Desafios e Avanços na Transição Energética: Perspectivas do VII Seminário Sinrenova
Planeta COPPE / Baixo Carbono / Energia / Planejamento Enérgico / Notícias
Data: 10/10/2024
Foi realizado nesta quarta-feira, 2 de outubro, a sétima edição do Seminário Inserção de Novas Fontes Renováveis e Redes Inteligentes (Sinrenova). Coordenado pelo professor Amaro Pereira, do Programa de Planejamento Energético (PPE) da Coppe/UFRJ, o evento discutiu temas como recursos energéticos distribuídos, geração flexível, e descarbonização da indústria.
Na avaliação da diretora da Coppe, professora Suzana Kahn, que abriu o seminário, “as fontes renováveis estão bem integradas ao sistema elétrico, mas os problemas não acabaram”. A discussão é interessante e oportuna, em um momento no qual se deve ter a cautela de não seguir modismos. As coisas não são tão simples assim. Ainda há uma série de questões a debater”.
“Quase todas as empresas de óleo e gás estão utilizando os recursos da cláusula de P,D&I para investir na transição energética, para a redução da pegada de carbono de seu barril de petróleo. Apesar do Brasil já ter essa maturidade em renováveis, como biomassa, solar, eólica, essas fontes têm que atuar em conjunto”, ponderou a professora Suzana.
O seminário reuniu especialistas como Jorge Alcaide, diretor-geral da Wärtsilä Brasil; Tatiana Lauria, gerente de Infraestrutura da Firjan; Leonardo Campos, sócio-diretor da Siglasul; Gabriel Cavados, diretor de Vendas da Wärtsila Brasil; Otto Hebeda, analista da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); e os pesquisadores Rafael Cancella e William Wills, da Coppe.
Jorge Alcaide concordou com a fala de Suzana. “Vejo posições passionais contra energia nuclear ou contra hidrelétricas. Todas as fontes de energia são bem-vindas. As desvantagens de uma fonte devem ser compensadas pelas vantagens de outra”.
Leonardo Campos destacou que o Brasil tem carência em usinas hidrelétricas reversíveis (UHR) que, em parte do mundo, são responsáveis pelo armazenamento de energia. “Elas armazenam água em período de baixa demanda e a liberam para gerar energia em momentos de alta demanda. O Brasil caminha, mas caminha em passos lentos. Há muitos reservatórios que podemos fazer para acelerar a inserção desse recurso”.
Na avaliação de Leonardo, que abordou os recursos energéticos distribuídos (REDs), o ganho de eficiência e a redução do custo de células fotovoltaicas foram a maior revolução do setor de energia nos últimos dez anos. “Na Europa, já se colocam painéis em bancos de praça, para que as pessoas recarreguem seus celulares”, exemplificou Leonardo.
Ao longo do seminário, também foram discutidas métricas para a comparação das diferentes fontes de energia e tecnologias existentes, como o custo nivelado de energia (LCOe), o custo líquido de flexibilidade (Net Cost of Flexibility – NcoF) e o índice de flexibilidade por modulação (R$/MWh), necessário para avaliar a capacidade que a fonte de energia tem para acompanhar a modulação da geração de energia. Tatiana Lauria ponderou que o principal fator de decisão para a geração de energia distribuída continua sendo a redução de custos com a produção e que há margem para a expansão da atuação do setor industrial nesta área. “No mercado livre, a falta de padronização dos produtos, as dúvidas em relação ao cenário de energia do país, e o receio de ter um novo fornecedor, são aspectos ressaltados pelos consumidores. A regulação precisa olhar um pouco para essa questão, para que decisões sejam tomadas de forma correta e com eficiência”, ressaltou a gerente de Infraestrutura da Firjan.
- energia
- Fontes Renováveis