Incubadora de Empresas da Coppe abre cinco novas vagas
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Data: 28/04/2010
A Incubadora de Empresas da Coppe abriu inscrições para cinco novas vagas destinadas a empresas inovadoras de base tecnológica. O edital foi lançado no final do mês de abril e os interessados deverão elaborar e apresentar uma pré-proposta para o desenvolvimento de uma nova linha de produtos ou serviços por uma empresa já existente, ou a ser constituída. A inscrição é gratuita e os candidatos terão que agendar uma entrevista para retirar o roteiro para elaboração da pré-proposta, que poderá ser entregue diretamente na Incubadora ou enviada por correio até o dia 10 de junho. O telefone para agendamento é (21) 2590-3428 e o edital está disponível no site.
O principal objetivo da Incubadora da Coppe é estimular a criação de novos negócios baseados em tecnologias inovadoras. Os candidatos selecionados poderão utilizar as instalações da Incubadora, em regime comum, por um prazo de até três anos. As empresas recebem assessoria e treinamento em marketing, finanças, jurídico, contabilidade, comunicação e imprensa. Além disso, a Incubadora oferece ainda uma infra-estrutura de equipamentos e serviços como copiadora, fax, rede de computadores, acesso à internet, salas de reunião, auditório, serviços de limpeza e segurança.
As propostas apresentadas serão analisadas pelo Conselho Diretor da Incubadora da Coppe, com base em alguns critérios como viabilidade econômica do empreendimento, grau de inovação dos produtos ou serviços a serem ofertados, potencial de interação do empreendimento com as atividades de pesquisas desenvolvidas pela UFRJ e com outras empresas residentes na Incubadora, entre outros. O resultado final do processo seletivo está previsto para o dia 31 de agosto de 2010. Os resultados de cada fase serão divulgados na própria Incubadora ou por correspondência dirigida ao candidato.
Sobre a Incubadora
Coordenada por Maurício Guedes, a Incubadora de Empresas da Coppe, que completou 15 anos em 2009, tem 18 empresas residentes (instaladas no local), com diferentes áreas de atuação como meio ambiente, energia, offshore, TI, entre outras. Elas são constantemente monitoradas através de reuniões, relatórios de suas atividades e conversas com a equipe técnica da Incubadora e consultores externos. Ao todo, outras 39 empresas já passaram por esse período e deixaram as instalações da Incubadora para consolidar sua posição no mercado, recebendo a denominação de graduadas. Um exemplo do bom resultado do trabalho realizado pela Incubadora é a Clavis, que concluiu sua graduação no início deste ano.
Empresa da área de TI especializada em Segurança da Informação, a Clavis alcançou crescimento de cerca de 500% de faturamento desde que se instalou na Incubadora, em janeiro de 2007. Antes de ser aprovada para o time de empresas inovadoras da Incubadora da Coppe, a Clavis, fundada em 2004, por membros diretores do Grupo de Resposta a Incidentes de Segurança do Departamento de Ciência da Computação da UFRJ, contava com a participação de três sócios e um único funcionário. Atualmente, a empresa tem uma equipe de 21 pessoas, entre sócios, consultores e profissionais especializados.
Segundo Bruno Salgado, um dos sócios-diretores da Clavis, ter sido residente da Incubadora da Coppe significou muito para a empresa. Ele diz que conquistaram muito mais maturidade na gestão, o que permitiu bons resultados na percepção e direcionamento de mercado. Para se ter uma idéia, hoje a Clavis oferece consultoria e serviços em diferentes segmentos da Segurança da Informação como implementação e administração segura de servidores web e Testes de Invasão (PenTest). Este último resultou na criação da Green Hat, spin-off do grupo especializado em testes de invasão, que realiza simulações controladas de ataques reais a redes de computadores. Durante o tempo em que esteve incubada, a Clavis teve clientes como Petrobras, Marinha do Brasil, Aeronáutica, Casa da Moeda do Brasil, e Faculdades Simonsen.
As vencedoras do edital anterior
Entre as 18 empresas incubadas estão as cinco novas que ingressaram no final de 2009, vencedoras do edital anterior: SIM, Nano Select, Confiance Medical, ICE, e Forebrain. Formada por alunos do Laboratório de Materiais Compósitos e do Laboratório de Hidrogênio, ambos do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe, a SIM oferece consultoria e desenvolvimento de ferramentas computacionais. Tais serviços são voltados para análise de características e propriedades de materiais e podem atender às necessidades de empresas e laboratórios de pesquisa que realizam análise e desenvolvimento de novos materiais. Um dos softwares desenvolvidos pela SIM, o Metallographia, por exemplo, utiliza técnicas de processamento de imagens mais modernas que permitem projeção em 3D para análise de volume e maior precisão no diagnóstico de diferentes tipos de materiais como metais, cerâmicos e compósitos. Além de desenvolver softwares personalizados, a empresa também vai disponibilizar na internet as ferramentas em versão básica para teste-drive.
