COPPETEC Completa 30 Anos com Motivos de Sobra para Comemorar
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Data: 18/12/2000
A COPPETEC (Coordenação de Projetos, Pesquisas e Estudos Tecnológicos) completou 30 anos, no ano 2000, reafirmando seu papel pioneiro na transferência efetiva de tecnologia avançada da universidade aos vários segmentos da sociedade. Organizada desde março 1993 sob a forma de Fundação de direito privado, sem fins lucrativos, a COPPETEC continua realizando com profissionalismo as atividades de negociação de contratos e gestão de projetos da COPPE e outras unidades da UFRJ com empresas, órgãos de governo, organismos internacionais e agências de fomento. Atualmente a carteira da Fundação totaliza cerca de 330 clientes. Entre eles, destacam-se Petrobras, Vale do Rio Doce, Concessionária da Ponte Rio Niterói, Eletrobrás Termonucleares S.A., Fábrica de Catalizadores Carioca, Embratel, FINEP, Ministério da Aeronáutica, Renault, BP Exploration Operating Limited.
Ousadia pioneira
Segundo Angela Uller, Diretora de Convênios e Desenvolvimento Tecnológico da COPPE, a integração entre a excelência acadêmica e a experiência administrativa é que torna indissociáveis COPPE e COPPETEC. No final da década de 60, quando vários Programas de Pós-Graduação de Engenharia se articularam em uma Coordenação, o professor Alberto Luiz Coimbra inaugurou, com uma equipe de veteranos pesquisadores, um ousado modelo técnico-administrativo. O objetivo era viabilizar e disciplinar a oferta de serviços de consultoria pelos docentes da Instituição e a captação de recursos mediante a execução de projetos. Na época, o corpo de pesquisadores alcançava a casa de 200 pessoas, hoje são 270 docentes. O primeiro Coordenador deste “escritório de tecnologia” que nascia dentro da COPPE em 1970, foi o professor Acher Mossé.
A vitalidade da interface universidade/empresa/sociedade é atestada pelo crescimento exponencial do número de projetos: em 1970 contabilizavam 28, em 1980, somavam 110, em 1990 foram 150 e hoje ultrapassam 1200. A expansão da receita é outro indicador. Os 300 mil dólares contabilizados em 1970 passaram para a casa dos 29 milhões de dólares, no ano 2000.
Estes saltos numéricos também traduzem um grau de confiabilidade e de reconhecimento público que a COPPE acumulou ao longo dos anos, na resolução de problemas que envolvam conhecimento da engenharia, tornando-se um centro de excelência em áreas como exploração de bacias petrolíferas offshore, pesquisas aplicadas aos meios de transporte e gestão do trânsito nas cidades; tecnologias construtivas mais seguras e acessíveis para a habitação popular; soluções energéticas usando fontes alternativas e ecologicamente mais adequadas às regiões brasileiras; modelos computacionais que agilizam o controle da poluição ambiental ou que auxiliam a tornar mais ágil a segurança pública prestada à população, entre outros tantos exemplos.
A atual Diretora Executiva da Fundação COPPETEC, Beatriz Telles destaca que o primeiro grande convênio de cooperação técnica firmado pela COPPE, por intermédio da COPPETEC, foi com a Petrobras, em 1977, tendo como Coordenador o Professor Fernando Lobo Carneiro, decano da engenharia nacional e integrante do Programa de Engenharia Civil (PEC). Já o primeiro contrato, recorda a professora Angela Uller, foi um projeto executado para Furnas Centrais Elétricas, tendo como Coordenador o professor Rui Vieira da Silva, também do PEC. Se a cooperação com as grandes estatais brasileiras abriram as portas a novos e sucessivos investimentos do setor público nacional, é fato que a carteira de clientes, a partir dos anos 90, incorporou um número expressivo de empresas privadas do Brasil e do exterior. De acordo com o Relatório de Atividades da Fundação COPPETEC – 1999, “vem se configurando no Brasil um quadro em que, de forma cada vez mais evidente, a política de ciência e tecnologia, assim como de ensino superior, demonstram o escopo limitado das intenções do Estado em financiar atividades acadêmicas sem que estas sejam, de alguma forma, revertidas em benefícios para a sociedade a curto prazo. Sendo assim, – afirma o Relatório – , as pesquisas aplicadas e os projetos de extensão vêm se tornando uma alternativa atraente, do ponto de vista financeiro, e conciliadora, do ponto de vista político, para todas as universidades e institutos de pesquisa.”
