Evento discute solução para problemas sociais complexos

Planeta COPPE / Engenharia de Produção / Notícias

Data: 05/09/2012

Por que o número de óbitos pode variar tanto entre hospitais públicos que utilizam os mesmos procedimentos de atendimento? E por que nem sempre o aumento dos investimentos em educação resulta na melhoria do rendimento dos estudantes em testes com o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM)? As respostas para estas questões podem ser encontradas por meio do Mapeamento do Pensamento e da Teoria da Complexidade, duas das metodologias em discussão na conferência SHE 2012 – Sustainability, Health and Education, iniciada nesta segunda-feira, 3 de setembro, no auditório da UniRio, na Praia Vermelha, e que prossegue até o dia 5. O evento é promovido em parceria pela Coppe/UFRJ; a UniRio; o ITA; e o grupo de pesquisa Psigma, do CNPq.

O encontro, que reúne pesquisadores do Brasil e do exterior, tem por objetivo discutir metodologias de avaliação de desempenho no contexto dos chamados problemas sociais complexos. Um conjunto de questões de gestão pública, que envolve desafios nas áreas da saúde; da educação; da sustentabilidade; e da segurança, entre tantas outras.

No primeiro dia de debates foram promovidos painéis voltados para a avaliação de indicadores relacionados ao tema do encontro: sustentabilidade, saúde e educação. “As questões sociais complexas exigem muita responsabilidade na sua solução. São problemas que nem sempre apenas os métodos matemáticos podem resolver. Da mesma forma, não é possível resolver problemas complexos só na intuição”, destacou o professor Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ, ao participar da cerimônia de abertura da conferência.

A mesa de abertura também contou com as presenças do vice-reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), José da Costa Filho; do decano do CCET da UniRio, Luiz Amâncio Machado Souza Jr.; da integrante do Conselho Nacional de Educação, Malvina Tânia Tuttman; da professora Carmen Belderrain, do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA); e do professor de Engenharia de Produção da Coppe, Marcos Estellita Lins, coordenador do Comitê Organizador do evento, entre outros.

Segundo o professor Marcos Estellita, à direita, a responsabilidade é maior quando o indivíduo tem consciência do seu papel

Participam do SHE 2012 estudiosos vindos do exterior, como Michael Lissack (especialista em Emergência e Coerência); David Hyerle (Mapeamento do Pensamento); David Snowden (Teoria da Complexidade); e Gerald Midgley (Pensamento Sistêmico). Também estão presentes pesquisadores do Brasil e do exterior que utilizam métodos matemáticos na formulação de indicadores de desempenhos em diversas áreas, além de professores, engenheiros de produção, psicólogos e profissionais das áreas de saúde e de educação.

“O grande mérito de eventos como esse é desenvolver uma visão de síntese e integrada. Como o pensamento sistêmico, quando a pessoa se dá conta do processo em que está envolvida. A responsabilidade é maior quando você está inserido e sabe o seu papel”, explica o professor Marcos Estellita, também coordenador do grupo de pesquisa Psigma.

Além dos debates, o SHE 2012 conta com sessões de pôsteres, nas quais pesquisadores, alunos de mestrado e de doutorado apresentarão trabalhos voltados para soluções de problemas relacionados a diferentes áreas. Um dos trabalhos foi desenvolvido pelos alunos da graduação em Engenharia de Produção da UFRJ, Felipe Figueiredo de Andrade e Filipe Bordalo. Orientados pelo professor Marcos Estellita e pelo pesquisador da Coppe, Luis Eduardo Guedes, o estudo investigou o papel e efetividade das Unidades de Polícia pacificadora (UPPs) na política de segurança pública do estado; o papel das UPPs nas comunidades ocupadas e os desafios para expansão das UPPs para outras regiões do Estado do Rio.

Outro estudo que está sendo apresentado é da área da saúde. Com base em dados do Datasus, ele compara resultados de atendimentos em cardiologia na rede pública, realizados em diferentes hospitais, mas utilizando os mesmos procedimentos. Os dados mostram grandes diferenças no risco de morte, podendo auxiliar a identificar as razões pelas quais uns doentes morrem e outros são salvos.
Na área da educação, um dos estudos apresentados mostra a relação entre os royaltiesdo petróleo e o desenvolvimento da educação. Os resultados do estudo, que abrange todos os municípios fluminenses, apontam para a influência dos ganhos com os royaltiesnos gastos com educação, mas não indicam evidências de melhoria nos resultados dos testes do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM).

O SHE 2012 prossegue até esta quinta-feira, dia 5 de setembro, no Auditório Vera Janacopoulos, da UniRio, que fica na Avenida Pasteur, 296, na Urca. Para saber mais detalhes clique aqui ou acesse a página do evento.