Spin-off do Laboratório de Filmes Finos, também do Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da Coppe, a Nano Select é a primeira empresa a desenvolver no Brasil superfícies seletivas usadas em coletores de energia solar, com alta capacidade de absorção de calor. Tais superfícies são desenvolvidas a partir de filmes de alumínio recobertos com camadas de óxidos metálicos como cromo, zinco e sílica antirefletiva, capazes de aumentar a eficiência na captação de radiação solar e retenção de calor em até 98%. Essa tecnologia é comprovadamente mais eficiente que as superfícies de alumínio cobertas por tinta preta fosca, disponíveis no mercado. Além de mais eficientes, o tamanho útil das superfícies seletivas pode reduzir tornar o produto mais barato e acessível.
Em parceria com o Laboratório de Instrumentação Biomédica da Coppe, a Confiance Medical realiza pesquisas e desenvolvimento de produtos inovadores para a área médico-hospitalar. Um exemplo é o Injetor Intra-arterial de CO2, um equipamento eletrônico microprocessado que funciona com a injeção controlada de CO2 e usado em angiografia, um procedimento radiológico de visualização do sistema vascular. Atualmente esse mesmo procedimento é feito por meio do sistema injetor de contraste iodado, substância usada na para fazer exames de imagem que causa efeitos colaterais aos rins e, em alguns casos, pode evoluir para uma nefropatia. A tecnologia desenvolvida pela Confiance Medical, além de não causar efeitos nocivos aos rins do paciente, como acontece com a técnica por contraste iodado, apresenta custo inferior a este método. Atualmente esse é único equipamento com essa especificidade em todo o mundo. Outros dez equipamentos com perfil inovador estão em fase de desenvolvimento.
Criada por neurocientistas formados pelo Laboratório de Neurobiologia II, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ, a Forebrain é a primeira empresa no Brasil a desenvolver pesquisas na área de Neuromarketing, ciência que estuda o comportamento do consumidor a partir da neurociência. Diversas técnicas poderão ser aplicadas nos serviços desenvolvidos pela empresa para avaliar de maneira objetiva o comportamento consumidor, entre elas: imagem por ressonância magnética funcional (IRMF) e registro de encefalografia para identificar com precisão as variações da atividade cerebral; análise das reações psicofisiológicas mensuradas pela sudorese da pele, atividade cardíaca e atividade de músculos da expressão facial; perfis de resposta neuroimunoendócrina relacionadas a utilização de produtos. Com o uso dessas técnicas é possível entender como o consumidor reage a um determinado produto, sua relação com o bem-estar, se o design da embalagem é atraente e, até mesmo, qual a reação emocional ao ver uma propaganda na TV, por exemplo. Além de revelar informações valiosas sobre o comportamento do consumidor, a ciência do Neuromarketing pode contribuir para o aperfeiçoamento de novos produtos, melhoramento de campanhas governamentais, e aprimoramento da publicidade e propaganda.
Formada por alunos do curso de Engenharia Eletrônica e de Computação da UFRJ, a ICE desenvolve sistemas multi-toque para diversas superfícies e aplicações a partir do processamento de imagens. Diferente das telas touch-screen tradicionais, que detectam os toques por meio de sensores, a tecnologia desenvolvida pela ICE funciona a partir de câmeras que captam os toques através do processamento das imagens geradas. Desta forma, é possível interagir não apenas com toques, mas também com gestos e ainda com vários usuários simultaneamente. Essa tecnologia pode ser usada na interação com projeções em diversas superfícies, como mesas, paredes, ou até mesmo o chão, e ainda com telas de LCD e Plasma, permitindo que a interação homem/máquina seja muito mais intuitiva. Um jogo de tabuleiro, por exemplo, pode ser jogado em grupo a partir de qualquer superfície lisa onde a imagem é projetada e capta os movimentos. O sistema tem diversas outras aplicações como navegar pela internet, ou apresentar grandes projetos de arquitetura a partir de uma mesa, por exemplo. Atualmente, a empresa desenvolve sistemas para atender o mercado publicitário, mas tem em vista oferecer produtos para mercados menos explorados, entre eles educação.