Estudo aponta a forma de armazenamento de Hidrogênio mais eficiente

Planeta COPPE / Engenharia Metalúrgica e de Materiais / Notícias

Data: 19/06/2018

Um dos desafios da tecnologia do Hidrogênio é sua armazenagem, um grande obstáculo para estabelecer a infraestrutura para a tecnologia desse gás. Foi o que apontou Walter José Botta, Professor do DEMa/UFSCar – Departamento de Engenharia de Materiais da Universidade Federal de São Carlos. Durante sua palestra na 22ª edição da Conferência Mundial de Energia do Hidrogênio (WHEC 2018), Botta afirma que, além da questão de segurança, a capacidade de armazenamento é importante, porque define a autonomia dos veículos.

Walter Botta explica que o Hidrogênio tem a menor densidade no estado gasoso e o segundo ponto de ebulição de todas as substâncias conhecidas, por isso há dificuldades para armazená-lo tanto no estado gasoso quanto no líquido. Quando em forma de gás, é necessário um sistema de armazenamento de grande volume e pressão, enquanto que no estado líquido, precisa que o seu armazenamento utilize sistemas a uma baixíssima temperatura (-253°C).

A baixa densidade do Hidrogênio no estado líquido ou gasoso resulta numa baixa densidade de energia. Dessa forma, um certo volume de hidrogênio contém menos energia que o mesmo volume de qualquer combustível em condições normais de temperatura e pressão. Com isso, o volume ou a pressão do tanque aumenta, pois uma certa quantidade de Hidrogênio é necessária para que um veículo atinja boa autonomia.

Como melhor forma de armazenamento do Hidrogênio, Bottta indica os hidretos metálicos, cujas vantagens está no fato de que o Hidrogênio passa a fazer parte da estrutura química do metal e assim não precisa de altíssimas pressões ou estar em baixíssima temperatura para operar. Como o Hidrogênio é liberado do hidreto para uso em baixas pressões, os hidretos metálicos são a opção mais segura dentre todos os outros métodos para se armazenar o hidrogênio.

Walter Botta aponta alguns tipos de hidretos metálicos, como o níquel, o aço e o titânio, que estão divididos de acordo com a capacidade de liberar Hidrogênio em baixa ou alta temperatura. Contudo, Botta destaca o hidreto a base de magnésio. Suas vantagens abrangem alta capacidade de armazenamento, maior resistência à contaminação do ar, além de custo e peso mais baixos que outros tipos de hidretos.

“Os Hidretos Metálicos a base de magnésio oferecem muitas vantagens sobre as tecnologias concorrentes para armazenar hidrogênio e são mais seguros que cilindros de alta pressão”, concluiu Walter Botta.