Inovação na cadeia cervejeira: Coppe estimula soluções sustentáveis e tecnológicas em hackathon focado no setor
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Data: 07/05/2025

O mercado cervejeiro brasileiro vive um momento de expansão e transformação. O Brasil é hoje o terceiro maior produtor mundial de cerveja, atrás apenas de China e Estados Unidos. Em 2024, o país contava com mais de 1.700 cervejarias registradas, evidenciando o crescimento do setor e o fortalecimento da cultura cervejeira nacional. Ao mesmo tempo, o setor enfrenta desafios que abrem espaço para inovação: mais de 99% do lúpulo utilizado no país ainda é importado, e há gargalos logísticos e de sustentabilidade em diferentes etapas da cadeia produtiva.
Nesse contexto, a Coppe/UFRJ vem se consolidando como um agente estratégico no fomento à inovação tecnológica no setor cervejeiro. Um exemplo claro é o hackathon “Desafio para Transições Sustentáveis na Economia Cervejeira”, realizado de 28 a 30 de abril pelo Casulo – Centro Avançado em Sustentabilidade, Ecossistemas Locais e Governança – vinculado ao Programa de Engenharia de Produção da Coppe. Voltado a alunos de graduação e pós-graduação da UFRJ, o evento desafiou os participantes a desenvolverem soluções tecnológicas aplicáveis à cadeia cervejeira, com foco em sustentabilidade e eficiência produtiva.

A competição mobilizou 600 candidatos, com cinco equipes finalistas. A grande vencedora foi a LINKFY, liderada por Daniel Gudin, aluno de Engenharia de Controle e Automação da Escola Politécnica da UFRJ. A proposta premiada consistiu em uma solução de Monitoramento Autônomo de Lúpulo, que combina drones terrestres, inteligência artificial e sensores para detectar pragas e falhas nas plantações e acionar correções de forma autônoma. A tecnologia promove uma gestão agrícola inteligente, sustentável e altamente escalável, especialmente relevante diante do desafio de nacionalizar a produção de lúpulo.

O segundo lugar ficou com a equipe LumiScan, comandada por Daianny Siqueira, aluna de Engenharia de Produção. Eles apresentaram um sistema automatizado de baixo custo para detecção de falhas em iluminação agrícola, baseado em sensores conectados a plataformas como Arduinos e Raspberry Pi. A proposta substitui inspeções manuais e oferece um painel de gestão eficiente para os produtores.
Coordenado pela professora Amanda Xavier, do Programa de Engenharia de Produção da Coppe, o hackathon integra o projeto mais amplo “Desenvolvimento de Soluções Tecnológicas para Cultivo de Lúpulo e Inovação da Cadeia Cervejeira”, em parceria com associações e empresas como Aprolúpulo, Brazuca Lúpulos, Viveiro Van De Bergen, Fuse Sistemas e Porto Maravalley. As soluções apresentadas durante o evento foram desenvolvidas com o uso de tecnologias emergentes como impressão 3D, IoT e IA, mostrando como o ecossistema de inovação da Coppe pode gerar impacto direto no setor produtivo.

A iniciativa contou ainda com apoio da AmBev, que participou indicando especialistas para a banca avaliadora e com palestras técnicas, além do suporte da Faperj, Capes e Pró-Reitorias de Pós-Graduação e Pesquisa, e de Extensão da UFRJ. A banca foi composta por especialistas da indústria e professores da Coppe e da Escola de Belas Artes (EBA), reforçando a abordagem multidisciplinar e conectada ao mercado.
Para além da competição em si, o evento reforça o papel da Coppe como catalisadora de soluções que respondem aos desafios contemporâneos do setor cervejeiro. Estimular a produção nacional de insumos, desenvolver tecnologias adaptadas ao clima tropical e promover a sustentabilidade são estratégias essenciais para fortalecer uma das indústrias mais promissoras do Brasil — e a Coppe está na vanguarda dessa transformação.
“Como um dos maiores consumidores de cerveja do mundo, o Brasil oferece um vasto horizonte para crescimento. Fomentar a cultura cervejeira é criar um ambiente de oportunidades em que todos tenham sucesso”, destaca a professora Amanda Xavier.
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