Em Aula Inaugural, Eduardo Paes mostra caminhos para o Rio e aponta a Coppe como exemplo
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Data: 20/03/2025

A Coppe/UFRJ recebeu nesta quinta-feira, 20 de março, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, para conduzir a Aula Inaugural da instituição deste ano. Figura central na política carioca há mais de duas décadas, o prefeito abordou o tema “O Rio na Economia do Conhecimento: Estratégias para posicionar a cidade como referência em Inovação Tecnológica” e elegeu a Coppe como exemplo a ser seguido na articulação entre a sociedade civil, o poder público e as universidades, provocando as autoridades locais a implementarem boas políticas públicas para a resolução de problemas locais.
Eduardo Paes encontrou no início do terceiro de seu quarto mandato como prefeito um cenário desafiador. Em suas palavras, “o Rio foi o epicentro das crises que o Brasil viveu nos últimos anos: crise política, crise econômica, crise ética. Eu tinha que levantar o ânimo, nós temos em nossa cidade a UFRJ, a Uerj, a Unirio, a PUC, a FGV, o IMPA, o IME, o BNDES, a Petrobras, a Eletrobras, a Rede Globo, a ABL, ABC, a ANE. O PIB do Rio equivale ao PIB do Uruguai. Não podemos ficar na ‘deprê’”.
“Na minha opinião, a melhor reflexão sobre essa crise existencial do Rio de Janeiro, de perda da condição de capital federal e da fusão do estado da Guanabara com Rio de Janeiro, foi em meados da década de 1990, quando o prefeito Cesar Maia chamou o professor Carlos Lessa, ex-reitor da UFRJ, falecido em 2020, para fazer um planejamento estratégico. Foi a melhor reflexão sobre qual papel o Rio pode ocupar no país e no mundo. É muito detalhado, e, infelizmente, pouca gente o conhece”.

Segundo Paes, a noção de fronteira, com os avanços tecnológicos, tem diminuído muito. “As cidades dialogam com outras cidades, e as cidades globais funcionam como ímãs, trazendo pessoas e instituições. Na visão do planejamento feito pelo professor Carlos Lessa, que nós atualizamos a cada mandato, o Rio pode ser a cidade global do Cone Sul”.
De acordo com o prefeito, para o Rio se transformar em uma cidade global, teria que cumprir uma série de requisitos, como: ser importante centro de tomada de decisões. Ser sede de instituições governamentais, de empresas importantes, organismos multilaterais. “O Rio mantém esse papel. Temos BNDES, Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), agências reguladoras. Precisaríamos ser um hub de comunicações e transportes, e fizemos todo o possível para não deixar fechar o Aeroporto Internacional do Galeão. Lutamos para que a Eletrobras privatizada não saísse do Rio”.
“Trazer as Olimpíadas para o Rio reflete esse planejamento e tem significado geopolítico. Vamos trazer G20 para o Rio, trazer o Brics, vamos manter o Rio como cidade de protagonismo internacional? Convidar a Madonna e a Lady Gaga, tem um impacto duradouro, que vai além do show em si”, complementou.
Promessas e parcerias

A diretora da Coppe, professora Suzana Kahn apresentou o prefeito, destacando que sua visão para economia do conhecimento e inovação no Rio de Janeiro tem sido fundamental para a construção de uma cidade mais inteligente e preparada para os desafios do futuro. “Sua trajetória é marcada pelo compromisso com a inovação, se dedicando a transformar o Rio em polo de desenvolvimento tecnológico, com ecossistema de startups, promovendo parcerias com as universidades para a implementação de políticas públicas que integrem tecnologia e gestão da cidade”.
Suzana destacou que uma preocupação das instituições de ensino cariocas é “ver muitos de nossos alunos começarem a buscar alternativas fora do Rio de Janeiro, e muitas vezes fora do país. É importante reter as pessoas, reter o conhecimento produzido na cidade. Nós temos que aproveitar esse momento de transição tecnológica. Há uma série de áreas na fronteira do conhecimento, são muitas possibilidades. Temos na Coppe, 400 projetos ativos com 113 empresas, totalizando 1,4 bilhão em contratos firmados, duas mil pessoas entre professores, alunos e técnicos”.
O prefeito Eduardo Paes respondeu que “a Coppe salva o Rio de Janeiro com todos os problemas que tivemos, a Coppe sobreviveu a tudo isso”. “Estamos exportando talentos por que produzimos muito conhecimento. É uma questão de saber como a gente mobiliza o talento que nós temos. O caminho é aquele que a Coppe trilha com muita competência, é construir esse tripé: sociedade civil, poder público e universidades”.
“Na Prefeitura, estamos buscando desburocratizar, flexibilizar para atrair novos negócios. Procuramos incentivar, com ativismo estatal mesmo. Estimular a economia do futuro por meio de compromisso com agenda sustentável. Dadas as qualidades de nossas universidades, de nossos centros de pesquisa, é uma vocação natural do Rio de Janeiro se tornar um hub de economia do conhecimento. Ser uma capital de conhecimento do Cone Sul. No campo da academia, a Coppe é o exemplo por sua interação permanente, tanto com o setor público quanto com o setor produtivo”, elogiou o prefeito.
Paes finalizou a Aula com uma promessa à professora Suzana Kahn, formalizar a criação do CoppeIA, um novo centro de Inteligência Artificial, que será instalado no antigo prédio do Automóvel Clube, no Passeio Público, que terá parceria e financiamento da Prefeitura orientado à pesquisa aplicada para solução de desafios concretos.
Após a Aula, o prefeito respondeu a perguntas de alunos da Coppe, mostrou interesse nos temas levantados como economia criativa, games, engenharia biomédica para o esporte de alto rendimento, e incentivou os alunos a levarem projetos para a secretária municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, professora Tatiana Roque (Instituto de Matemática da UFRJ).
Confira a Aula Inaugural, na íntegra, no canal da Coppe no YouTube.
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