COPPE Testa Biodiesel a Partir do Reaproveitamento de Óleo Vegetal

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Data: 13/11/2000

Acaba de ser concluída com sucesso a primeira fase do projeto desenvolvido pelo Instituto Internacional de Mudanças Globais da COPPE, que visa transformar óleo vegetal em biodiesel. Os testes químicos, feitos na Escola de Química da UFRJ e no Cenpes, revelaram que todas as características do biodiesel, obtido a partir de óleos vegetais reutilizados, são similares a do óleo diesel usado em veículos de transportes e na geração de energia elétrica. Os pesquisadores da COPPE acreditam que na segunda e última etapa do projeto, com o resultado dos testes mecânicos, já em andamento no Laboratório de Máquinas Térmicas da COPPE, será comprovada a tese das vantagens provenientes do uso do biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais usados.

O biodiesel é um projeto pioneiro no Brasil. Apesar de já ser uma realidade no exterior, esta é a primeira vez que se realiza testes científicos em óleos baseados nas condições climáticas do País, utilizando óleos nacionais. Por esta razão até hoje a Agência Nacional de Petróleo (ANP) não homologou o uso do biodiesel.

COPPE e McDonald Firmam Parceria

Os testes estão sendo feitos reaproveitando 25 mil litros de óleo cedidos pela rede Mc Donald, parceira da COPPE neste projeto. O óleo vegetal será obtido a partir da gordura hidrogenada usada para fritar batatas nas lojas da redes sediadas no Rio. Segundo os pesquisadores, a utilização do biodiesel possibilitará ganhos financeiros, ambientais e sociais. “Podemos reaproveitar os óleos residuais para substituir o diesel, reduzindo, assim, 78% de emissão de CO2, gás poluente que causa efeito estufa, e 98% de enxofre na atmosfera. Trata-se de uma fonte renovável que, além de trazer benefícios ambientais, também possibilita a geração empregos, tanto na fase da coleta como de processamento”, ressalta Luciano.

Segundo o vice-Diretor da COPPE, Luiz Pinguelli Rosa, a logística é um fator determinante para o sucesso deste projeto. Foi por isso que a instituição procurou o Mc Donald, uma empresa que associa matéria prima e transporte. A Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que também participa do projeto através do Rio Desenvolvimento Limpo, já mapeou os restaurantes de órgãos vinculados ao Estado que fornecerão o óleo e identificou a frota que utilizará o combustível.

O projeto do IVIG, que conta com apoio da FAPERJ, será apresentado por Pinguelli na Conferência Mundial sobre Mudanças Climáticas, em Haia. O objetivo é mostrar que, mesmo sem ter o compromisso de diminuir a emissão de gases de efeito estufa, o Brasil, através de seus especialistas, vem investindo em pesquisas destinadas a baixar suas taxas de emissão. Segundo Luciano Basto, o uso do biodiesel pode gerar benefícios financeiros e ambientais ao país, que consome anualmente 36 bilhões de litros de óleo diesel, 37% dele importado, e lança 70 milhões de toneladas de gás carbônico na atmosfera. No momento, os pesquisadores da COPPE estão conversando com a Petrobras sobre a possibilidade de uma parceria com a empresa para expansão do projeto.