Perfil em Mudança
Se acompanharmos, no quadro abaixo, as fontes de receita, divididas entre públicas e privadas, verificaremos que, no que concerne aos contratos, os recursos oriundos do setor privado responderam por 78% da receita de 1999, em comparação aos 38% registrados no ano de 1998. Esta modificação no perfil da receita, explica Andrew Bott, Coordenador de Planejamento e Informação da Fundação COPPETEC, reflete a migração da fonte principal de recursos para P e D na área petrolífera nacional, da contratação direta para a celebração de convênios com órgãos governamentais. Muitos destes recursos passaram, efetivamente a entrar em 2000, através de projetos financiados pelo MCT- FINEP (FNDCT) como dinheiro oriundo da verba gerada pelos royalties cobrados sobre a produção de petróleo no país, através do Fundo de Petróleo e Gás-CTPetro.
O apoio à pesquisa através dos programas FNDCT, PADCT III, RECOPE e PRONEX respondeu por 5,4% da receita total da Fundação COPPETEC, em 1999, enquanto outros recursos provenientes das agências de financiamento CAPES, CNPq e FAPERJ contribuíram com 1,5% desta receita, somando, portanto, 6,9% da receita total para este modo de apoio em 1999. Nos dois anos anteriores (98 e 97), esta verba correspondeu a 23% e !2,8% respectivamente.
Encarando com sabedoria todos os percalços da política para C&T no país, a Instituição vem mantendo em ritmo ascendente a receita aplicada no desenvolvimento de projetos e pesquisas. A Fundação COPPETEC fecha o ano 2000 administrando a cifra de 52 milhões de Reais, entre verbas de convênios e recursos de contratos.
Na avaliação do Diretor da COPPE, Segen Estefen, com as privatizações das empresas estatais operou-se uma mudança substantiva no financiamento às atividades de C&T. Mas a COPPE soube afirmar sua competência diante desta nova lógica de mercado. Não nos apresentamos como uma Instituição com soluções tecnológicas pontuais a busca de problemas, mas insistimos na difusão junto às empresas e órgãos de governo de nossa competência institucional como um todo, capaz de equacionar problemas existentes em inúmeros campos da engenharia. Isto torna a COPPE uma referência, uma “marca” de valor, conclui Segen.
Aperfeiçoamento constante
Para Beatriz Telles, com 22 anos de COPPETEC, tem sido vital o aperfeiçoamento constante do suporte oferecido pela Fundação COPPETEC aos clientes internos, do meio acadêmico, e externos, do meio empresarial. O pesquisador, por exemplo, pode contar com uma infra-estrutura de serviços na gestão de projetos, que cuida desde a parte comercial, administrativa, financeira e mercadológica, até detalhes jurídicos de elaboração de contratos. Nossa preocupação é deixar o pesquisador exercer plenamente a sua excelência técnica, afirma a Diretora Executiva da COPPETEC. Neste aspecto, – argumenta Beatriz, creio que a COPPETEC, ao credenciar-se como Fundação, em março de 1993, e firmar convênio com a UFRJ, para continuar celebrando contratos sem os entraves burocráticos que a União passara a impor à gestão de verbas de projetos, multiplicou seu raio de ação. Além da COPPE, ela presta agora serviços à Escola de Engenharia, à COPPEAD, ao Instituto de Química, à Escola de Química e ao Instituto de Macromoléculas, todas unidades da UFRJ.
A agilidade nas atividades foi acompanhada da modernização dos instrumentos de trabalho. A Fundação COPPETEC, em conjunto com o CISI (Centro de Integração dos Serviços de Informática) e o Laboratório de Monitoração de Processos (do Programa de Engenharia Nuclear da COPPE) desenvolveram e disponibilizaram diversos sistemas e serviços eletrônicos em atendimento a demandas dos Coordenadores de Projetos da COPPE. O Sistema COPPETEC ON LINE tornou possível o acesso remoto a formulários pelos Coordenadores, que podem efetuar, pela Internet, pedidos de diárias, de suprimentos, agendar passagens aéreas, além de realizar transferências de recursos entre projetos e fundos e providenciar o pagamento a pessoas físicas. Outra solução oferecida aos Coordenadores é o acesso a relatórios gerenciais de projetos, que permite acompanhar o saldo e o andamento do pagamento de pessoal.
O aprimoramento deste sistema administrativo dedicado ao gerenciamento de projetos é tamanho que a COPPETEC já pensa em patentear os softwares elaborados com esta finalidade. Sua estrutura modelar vem servindo, inclusive, de referência para a constituição de outras Fundações, dentro e fora da UFRJ. A homepage da Fundação é http://www.coppetec.coppe.ufrj.br.
O êxito do COPPE/COPPETEC, ressalta a Diretora de Projetos e Convênios, Angela Uller, deve-se, antes de tudo, a preservação da sua excelência acadêmica. Se nos resumíssemos a interagir com empresas, apenas para resolver problemas de curto prazo, nós nos esqueceríamos da ciência, o que significaria matar o futuro.