades federais, Coimbra criou um padrão para que as pessoas se dedicassem à universidade. Mas, na engenharia, o professor tem que olhar pra fora também, porque se não o fizer, será um teórico desprovido da capacidade de intervenção na realidade. Por isso Coimbra criou a Coppetec, que tornou-se mais tarde a Fundação Coppetec. Pior do que um ataque de uma potencia estrangeira é essa gente dentro do Brasil trabalhar contra o Brasil. Tentar extinguir a Fundação Coppetec é um crime e eu vou defendê-la até o fim.”