Especialistas debatem na Coppe os impasses do modelo de produção de massa e a transição para um ecossistema cooperativo
Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias
Data: 25/11/2019
Em workshop na Coppe/UFRJ, os especialistas franceses Christian du Tertre e François Hubault defenderam a construção de um novo paradigma para a economia baseado na cooperação e na redução do consumo de recursos materiais. Promovido pelo Programa de Engenharia de Produção da Coppe, o Workshop sobre Economia da Funcionalidade e da Cooperação foi realizado, dia 6 de novembro, na Incubadora de Empresas da Coppe. O evento foi coordenado pelo professor Francisco Duarte e pela pesquisadora de pós-doutorado, Amanda Xavier, ambos do mesmo programa.
Segundo o professor Duarte, a EFC tem base nos impasses do atual modelo econômico ainda atrelado ao modelo fordista de produção em massa. “Esse modelo tem chegado ao seu limite. Essa busca incessante pela redução de custos e maximização da produção tem levado à perda de sentido, ausência de reconhecimento, a síndrome de burnouts – crises de pânico relacionadas ao trabalho-, o qual é a verdadeira fonte de valor. Qual seria a alternativa? Um ecossistema baseado na cooperação no interior das empresas e entre as organizações e os territórios nos quais atuam”, ressaltou o professor Duarte, coordenador do Programa de Engenharia de Produção da Coppe.
A EFC, conforme frisou Duarte, possui quatro pilares fundamentais. “Ela é fortemente baseada em dinâmica servicial. Não é o material (o produto) que importa, é o imaterial, o desenvolvimento das competências, da confiança; em um ecossistema cooperativo e territorial; na construção de uma governança baseada na cooperação; e na transação monetária conectada aos efeitos úteis que o serviço oferece à sociedade”. A pesquisadora Amanda Xavier explicou o que é a Economia da Funcionalidade e da Cooperação, em entrevista à TV Futura.
Para Christian du Tertre, presidente do Instituto Europeu da Economia da Funcionalidade e da Cooperação (IEEFC), os empreendedores devem buscar novas hipóteses que levem ao surgimento de um ecossistema cooperativo. “A lógica industrial parte do pressuposto que sua atividade pode ter efeitos externos, e de igual modo você será submetido às externalidades das atividades de terceiros. A EFC também se trata de compreender as externalidades causadas por outros e as que o próprio empreendedor causa a terceiros. A integração e a cooperação entre os atores permitem reconhecer esse sistema e reduzir tais externalidades”, refletiu.
“É um paradigma gerencial muito diferente do “cada um no seu quadrado”. É mais do que coordenar esforços de agentes que estão preocupados apenas com seu próprio negócio”, acrescentou François Hubault, sócio-fundador do Laboratório de Intervenção Atemis (Análise do Trabalho e das Mutações nas Indústrias e Serviços).
A iniciativa do Workshop foi do Clube EFC Rio, primeiro do gênero no Brasil, coordenado pelo professor da Coppe, Francisco Duarte, cujo objetivo é divulgar o conceito de Economia da Funcionalidade e da Cooperação nos moldes dos clubes surgidos na França. Para difundir o conceito, pesquisadores da Coppe/UFRJ realizaram no Rio de Janeiro, de 4 a 8 de novembro, uma série de eventos organizados pelo Clube.
O Clube divulga suas atividades e publica conteúdo sobre a Economia da Funcionalidade e da Cooperação, em suas páginas nas redes sociais: Instagram, Facebook e Twitter. Para mais informações, entrem no site do Clube EFC-Rio: clubeefcrio.com